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    Entrevistas

    ENTREVISTA GINA GUERRA DE ANDRADE

    Por ecliente6 de agosto de 2025Nenhum comentário23 Min de Leitura

    GINA GUERRA DE ANDRADE

    JOÃO UMBERTO NASSIF

    Jornalista e Radialista

    Gina Guerra de Andrade é Engenheira Florestal, nascida e criada em Piracicaba, cidade pela qual nutre um amor profundo. Em 1975, foi eleita Miss Piracicaba, e desde então construiu uma trajetória marcada por dedicação, sensibilidade e firmeza.

    Casou-se com um engenheiro agrônomo, com quem teve duas filhas. Durante 30 anos, viveu e trabalhou no Vale do Ribeira, uma das regiões mais pobres e frequentemente esquecidas do Estado de São Paulo. Lá, desenvolveu um trabalho de valor inestimável, contribuindo com seu conhecimento técnico e humano em um contexto desafiador.

    Gina é uma mulher transparente, sincera, culta e sensível. Ao mesmo tempo, é determinada, possui uma liderança natural e impõe respeito com sua presença. Sabe falar, sabe ouvir, e está sempre disposta a ajudar quem precisa. Sua simplicidade é genuína e cativa a todos ao seu redor.

    Atualmente, reside em Curitiba, onde mantém um círculo de amizades ativo e engajado, fruto de sua atuação destacada em entidades como o Rotary e o Instituto de Engenharia, sempre voltada ao bem-estar da comunidade.Todos os anos, Gina retorna a Piracicaba para reencontrar seus colegas da ESALQ. Em cada visita, não consegue conter as lágrimas — de saudade, de alegria, de amor por sua terra natal. Seu sotaque piracicabano permanece firme, como uma marca de identidade e afeto.Piracicaba tem em Gina Guerra de Andrade uma verdadeira embaixadora em Curitiba. Uma mulher de fibra, que leva consigo o orgulho de suas raízes e o compromisso com o bem coletivo


    Gina tem ascendência italiana tanto materna como paterna, sua mãe tem como origem Borghesi e seu pai Latini. Ela carrega consigo características típicas italiana. Inclusive domina o idioma italiano. Têm por habito atualmente aprofundar-se no estudo da psicologia que move o povo italiano. Sua mais profunda raiz histórica. Um povo que por séculos conduziu a humanidade, e a influencia até os dias atuais, particularmente nas Américas, do Norte e do Sul. O que mais surpreende os italianos que visitam as localidades para onde imigraram muitoS compatriotas, é o interesse que hoje a Itália, um país de extensão territorial bem menor do que Estados Unidos ou Brasil. Gina explica os seus motivos, sabe que o idioma italiano é usual na Itália, e parte da Austrina,. embora usem dialetos, os números são de milhões de habitantes. O inglês é uma língua dominante em muitas circunstâncias de importância mundial.

    Gina você nasceu em que dia?

    Nasci no dia 3 de setembro de 1954.Sou filha de Renato Mario Guerra de Andrade e e Antonia Camargo Guerra de Andrade. È interessante que por muitos anos eu não revelava minha idade. Hoje tenho consciência de que ter mais idade tem um significado especial. Esse costume de omitir a idade é uma velha prática que com o tempo está deixando de existir, graças ao processo de maior longevidade, muitos costumes mudaram.

    Você tem filhos?

    Tenho duas filhas, Carolina, ela é Enfermeira Padrão, trabalha na Prefeitura de Curitiba, entrou por concurso, está envolvida no programa Saúde da Família, é uma iniciativa especial dentro da Secretaria da Saúde. E a outra é a Renata, meu pai era Renato. Aliás é um nome muito comum em nossa família, temos vários: parentes com o nome Renata ou Renato. Eu quis dar continuidade, sempre fui uma pessoa um tanto quanto conservadora. Minha filha Renata realizou coisas que eu sonhei e não atingi. De certa forma ela sempre procurou me agradar, e seguindo meu rastro, foi mais longe. Foi Miss Registro. Depois fez a faculdade que eu queria fazer, que era de Direito, hoje é uma advogada conceituada, conversamos sobre Direito, ela sabe que eu gosto do tema. Isso as vezes me desperta o desejo de fazer a Faculdade de Direito, sei que tem muita gente com a idade que estou, ou até mais, que tem outra formação universitária, mas encara o desafio, mais para ganhar conhecimentos novos. Ela realizou um sonho que eu sempre tive.

