PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS

Jor João Umbeerto Nassif Jormalista e Rasilista

O8 de otobro de 2025

 

 

Coragem que inspira: Dra. Andrea Moreira Menten e o Compromisso com a Vida

Em tempos em que a desinformação ainda insiste em fazer morada, é preciso coragem para se levantar, contar a própria história e, com isso, estender a mão a quem precisa. Foi exatamente isso que fez a cirurgiã-dentista Dra. Andrea Moreira Menten, ao conceder uma entrevista comovente e extremamente necessária.

Sem alardes, e com a serenidade de quem sabe a importância de um gesto, Dra. Andrea compartilhou uma experiência pessoal que pode acometer qualquer mulher — e, surpreendentemente para muitos, também homens. Ao romper com tabus e preconceitos ainda presentes em nossa sociedade, ela não apenas trouxe luz a um tema delicado, como também deu um exemplo poderoso de empatia, responsabilidade social e profissionalismo.

Sua fala vai além do relato pessoal. Ela representa um alerta: atitudes simples de prevenção podem ser determinantes para evitar complicações graves de saúde. E esse é um chamado que atravessa todas as camadas sociais, dos mais favorecidos aos que enfrentam dificuldades no acesso à informação e ao cuidado médico.

A postura da Dra. Andrea reflete o que se espera de todos os profissionais de saúde: comprometimento verdadeiro com o bem-estar coletivo. Seu gesto — honesto, sensível e generoso — pode salvar vidas. Mais do que uma entrevista, sua fala se transforma em um ato de serviço público.

Parabéns, Dra. Andrea Moreira Menten. Que sua coragem continue inspirando muitos outros profissionais e despertando consciência em nossa sociedade.

A senhora é natural de Piracicaba?

Praticamente é como se eu fosse! Nasci na cidade de Conchas, em 3 de maio de 1960, onde o meu pai foi trabalhar como farmacêutico, com três anos de idade já vim para Piracicaba. Praticamente eu sou uma piracicabana! Meu pai era Benedito Moreira Rolla e a minha mãe chamava-se Cleonides, tinha o apelido carinhoso de Nide, Nide Rolla. Tiveram três filhas: eu era a mais nova, com uma diferença de 15 anos da minha irmã, a Sônia era a mais velha e a do meio é a Ana.

O seu pai veio para Piracicaba para trabalhar na área de farmácia?

Sim, ele era o farmacêutico responsável, na época a figura do farmacêutico responsável tinha uma conotação legal diferente, podia abranger mais de uma farmácia,

A profissão paterna influenciou a sua escolha pela área da saúde?

Não!

O ensino primário foi em qual escola?

Estudei no Grupo Escolar Dr. João Conceição, eu morava na Paulista, na Rua 23 de Maio, quando mudamos para a Rua Santo Antônio eu passei a estudar no Grupo Escolar Dr. Moraes Barros. Continuei os estudos na Escola Estadual Professor Elias de Mello Ayres, na Escola Estadual Prof. José de Mello Moraes, fiz o Cursinho CLQ em 1979. Fui estudar em Alfenas, fiz odontologia em Alfenas na Escola De Farmácia e Odontologia de Alfenas (antiga EFOA. integrada a Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL-MG. O curso de Odontologia era de 4 anos.

O que a levou a escolher essa profissão?

Eu era muito pequena, estava na casa da minha irmã, estava brincando de dentista com uma amiguinha, eu achei aquela brincadeira muito interessante, aquilo ficou muito marcado em minha cabeça, tanto que quando eu estava fazendo procedimentos como tratar de dentes, fazer canal, pensava: “É isto que eu quero fazer!” “Eu quero ser dentista!”, desde muito novinha que eu tinha decido a minha profissão! Não tive dúvidas! Hoje eu acho que gostaria muito de ter feito farmácia! Acho muito bonito! Adoro ler sobre medicamentos, eu fiz o mestrado aqui na UNIVAMP, mas não foi na área de farmácia.

A senhora conheceu o seu marido em Piracicaba?

