PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 12 de março de 2016.
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 12 de março de 2016.
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
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http://www.teleresponde.com.br/
ENTREVISTADA: ELISABETH CANNAVAM RIPOLI
ENTREVISTADA: ELISABETH CANNAVAM RIPOLI
(BETTH RIPOLLI)
Artista renomada Betth Ripolli no próximo dia 18 de março irá realizar um show em homenagem ao Mês Internacional Das Mulheres. São cinco mulheres tocando diversos instrumentos, Betth toca piano e violão, outras duas artistas tocam saxofone e flauta alternada ou simultaneamente, uma das artistas toca guitarra e baixo e outra toca percussão e bateria. O dinamismo do show envolve o público. Esse show foi eleito no ano passado como um dos melhores da cidade de São Paulo. Será em Piracicaba, no Teatro Erotides de Campos (Teatro do Engenho). Betth têm plena consciência de que as pessoas estão cansadas de notícias e músicas ruins.
Piracicaba é uma cidade que surpreende e encanta quanto mais a conhecemos. Com uma história riquíssima, um sólido patrimônio cultural, ao pesquisador quando parecer ter explorado tudo surge uma excelente novidade.
Betth Ripolli é o nome artístico de Elisabeth Cannavam Ripoli, nascida em Piracicaba a 2 de abril de 1952. Seu pai Romeu Ítalo Ripoli deu-lhe esse nome porque a rainha Elisabeth da Inglaterra estava sendo coroada naquele ano. Ainda mandou vir da Inglaterra um piano inglês, acústico, de cauda, como presente para sua filha. Sua mãe é Florisbella Cannavam Ripoli, mais conhecida como “Bella”, que também teve o filho Thomaz Caetano Cannavam Ripoli, falecido precocemente há três anos. Tem ainda o prazer de ter mais dois irmãos: Antonio Roberto de Godoy e Edson Diehl Ripoli, o primeiro general piracicabano, um orgulho para a nossa cidade.
Betth, seus primeiros estudos foram feitos em que escola?
Estudei no Grupo Escolar Prudente de Moraes, no bairro Cidade Jardim, loteado por meu pai. Construiu a primeira casa( pode tirar)com piscina da cidade foi a primeira ,tinha que ser um modelo para as demais que seriam construídas. Ela existe até hoje e está alugada para um escritório de advocacia. Meu pai era afilhado do Comendador Mário Dedini que foi quem emprestou o dinheiro para o loteamento .
Qual é o nome do livro?
“A Sintonia Com A Alma – Largou O Marido E Abraçou O Piano”
Você lembra-se do nome de alguma das suas primeiras professoras?
Se não estiver enganada era Maria do Carmo Jordão. Estudei quatro anos no Grupo Escolar Prudente de Moraes. Ainda muito nova eu já me destaquei nesse esporte. Participávamos dos Jogos Abertos do Interior. Pequena e magra, muito ágil, acabei sendo campeã de natação por Piracicaba. Com 10 a 12 anos já tinha uma caixa de medalhas de campeã de natação. Até desfilei em um carro aberto segurando uma tocha. Eu procurava ser a melhor em tudo. Já estudava piano, dançava balé. Com sete anos dencei na TV TUPI. Dava entrevistas para o jornal dizendo que iria ser uma bailarina famosa na Europa. Como o mundo gira!!! Na adolescencia meu sonho era casar com o Roberto Carlos.
E o piano?
O piano estudei forçada pelos meus pais. Aos doze anos eu dizia à minha mãe que não queria estudar piano, preferia ser lixeira na rua. Ela dizia: “ Filha, estuda meia horinha depois você vai para o clube. Um dia você irá me agradecer” Não tem um dia da minha vida que eu não diga: “Obrigada minha mãe, por você ter feito me formar, ou hoje eu não seria pianista”. Aos 16 anos entreguei o diploma a ela não mais toquei por quase vinte anos. Porém, foi esta base que me tornou uma pianista popular, quando fui estudar com o Zimbo Trio . Aprendi inglês, na marra, já que tínhamos uma professora que almoçava em casa aos domingos, a Miss Elsie. Ou seja, meu pai me preparou para a vida. Do Grupo Escolar Dr Prudente de Moraes fui para o Colégio Assunção.