    Renata, filha de Gina, foi eleita Miss Registro. Hoje atua como advogada de sucesso na Comarca de Curitiba.

    Você nasceu em Piracicaba?

    Nasci em Piracicaba, sou piracicabana convicta, sempre que vou á Piracicaba, na entrada já fico com os olhos marejados, um misto de lembranças e alegria. Estudei na ESALQ, onde fiz Engenharia Florestal. Estudei inicialmente no Grupo Escolar José Romão, na Vila Rezende, o ginásio estudei na Escola Estadual Monsenhor Jeronymo Gallo. Depois fiz o cursinho CLQ, lembro-me que foi junto com o 3º ano colegial, prestei o vestibular e consegui entrar na ESALQ, no Curso de Engenharia Florestal, na época era um curso novo. Sou aluna da 4ª turma. Na verdade eu queria fazer o curso de Direito, mas o meu pai não queria que eu saísse de Piracicaba, não havia o curso de Direito em Piracicaba. Ele argumentava: “Por que você não estuda na ESALQ? Nós temos a melhor escola da América do Sul”. E dizia “Não quero que filha minha saia daqui da cidade!”, coisa de descendente de italianos, conservadores de velhos costumes, aquela coisa de filhos, todos embaixo da asa, os filhos tinham que chegar as 22 horas em casa, aquelas coisinhas que todos conhecem! Todos que são daquele tempo!

    Você tocou algum instrumento na famosa fanfarra do Jeronymo Gallo?

    Tocar eu não toquei, eu destilei! Todo 7 de setembro tinha desfile! Hoje as escolas não participam mais de desfile. Pelo menos não tenho visto. Naquela época todas escolas desfilavam em 7 de setembro! Tinha todo um ritual, aprendia-se a desfilar, ensaiávamos, havia competição entre as escolas, para ver qual tinha a melhor fanfarra, o uniforme mais bonito, o desfile mais organizado.

    Quando você entrou na ESALQ você morava em que lugar?

    Eu morava na Vila Rezende. Tinha que tomar dois ônibus, o ônibus não ia até a agronomia. Tinha que ir até o centro e lá no centro pegar outro ônibus. Depois tinha um carro em casa, que dava para de vez em quando pegar, quando dava eu ia de carro. O meu pai gostava de caminhonetes, ele mandava transformar as cabines simples em cabine dupla, pois na época praticamente não existiam caminhonetes com cabines duplas! Até hoje eu ando de caminhonete! Prefiro ela a um automóvel! Eu andei de bonde, mas foi antes de entrar na ESALQ. Logo depois o bonde saiu de circulação.

    Qual é a duração do curso de Engenharia Florestal?

    Atualmente acho que são cinco anos. Na época eram quatro anos.

    Você lembra-se como foi o trote?

    Você cegava na Escola, ia ao Centro Acadêmico, entregavam o chapéu e eles perguntavam: “-Tem algum apelido?”. Se não tivesse nenhum eles davam. Colocavam o apelido no chapéu e você ia para o desfile dos bichos. Desfilava na cidade. Para as mulheres os trotes eram mais comedidos, um trote que eu recebi foi ter que almoçar em uma república, naquele tempo mulher não podia nem passar em frente a uma república! Eu fui chegando lá me serviram tudo em um penico! Fiquei horrorizada! Disseram-me que era uma tradição da república, e que o penico era limpinho! A república chamava-se “Poioca”. Acabei fazendo amizade com bastante gente da “Poioca”! Se encontram até hoje, fazem uma festa! Era um pessoal meio intelectualizado, um pouco maluquinhos. O Francisco Graziano era dessa república aí. Alguns gravamos o apelido, o nome acabava sendo quase esquecido, o Jair Toledo Veiga, estava sempre na Poioca. Ele casou-se com a filha do Guy Retz que era da SOBAR, uma reflorestadora que tinha diversas fazendas. Esse Guy Retz foi inclusive nosso vizinho em Monte Alegre. Meu pai dava assistência para usinas de açúcar e álcool. Ele trabalhou em diversas usinas, primeiro na Usina de Santa Barbra d’ Oeste, depois na Usina de Monte Alegre, nós moramos lá, Toda vez que vou à Piracicaba passo na frente da casa em que eu morava lá. Depois o meu pai foi para a MAUSA, voltamos para a cidade e fomos morar na Vila Rezende. O meu pai era Engenheiro Eletricista, só que ele começou a atender usinas e passou a se dar muito bem com os equipamentos que fabricavam açúcar. Passou a ser um especialista em usinas de açúcar. Tanto que quando alguma usina tinha algum problema, tanto no Brasil como no exterior: Argentina, Paraguai, Bolívia, ele era requisitado. Ele passou a trabalhar em metalúrgica porque ao dar a assistência, as peças, equipamentos era fornecidos pela metalúrgica na qual ele trabalhava. Ele tinha a solução completa: diagnosticava o problema e resolvia.