Conheci aqui em Piracicaba meu marido José Otavio Menten. Ele tem uma carreira tanto acadêmica como política de muita dedicação. É raro o lugar em que não me digam: “Ah! Você é esposa do Menten!”. Sempre tecem um comentário sobre ele, sempre positivo.

Vocês tiveram filhos?

Temos duas filhas: Mariana e Marcela. E hoje temos quatro netinhas, duas menininhas de cada uma!

A senhora começou a trabalhar em sua área aqui mesmo em Piracicaba?

Comecei em São Paulo, onde fiquei trabalhando por três anos. Conheci o Menten aqui em Piracicaba, nos casamos e eu voltei para cá. Em São Paulo eu morava na Bela Vista, eu tinha consultório na Zona Leste. O início de carreira sempre fiz clínica geral, aí continuei, fia alguns cursos de especialização em canal, periodontia.

Após retornar à Piracicaba a senhora permaneceu sempre na cidade?Nós s moramos um ano na Inglaterra, meu marido foi fazer um pós-doc ( pós-doutorado), fiz alguns estágios e consegui um emprego, mas que não era na minha área.

Qual foi a sua impressão sobre a Inglaterra?

´´E um país que tem toda a sua beleza, o relacionamento com os ingleses não é fácil, mas foi uma experiência boa.

A senhora veio para o nosso bate-papo vestida cor-de-rosa, inclusive acessórios, como bolsa. Tem algum motivo especial?

Sim! Têm! Como estamos no outubro rosa, fazia muito tempo que eu não usava essa camiseta. Vim para contar um pouco da minha história, foi um momento muito difícil que eu passei, que foi quando eu tive um câncer de mama. Isso foi em 2027, já se passaram oito anos.

Quando você tem a doença, seve nela, depois que a tormenta passa, no início a gente se lembra, as pessoas perguntam, umas pessoas vêm para pedir algum conselho, se veem dentro dessa doença, a gente fica mais ativa nesse momento pós-doença! Depois de um tempo as coisas se acalmam, você sai do tratamento, sai daquelas consultas extremamente periódicas. Você vai tomando um pouco mais de confiança, teve um sucesso, achei que seria oportuno contar um pouco dessa minha história, e de voltar a entusiasmar as mulheres, a terem cuidado com o seu corpo! A se preocuparem com essa doença.

É uma característica feminina ter cuidado com o corpo, com a aparência, frequentam salões de beleza, vestem-se conforme o padrão da moda sugere, a senhora acha que elas não têm a mesma preocupação com a saúde?

Eu aco que elas se cuidam! Eu, por exemplo, cuidei sempre da minha mama, Mas em algum momento eu saí de um caminho que não era para ter saído. Eu acho que hoje, alguma dessas mulheres que você mencionou, que se cuidam, valorizam a autoestima, as vezes vão para o seu médico tem uma diagnóstico: ”Sua mama é densa! Não dá muito para olhar, esses exames não são tão claros, porque tem muita gordura nessa mama!” . Eu tinha muito cisto, e você acaba não indo para exames mais invasivos. Eu nunca tinha feito ressonância da minha mama! Tinha feito mamografias, ultrassons, que são exames extremamente importantes! E eles já te dão um diagnóstico. Mas eu sinto que poderia ter dito: quero um outro exame, já que ela é densa, eu posso fazer? Eu fazia o que tem que ser feito! Eu tinha os meus mastologistas, em algum momento eu saí dessa linha de médico mastologista, fui fazer com os ginecologistas. Não tenho o intuito de discutir o que é área de um e o que é área de outro! Os dois são importantes! Os dois irão conseguir olhar isso. Eu acho que já tinha um problema maior na minha mama, no decorrer da minha vida eu já tinha retirado alguns nódulos, eu tinha cistos que erram os líquidos, eles não iriam virar um câncer. Tive nódulos sólidos que eu cheguei a tirar. Eram fibroadenomas um fibroadenoma é um tumor benigno (não canceroso) da mama, chegou em um momento em que eu me vi com câncer.