BETTH RIPOLLI INTERPRETA HINO DE PIRACICABA
Como foi sua trajetória no tradicional Colégio Assunção?
No primeiro ano me apaixonei pela filosofia de freira maravilhosa, culta, chamada Irmã Ana e resolvi que queria ser freira. No segundo, já tinha perdido um pouco do entusiasmo. No terceiro ano não queria mais. No quarto ano briguei com a Madre. Tive q sair do colégio efui para o Sud e fiz Normal. Eu era politizada. Entreguei meus diplomas para minha mãe, e fui dar aulas: de piano, inglês e violão ( como autodidata). Arrumei 55 alunos, de manhã, a tarde e a noite. Comecei a ganhar muito dinheiro, eu não tinha nenhuma despesa! Meu pai que era superprotetor, só me permitiria namorar aos 16 anos e beijar só depois de casada. Hoje eu tenho a certeza de que fez isso pelo meu bem. Com 15 anos descobriu que fui à matinê com um garoto, no Cine Polyteama. Eu cheguei antes e o menino sentou-se após apagar a luz… ele nem virou para o meu lado. Meu coração parecia que ia sair pela boca e ele acabou indo embora antes de acender a luz e sem trocar uma palavra. Só que o meu pai era amigo do lanterninha que “me entregou”. Meu pai rasgou o meu vestido de debutantes ( haveria um baile no Clube Coronel) com um canivete, por conta do episodio da matinê. Foi a única surra que levei do meu pai. Ele me bateu porque estava me protegendo, ele tinha medo de que os homens se aproximassem de mim. Quando fiz 19 anos já tinha um dinheirinho guardado, fui estudar nos Estados Unidos. Nessa época ela já estava há cerca de um ano na cama, com uma depressão que durou dois. Houve um fato que fez com que isso acontecesse, está na minha biografia. Será um livro histórico, conto tudo do Esporte Clube XV de Novembro, como ele perdeu do Palmeiras em 74. Tenho no meu livro depoimentos do Wagner Ribeiro, empresário do Neymar, do Milton Neves, do Jairo Mattos. Na viagem comprei pintura, bijuteria, trouxe, e ao voltar, vendi tudo e acabei pagando meus custos. Meu pai me ensinou a lidar com dinheiro. Tanto é que quando me casei, como ele estava saindo da sua doença, eu é que, com meu dinheiro, dei uma festa para duzentas pessoas, fiz meu enxoval, confeccionei minha camisola da noite e até meus lençois.
Seu pai foi um grande empreendedor imobiliário, isso não lhe trouxe recursos?
Ele fez a Cidade Jardim, o Jardim Europa e o Jardim Brasil que passou a ser denominado pejorativamente como Ripolândia.
Essa denominação partiu de uma iniciativa desprezível de um adversário político
Toda essa história está no livro também! Eu sofri muito por conta disso, eu não sabia a história real. As pessoas achavam que ele era muito rico, ele falava para mim e para o meu irmão Caetano: “ Deixa achar!” Ele não era rico. Em meu livro conto a passagem em que alguns comunicadores da grande mídia de São Paulo diminuíram sua capacidade, usaram termos pejorativos. Ele mandou convocar a imprensa toda da época, para responder à altura. Quando ele chegou aos estúdios, onde a mídia em suas diversas modalidades estava presente, sedenta de lincha-lo intelectualmente, ele iniciou sua fala dizendo: “ Prezados, em que idioma vocês querem que eu dê as respostas que desejam?” Um silêncio sepulcral tomou conta do ambiente. Ele simplesmente desmontou o circo que haviam armado. Romeu Ítalo Ripoli era acima de tudo folclórico.
Você casou-se em Piracicaba?