    Com isso ele tornou-se uma pessoa muito conhecida no meio da indústria sucroalcooleira?

    Depois de formada, eu fui a um simpósio, alguém me disse: “Você é filha do Mario Guerra?”. Respondi afirmativamente. A pessoa disse-me: “Seu pai é o homem que mais entende de açúcar e álcool no Brasil!”. Foi um momento de grande satisfação para mim! Ele trabalhava muito em usinas de açúcar, com isso nós moramos muito em fazendas de usinas.

    Isso pode ter influenciado na sua formação profissional?

    Fui estudar Engenharia Florestal de forma “voluntária” induzida por ele! Ele sempre teve um lado agrícola. A família do meu pai morava em São Paulo, mudaram-se para Piracicaba foram morar em uma chácara. Próxima a Santa Casa. Antigamente ali havia muitas chácaras. Ele até falava, que se saíssem a noite e chegassem muito tarde, o castigo, era levantar as 4 horas da manhã e tirar leite! Hoje é uma região de deíficos, residências, comércio, clinicas Nesse aspecto, ele gostava muito da vida rural, só que no aspecto comercial ele sempre teve fazenda e sempre teve prejuízo com elas. Era uma paixão pelo campo! Mas muito pouco rentável! Todo final de semana ele queria ter um lugar, um sítio para ir, ele não gostava de ficar na cidade.

    A sua mãe o que achava disso?

    Minha mãe era professora, só que o meu pai nunca a deixou trabalhar. Ela tinha muita vontade de trabalhar na sua profissão. Eles tiveram cinco filhos: Gina, Marta, Renata Maria, Antônio e Renato.

    Só que naquela época, se a mulher trabalhasse estava dando um atestado de que o marido não era competente para sustentar a família! Meu pai era muito “machão” mesmo!

    Em Piracicaba vocês moraram em diversos lugares!

    Sim, primeiro foi no Monte Alegre, depois o meu pai comprou essa casa na Vila Rezende, que tinha sido do Engenho Central, enquanto reformava moramos na Rua José Pinto de Almeida, até terminar a reforma da casa que ele quis aumentar, essa casa era bem perto do Mirante, mais tarde ele vendeu para um advogado que trabalhava com ele. A filha desse advogado está morando lá, a ultima informação que eu tive é que estava à venda. Cheguei até a pensar em voltara a morar nessa casa!

    Hoje você mora em Curitiba?

    Depois que meus pais faleceram, eu não sabia se voltava para Piracicaba ou começava uma vida nova em um lugar novo. A decisão foi por Curitiba, que acabei conhecendo através das minhas filhas que vieram estudar aqui, estávamos morando no Vale do Ribeira, onde não tinha faculdade, não tinha nada. Estava na metade do caminho para São Paulo e para Curitiba. Cerca de 200km de cada localidade. Optei por Curitiba por achar que é uma cidade menos violenta, eu não conhecia a cidade, passei a conhecer através dela, vinha aos fins de semana para cá, sempre que podia eu vinha. Comecei a gostar, achei uma cidade bonita, limpa, moderna, fiquei encantada com Curitiba! Tem muitos parques, e ela tem um lado que me faz lembrar muito Piracicaba, o bairro que eu moro é Santa Felicidade, a igreja mais próxima é a Imaculada Conceição. É igual a Igreja que é ao lado da minha casa em Piracicaba, conhecida como “Igreja do Padre Jorge”, foi um padre que marcou história em Piracicaba.