A senhora acha que esses sintomas funcionam como um sinal amarelo, de aviso?

Eu acho que nem sempre! É sim uma mama que você tem que olhar mais, você tem que ficar mais focada nela, tendo o acompanhamento de um médico e dos seus exames. Quando você tem o canceras vezes você se sente culpada. Você se questiona: eu errei em algum momento? Eu poderia ter feito alguma outra coisa? Eu acho que não! Isso é uma coisa dos meus sentimentos.

Por que a senhora decidiu falar?

Porque em novembro completara 8 anos que eu tive esse câncer. Foi em outubro que eu descobri, portanto em outubro esse câncer já estava na minha mama. Descobri no final de outubro com um autoexame. O meu objetivo aqui em nossa conversa é o de abrir os olhos e incentivar as mulheres é a sempre se olhar, a sempre fazer um autoexame. Descobri o meu câncer em um autoexame!

O autoexame é complexo?

Não é complexo! Principalmente na hora do banho, erguer o braço, se apalpar, olhar bem o seu seio, ver se não tem nenhum sinal, se não tem um enrugamento, alguma coisa que não esteja certo naquele seio, do jeito que é para ele ser.

É rápido então!

É muito rápido! Pode ser feito uma vêz por mês. Isso vai da disposição de cada pessoa. Quando eu fiz, lembro-me de que fiz com muito cuidado. Eu me apalpei muito e eu descobri esse câncer. Quando eu vi aquele nódulo muito diferente eu já sabia que era um câncer. E aí foi tudo muito rápido, liguei para o meu médico, ele me pediu um exame, eu pedi para a secretária da clínica, disse-lhe que eu tinha urgência, ela já notou rapidamente que era muito sério o que eu estava falando para ela, tinha um exame que seria para após dois dias, ela me ligou no mesmo dia e falou: “Venha que eu consegui te encaixar”. Quando o médico entrou, viu o exame anterior, ele entrou extremamente preocupado. E na hora em que viu o resultado do ultrassom, ele já viu que era um câncer, eu consegui muitas ajudas, de ter uma consulta rápida no meu mastologista, que me foi indicado, eu sabia do trabalho dele, que era um trabalho muito bom, consegui uma consulta com ele muito tarde da noite, saí de lá a meia noite! Com o primeiro exame em mãos. Fiz o segundo exame, foi a ressonância, a biópsia, operei no dia 29 de novembro. Descobri esse câncer em 31 de outubro a 1º de novembro, até o dia 7 de novembro eu estava com todos esses exames feitos.

Qual foi a reação da senhora quando recebeu o diagnóstico?