Casei-me na Igreja dos Frades, em novembro de 72. Já em SP, dava aulas de piano, violão e inglês nas casas dos alunos. Só que eu não tinha feito faculdade! Comprei as apostilas para um vestibular, li uma vez para não me confundir, e passei em quarto lugar. Durante os estudos tive meus dois filhos, Giulianno e Tatianna, minhas bênçãos. Quem quer faz!
Você continuava morando em São Paulo?
Fiz a faculdade, continuei dando aulas.Pintava porcelana e vendia. Adquiria roupas na Rua José Paulino e as vendia. Sempre soube ganhar dinheiro. Eu tinha voltado a dançar balé pela Joyce Ballet até que aos 33 anos tive artrite e depressão. O médico recomendou voltar a tocar piano.Fui atrás de tocar musica popular: meu sonho era tocar Garota de Ipanema, Madalena. Em dois anos eu me sai super bem. O pessoal do Zimbo Trio, me convidou para ser pianista profissional. Eu cheguei em casa, parecia que o George Clooney havia me pedido em casamento, eu iria ser uma pianista profissional!
Qual foi a reação do seu marido?
Quando dei-lhe a notícia a reação dele foi totalmente contrária. Comentou – “ mulher minha não toca na noite!” Consegui encontrar forças para não ter nenhuma reação intempestiva. Eu não queria uma separação, para mim a família é sagrada, é até o fim. Só que eu estava infeliz e não sabia. E hoje sei, a artrite é a doença da mágoa. As minhas articulações estavam enrijecendo todas, porque eu não dava vazão à musica. Quando me assumi como pianista a dor sumiu. Comecei a tocar em casas noturnas requintadas. Na época não havia muita mulher pianista. Como eu não conseguia ir a três lugares na mesma noite chamava outras pessoas, para me substituir. Quando conheci meu atual marido, o jornalista Luiz Carlos Franco, ele sugeriu que abrisse a Harmonia Eventos Musicais, hoje com 26 anos de mercado. Só na sala de embarque da TAM tenho 12.000 apresentações, graças ao Comandante Rolim que criou um projeto de musica para os passageiros. Das seis da manhã até a noite tocando em duas salas.E nos aviões…
Como você desenvolve o seu lado espiritual?
Eu me apeguei muito ao espiritual.Estudo de antroposofia e PNL há 25 anos .Tenho um astrólogo que consulto todos os anos, um numerólogo que colocou um “t” e um “l” em meu nome. Faço curso com um alquimista todo mês e adoro tudo que é o mundo invisível pois isso me dá um equilíbrio.
Isso tem alguma influência do seu pai?
Nada. Meu pai era falante, inteligentíssimo. Assim como meus irmãos Beto, Caetano e Edson. Esse lado espiritual é uma coisa minha: um pé na Terra e dois no Céu. Eu creio, não acredito, o “a” de a-credito tira o crédito, portanto creio em uma força maior que me rege. Tudo que eu tenho é fruto das minhas escolhas, nada do que me acontece é responsabilidade do outro.
Essa sua força tem origem em seus pais?
Meu pai era um homem muito forte, minha mãe sempre foi uma mulher resiliente, herdei essas características dos dois. Oro várias vezes ao dia e não durmo pensando em problemas. Dou importância ao que de fato tem importância. Um astrólogo disse-me: “-Você não está na sua missão”. Disse-lhe”: “ Sou voluntária há 12 anos no Hospital do Coração”, vou ao Lar dos Velhinhos e quando estou ganhando dinheiro dizem que estou fazendo bem às pessoas porque toco a alma. Ele disse-me: “Você veio para ajudar o mundo, não veio para falar para 4 pessoas nem 40, veio para falar para 400, 4.000 veio para fazer a diferença.” Virei palestrante por acaso, no Hospital do Coração, numa dessas apresentações percebi um senhor ao meu lado que pedia música . Era o Benedito Rui Barbosa”!Nossa|!Foi demais! O filho dele acabou fazendo meu terceiro CD. Por estar la me solicitaram para tocar no dia do enfermeiro, à noite, para aqueles que ficam na UTI, no Pronto Socorro . Respirei e comecei a contar para eles a história de uma menininha do interior, de um pai rigoroso e de um marido opressor.Só que eu falava um pouco e tocava uma música relacionada com as passagens na vida daquela menininha.Fiquei uma hora e meia, as pessoas cantaram, se emocionaram. E agradeceram”. Fui embora chorando muito ao perceber minha missão. Peguei todos os meus conhecimentos, fiz um PPT e sai vendendo palestras.. Já fui fazer para a Dudalina, em Blumenau, Portugal para meninas que concorriam ao título de Miss Brasil-Europa, no Cassino Estoril. Tenho feito palestras onde me chamam porque ela junta autoconhecimento, autoajuda, motivação, permeadas da música. É uma palestra é uma transformação. Há dois anos tenho um programa do bem na www.alltv.com.br- SINTONIA, chamado do bem.Estão todos no meu site www.betthripolli.com.br em vídeos, no You Tube. Mais de 120.000 pessoas já nos assistiram
Como você trata como suas possíveis doenças?