    Quanto tempo você morou no Vale do Ribeira?

    Fiquei por 30 anos lá! Eu não tinha como sair, na época o meu ex-marido era um colega meu de escola, o único lugar que nós conseguimos os dois ficarem trabalhando, foi lá. Primeiro foi em São Paulo, capital, que eu odiei, não gostava daquela vidinha que era trabalhar para trabalhar! Chegava em casa, mal você acabava de dormir, no dia seguinte você levantava cedo, para trabalhar, ninguém almoçava em casa, aquelas coisas de cidade grande, um lugar em que você era um anônimo, eu não gostava disso, eu gostava daquela coisa de Piracicaba, onde todo mundo conhecia todo mundo, todo mundo ajudava todo mundo quando era preciso, pelo menos naquela época era assim.

    Guna, você tem uma característica pessoal muito rara, caso você esteja falando, se alguém a interrompe, você para a frase no meio e passa a escutar com atenção!

    Eu acho que a gente tem que falar e ouvir! Tem gente que não gosta de ouvir ninguém! È só a pessoa falar, falar, falar…Acredito que temos que falar e ouvir a outra pessoa também!

    Você frequentou o CALQ?

    Frequentei! Tinha uma discoteca onde os estudantes frequentavam, eu ia muito lá!

    Era um lugar saudável!

    Era! A época era outra, as moças da época tinham um comportamento mais conservador, por exemplo eu tinha um pai muito bravo. Ele controlava muito os filhos. Eu me preocupava muito em frequentar algum lugar que não fosse adequado. Eu pensava muito em meu pai. Tudo o que eu fazia eu colocava na balança se meus pais iriam ou não gostar. Acredito que todo piracicabano daquela época era um pouco assim. Piracicaba naquela época tinha as coisas muito bem distintas. Uma das grandes conquistas dos estudantes da ESALQ foi o prédio do Centro Acadêmico Luiz de Queiroz-CALQ, sendo que no térreo havia um teatro de excelente qualidade, os alunos eram atores, grandes diretores montavam espetáculos, entre eles o célebre diretor Fernando Muralha. No andar superior, aos sábados havia os animados bailinhos, as “Discotecas”. Eram abertos ao publico jovem de Piracicaba. Era prédio próprio do CALQ. Foi vendido e reformado para outros fins. A sede do Centro Acadêmico Luiz de Queiroz (CALQ) foi construída como parte da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) da Universidade de São Paulo (USP). A construção foi iniciada em 1881, com o apoio de Luiz Vicente de Sousa Queiroz, e posteriormente assumida pelo estado de São Paulo em 1893, segundo informações da Escola Superior de Agricultura \”Luiz de Queiroz\”. A ESALQ, e consequentemente o CALQ, começaram suas atividades em 1901, na Fazenda São João da Montanha. O edifício central da ESALQ, que abriga o CALQ, foi projetado pelo arquiteto inglês Alfred Brandford Hutchings, informa Pulsar Imagens. 

    A ESALQ, e por extensão o CALQ, foi fundada a partir da doação da Fazenda São João da Montanha ao governo do estado por Luiz Vicente de Souza Queiroz, com o objetivo de criar uma escola agrícola, conforme informações da Escola Superior de Agricultura \”Luiz de Queiroz\”. O projeto, inicialmente privado, enfrentou dificuldades financeiras, sendo assumido pelo estado de São Paulo em 1893. A escola se tornou uma unidade da USP em 1934. 

    Você teve um período em que ficou muito famosa em Piracicaba e no Estado de São Paulo?

    Eu acabei entrando em um concurso, que acabou mudando muito a minha vida. Acho que mais prejudicou do que ajudou! A partir de então passei a receber o tal de bullying, na época não tinha esse nome, na escola, meu Deus do céu! O que faziam comigo! Pregavam fotografias do jornal, teve um período em que eu chorava, tive que ser forte e enfrentar! O CALQ era um local onde a maioria eram estudantes do sexo masculino, estudantes tem uma certa liberdade, , bebe, não pensa no que faz, mas não era uma coisa promiscua, era avançadinho para a época. Mas se você soubesse entrar e se respeitar não tinha problema.