É horrível! Você fica sem chão! Parece que é uma onda, de uma tormenta, que te pega de surpresa, você entra naquele turbilhão. Quando eu tive o diagnóstico eu falava: “Eu vou me curar, vou fazer tudo que for muito certo, vou me curar! Tinha muita certeza disso! Falei com o meu médico: “- Vou fazer tudo que tiver que fazer!”. Ele disse-me: “Você vai fazer tudo, vai fazer quimio!”. Fiquei muito assustada com a quimioterapia. Ela assusta muito, acho que não só a mim, assusta porque você não sabe exatamente qual vai ser a reação do seu corpo. Se você vai passar bem, se vai ficar muito mal, se vai ter muito enjoo, é uma incógnita! É um medicamento que você nunca tomou nada parecido na sua vida! É agressivo! Para mim foi muito tranquila a quimioterapia! Foram quatro sessões, tem pessoas que fazem muitas sessões. Eu tive muitos anjos da guarda, pessoas que me ligavam, dizendo: “Eu já passei”. Tive algumas pessoas que me marcaram muito. Uma amiga passou quando era muito jovem, um outro tipo de câncer, ela falou: “-Confia nos seus médicos, segue tudo que eles falarem, tenha muita fé e foco e muita coragem que vai dar tudo certo!” Eu lembro-me de que tinha essas palavras! Para você ver como tem conselhos de A a Z, uma outra amiga me ligou e disse-me: “-Eu vou te dar um conselho. Você vai perder o cabelo, vai em um lugar, coloca uma peruca, porque vai fazer muito bem para sua alto-estima. E me deu o endereço. São vários conselhos que você recebe. Agradeci e fiz isso. Hoje se eu fosse dar um conselho para qualquer pessoa que fosse enfrentar isso, e ela me perguntasse isso, como já me perguntaram: “Andrea, eu coloco aquele seu aplique que você colocou? Minha resposta será: “-Não coloca, não gaste dinheiro com isso! Coloca um lenço! Coloca um chapéu! Você vai ficar bem também!”. Só que tem mulheres que a autoestima e a aparência são muito importantes. Você tem que levar em consideração e respeitar todos! Quantas mulheres que eu vejo, totalmente carecas, andando! Eu tive o meu aplique até a hora em que ele não me atormentou muito! Porque aí eu também tirei! Vejo umas que estão de lenço, como eu também usei! Foram várias as situações! Comigo! Agora, cada uma, vai ver sempre o que é melhor para ela. Isso não é o meu foco aqui, o meu foco é de essas mulheres se olharem, como nós estamos nesse mês de outubro, aproveitar esse mês focar se a um tempo não faz a mamografia, ou mesmo se não vai a um médico, que tentem fazer, que tentem ir, que se olhe, olhem o seu corpo, veja se está tudo certo, se você não está sentindo nada diferente, porque eu estou falando isso? Esta semana uma amiga veio me contar que ela estava com muita dor, e que ela sentiu a dor por uma semana, por duas semanas, ela só foi ao médico quando a dor tornou-se insuportável, não era um câncer. Ela demorou, o corpo dela já estava dando mostras de que ela não estava bem, ele foi deixando. Assim como eu tive uma maga, que estava com câncer, ela me telefonou, disse em nossa conversa, que ela via que a pele da sua mamã estava enrugada, tinha alguma coisa, e ela tinha medo, foi só quando a filha dela viu e disse-lhe: “- Mamãe, vamos ver! E era um câncer já avançado.

A senhora foi no momento certo!

Eu fui no momento certo. Isso é muito importante: o diagnóstico precoce!

Qual é a situação atual das pessoas de baixa renda que dependem exclusivamente do sistema público de saúde para obter diagnóstico médico? Existem instituições ou programas que ofereçam apoio específico a essas pessoas, especialmente para exames e consultas com especialistas?

Os postos de saúde funcionam. E neles existe um ginecologista. È muito difícil encontrar um posto de saúde sem ginecologista. Não podemos achar que só o mastologista é que vai resolver isso.Se apessoa tem um câncer ela será encaminhada para um mastologista. Eu vejo que as pessoas que usam o sistema público de saúde e ele funciona. A pessoa passa pelo médico. Antes tínhamos, e acho que ainda tem, são essas caravanas de mamografia. Iam para o Hospital do Amor, Hospital UNICAMP. As vezes eu escuto: “Vai ter caravana para mamografia na Paulista”, eu pergunto para a minha funciona:”-Você fez?”.

A senhora acha que o pessoal deve ficar atento para as comunicações dessa natureza?

Tem ! Aqui em Piracicaba tem a Associação Viva a Vida, é uma associaão que ajuda muito a mulher com câncer, de várias formas! Fica na Rua José Pinto de Almeida, 824

A senhora disse que um dia no banho, resolveu fazer o autoexame e descobriu a sua doença. A senhora já desconfiava de alguma coisa ou foi uma atitude que surgiu na hora?

Eu não estava preocupada! Não fiz o autoexame por estar sentindo alguma coisa! Não senti nada, tanto é que eu estava em um momento de saúde muito boa. Fazia exercícios, não estava com nenhum sintoma de nenhuma doença. Não tinha uma dor de cabeça, uma dor muscular, mas o pensamento foi este: “- Está acabando Outubro Rosa, eu fiz os meus exames no começo do ano, vou fazer um autoexame porque faz tempo que eu não faço”. E eu comecei a fazer, e nem terminei o autoexame! Quando comecei a fazer, na minha cava esquerda eu já vi o nódulo! Eu só fiz isso!