Tomar Antroposofia, Homeopatia. Não trato uma dor, trato o sentimento que gerou a dor. Se eu tiver dor de cabeça, não vou tomar uma pílula contra dor de cabeça, vou descobrir o que gerou a dor de cabeça, pode ser que esteja sem me alimentar.
Hoje sou Palestrante Motivacional com uma banda feminina, 2 sax/flauta, piano , violao, baixo e bateria. Participam Betth Ripolli, Luciana Romanholi, Nina Novoselecki, Sintia Piccin e Alcione Ziolkowski. Já toquei em um congressopara o Rubinho Ometto, da Raizen, tive o prazer de receber seu abraço no palco. 1.000 pessoas, num lindo piano de cauda , o Hino de Piracicaba.
Você fará um show em Piracicaba?
Dia 18 de março, no Teatro do Engenho, (Teatro Erotides de Campos) e os grandes responsáveis por eu estar vindo para Piracicaba são Lucila Piedade Cesta e seu marido Francisco Cesta. Os valores dos ingressos são R$ 30,00 para estudantes, professores e aposentados. Até 72 horas antes, R$ 45,00 .Duração 1h 15´.Teremos cortesia do Café Morro Grande , mimos da Bauducco e o catering dos músicos ficara por conta do restaurante Marrom Glace. A Raizen está dando apoio com a filmagem. E a força do Jairinho Mattos da Rádio Jovem Pan, que será o meu mestre de cerimônias. Vendas pela bilheteria rápida on line, na do teatro (15 às 18) Livrarias Nobel.
E o seu livro quando irá sair?
Sai este ano. Na minha cabeça ele já é um Best Seller. A gente cria a realidade. Criei que será um Best Seller. É a biografia da Betth Ripolli? É um poudo de tudo. Romance,, cultura , auto ajuda.
Relato meus altos e baixos. Hoje sou compositora, tenho quatro CDs gravados, meu quarto CD é inteirinho autoral
Esses CDs estarão a venda em seu show em Piracicaba?
Sim.
Você tem algum apelido conhecido pelos familiares e amigos?
Tenho! BBB – Betth, Brilho,Batom! Minha camisola tem brilho, meu biquíni tem brilho, passo batom depois de tirar a pintura, ao me levantar, antes de tomar café passo batom. Eu quero me olhar e me amar. Quero estar com esse carrinho até os 95 a 100 anos, bem!
Esse carrinho é você?
Esse carrinho sou eu! Todo mundo pega um carrinho para passar nesta vida! Somos um carro, se o deixarmos no relento, na chuva e no sol, sem nunca cuidar dele, ele irá se estragar. Como esse carro que sou eu, vai atravessar a minha vida comigo, vai me conduzir, será meu estereótipo físico. Vou a eventos, palestras, pago cursos. Por que? Para quem não faz nada, não acontece nada! Não ri nem chora, está tudo bem. Considero “O mal como um bem deslocado”. Tudo na vida é semente para uma nova oportunidade. Eu sou responsável por tudo àquilo que me acontece. Sou a prova viva disso.
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