A senhora chorou, entrou em pânico?

Não entrei em pânico. Simplesmente pensei: Isso eu não tinha e isso é um câncer! Eu sabia! Porque ele não estava aí em outros momentos. Eu tinha feito meus exames em fevereiro, era muito pouco tempo. Eu não tive um diagnóstico. Existem as classificações da mamografia: que vai de BI-RADS 0: O até BI-RADS 6. Eu era BI-RADS 2. Significava que eu tinha que ficar atenta, mas não era BI-RADS 3, que já uma situação que você tem que fazer exames mais invasivos.

Nesse dia que fiz o autoexame e constatei a situação, saí dali e fui para o meu médico. Ele me atendeue disse-me: “Isto não está bom. Vou fazer um pedido de exame e você vai fazer.” Fiz o exame em uma clínica, aqui em Piracicaba. Tuos os procedimentos foram feitos aqui. Quando médico entrou e viu o resultado dos exames eu já sabia que era um câncer. Ele também já sabia. Eu chorava e falava para mim mesma: “Como, saudável do jeito que estou me sentindo, eu vou ter que enfrentar todo esse tratamento?

Eu quero ser positiva a isso! Quero só alertar as mulheres a estarem atentas sempre ao seu corpo. Procurar sempre fazer os seus exames, a procurar um médico seja do seu convênio, do SUS, aonde for. Eu acredito no SUS, já vi pessoas serem operadas no SUS. Quero ser otimista. É um tratamento que você vai fazer , você tem grandes chances de cura, enormes! Sou muito positiva a você enfrentar tudo isso! É difícil! Mas você enfrenta! Nisso entra muitas coisas: sua rede de apoio, que é fundamental, ela começa dentro da sua casa, nos seus amigos mais próximos, outros amigos que não são tão próximos e quantas pessoas que não eram tão próximas a mim vieram contar: “Eu também estou passando por isso! O que você me fala!”, até hoje eu escuto pessoas que falam: “Como sou grata a você^! Você me ajudou muito!”. (Nesse momento Andrea emociona-se em lembrar). Essa rede de apoio é emocionante! Ela existe! Ela vem! Não vou citar caso a caso, mas junto com o meu câncer eu salvei duas amigas! A minha irmã e outra amiga. Quando tudo aconteceu comigo, a minha irmã me ligou e disse-me: “Andrea, eu fui olhar os meus exames, fazia muitos anos que ela não fazia um exame, foi então que ela disse que não estava gostando dos resultados dos exames feitos agora. Eu estava no instituto arrumando a minha prótese e ela foi lendo os resultados dos seus exames. Eu disse-lhe: “Vou marcar consulta com o mesmo médico que me atendeu, e vamos levar esses resultados.” Ela foi feliz, o câncer dela foi de baixa agressividade. Ela fez uma quadrantectomia (É uma cirurgia conservadora da mama que remove o tumor e uma margem de tecido saudável ao redor, preservando a maior parte da glândula mamária). Ela fez radioterapia, que também não é um procedimento tão simples.

A outra pessoa era conhecida da senhpra?

Sim, era uma amiga minha, que me ligou após a minha cirurgia, eu estava na cama ainda, de barriga para cima, não podia virar, ela disse-me: “ Fiquei sabendo que aconteceu isso com você, e como que foi?” Eu comecei a contar-lhe, ela ficou em silêncio. Perguntei-lhe porque estava em silêncio. Ela respondeu-me: “Por nada.” Passado algum tempo ela me ligou e disse-me: “Sabe, que quando você me contou eu notei que sentia uma dor constante, marquei imediatamente o meu médico, eu estava com câncer! Ela também se curou porque foi tudo muito rádio. Como elas tiveram outras, que foram dessa forma, que vieram até mim. Algumas diziam que era só um nódulo pequeno, mas que estava apavorada. Eu dizia que não iria adiantar se apavorar. Você tem dois caminhos: ou você enfrenta, se cura, ou você enfrenta. O único caminho é enfrentar, seguir o seu médico, procurar o tratamento. Eu escuto: “No SUS , há muito tempo estou esperando, eu sinto muito isso, eu sempre quero acreditar nas promessas do Ministro da Saúde, que esses dias disse que o SUS iria disponibilizar o silicone para as mulheres que fizaram matectomia. Para a mulher a reconstrução da mama é muito importante.

A senhora chegou a pesquisar o percentual de incidência de câncer?

Pesquisei a incidadencia de câncer em mulheres entre 30 e 35 anos de vida, antes era uma porcentagem de 3% ao ano e hoje já são 5%. Está aumentando. \hoje sou muito preocupada com as minhas filhas. Posso dizer que me preocupo com as mulheres nessa faixa etária. Algumas dizem: “Vou fazer a minha mamografia quando tiver 40 anos de idade!”. Digo: “É? Mas sera? Veja com o seu médico, cada um tem o seu médico e ele dirá quando é o momento certo”. O câncer era mais comum em mulheres acima dos 50 anos, eu fui acometida com 57, essa faixa etária está mudando globalmente, não é só no Brasil.

Quais são os fatores que levam a uma maior incidência de câncer?

O estilo de vida, a obesidade, tabagismo, o stress, falta de atividade física, o uso de alimentos ultra processadosisso álcool, leva a uma combinação de vários fa cores.Eu que não me considero obesa, meu médico diz que eu tenho que diminuir o meu peso! Nunca fui adepta de muita atividade física, passei a fazer Pilates, minha médica disse que eu tenho que fazer musculação, um dos remédios é a musculação, é a alimentação saudável, é o consumo de frutas e verduras.

Há incidência de câncer de mama na população masculina?

Existe sim! Quando eu esyava me cuidando em uma clínica, o marido de uma amiga minha estava também fazendo tratamento para câncer de mama! Eu abordei com maior profundidade o câncer de mama, é o meu testemunho, mas existem outros tipos de câncer, você deve olhar para a sua pele, sias pintas, a proteção solar. Eu reexpus muito ao sol! Quando eu era jovem adorava tomar sol, como laser. Há o câncer de intestino, ele apresenta sinais que deve serem observados: sangue nas fezes, dores. Tenho uma amiga que nunca fez uma mamografia, ela diz: “Tenho medo de descobrir!”. Eu disse-lhe que o medo não vai ajudar em nada, Ele só esta atrapalhando. Medo não é o melhor sentimento que você tem que ter quando você precisa de uma ajuda.

A senhora é religiosa?

Muito! Para mim Deus, Nossa Senhora Aparecida Santa Rita de Cássia, foram fundamentais! Rezei muito p\r\ Santa Rita de Cássia. Uma amiga minha veio em casa, ela entrou chorando, disse-me: “Eu vim trazer esta oração de Santa Rita de Cássia”! Eu a tenho at´´e hoje, até hoje faço muito essa oração. Uma amiga minha que teve o câncer, me deu uma imagem benta de Santa Rita.

Eu acredito que com seu depoimento a senhora vai ajudar muitas pessoas. Além de tudo irá conscientizar e alertar para cuidados preventivos e o benefício da cura.

Eu espero que com o meu depoimento eu tenha levado alguma positividade, coragem, quem esteja enfrentando isso tenha coragem, que vai passar, que vai dar certo. Eu sempre quero agradecer os meus médicos: Dr. Sérgio Bruno Barbosa, meu oncologista Dr. André Marques, ao meu Cirurgião Plástcico Dr. Emiliano Fortes de Araujo. Foram três médicos maravilhosos. E que são meus médicos até hoje!

Atualmente a senhora tem uma vida normal?

Leco uma vida normal! Faço exames periodicamente, cuido da minha alimentação equilibrada.

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