    Um amigo meu dizia: “Nossa Gina, tenho até dó de você, se você ficar quieta em um canto, falam que você é metida, você não conversa com ninguém, se você sai para dançar falam que você está rebolando! Não tinha muita saída! O negócio era pensar: “Vou em frente e confio em mim!”. Esse concurso foi uma coisa meio pesada para mim. Eu estudava em uma escola que só tinha homem! Pensa um pouco! Por outro lado, acho que representei a cidade, não foi legal quando cheguei em São Paulo, acho que tinha política nesses concursos, mudaram as minhas medidas. Na época era a Secretaria de Turismo de Piracicaba que comandava tudo isso, eu levei ao conhecimento deles.

    Você tem quanto de altura?

    Na época 1,75. Para a época era um padrão alto. Depois, quando cheguei no Vale do Ribeira onde todo mundo era baixinho, meu Deus do céu! Eu era um E.T., uma figura marciana! Lá no foi onde perdi os meus dois irmãos, meus pais faleceram, me separei do meu marido. Ele voltou para a cidade dele, que é Assis. Fiquei lá, sozinha com as meninas. Lembro-me de que quando fui para Eldorado, é uma cidade onde todo mundo sai na rua para olhar você. É a cidade do Bolsonaro. É uma cidade muito pequena! Eu morei em uma fazenda ali, quando íamos para a rua, eu e meu ex-marido, falavam: “Nossa! Que homem enorme E que mulher enorme que está junto com ele!”.

    Passeata dos calouros de 1978 em frente à antiga sede própria, prédio localizado na Rua Voluntários de Piracicaba, número 429, Centro da cidade. Foto feita ao CALQ pelo jornal ” O Diário “. Fonte: Acervo do CALQ/ESALQ/USP. 

    Um lugar que cheguei e logo me identifiquei, foi aqui no bairro Santa Felicidade, em Curitiba, onde tem uma italianada alta!

    Retomando o período em que você se consagrou Miss Piracicaba, as medidas da época obedeciam a algum padrão?

    Sim! Tinha como referencia a deusa grega Vênus. Hoje já são outros critérios.

    Já existiam mulheres com tatuagem?

    Nessa época no Brasil era um habito masculino e geralmente de presidiários ou de ex-presidiários. Hoje está na moda, tem muita gente comportada, que tem uma tatuagenzinha. Sempre fui muito conservadora, não consegui mudar meu jeito de pensar.

    Você frequentava os clubes de Piracicaba, o Clube Coronel Barbosa, Clube Cristóvão Colombo, Clube de Campo?

    Eu frequentava mais o Clube de Campo e o Clube Coronel Barbosa. Piracicaba tinha classes sociais bem definidas e clubes sociais para as respectivas classes. Havia uma identificação do indivíduo com determinado ambiente. No Vale do Ribeira isso não existia. Era tudo misturado. O mesmo indivíduo que em um dia estava pedindo esmola para você, ele estava no clube tirando você para dançar! Não tinha distinção nenhuma de classe social lá. Meu irmão que já morava lá quando eu cheguei, disse-me: “Gina, isso aqui é um choque de 1.000 volts na cabeça!” Era mais ou menos isso, porque você não conseguia entender! Moramos em uma fazenda, depois eu fui para Registro, que era a capital do Vale da Ribeira. Fim de semana íamos para Iguape, Cananéia, pegar aquelas praias.

    Você é religiosa?

    Sou católica. Estudei desde o Jardim da Infância até o 3º ano no Instituto Baronesa de Rezende, as irmãs diziam para a minha mãe que eu iria seguir a carreira religiosa!

    No Vale do Ribeira você trabalhava em que setor?

    Eu trabalhava na Secretaria da Agricultura, em São Paulo, eu trabalhava com autorização de desmatamento, o único lugar que estavam querendo gente e ninguém queria ficar era o Vale do Ribeira. Quem ia não aguentava aquele calor medonho, iam pensando que estavam próximos da praia, isto porque a 60 km de lá você já está em Cananéia. Todo mundo ia para lá achando que iria ficar na praia. Era um calor que derretia asfalto na rua! Ninguém acostumava. Como o meu pai tinha uma fazenda lá, ele incentivou a minha ida. Foi o que eu fiz, pedi a transferência e acabei ficando 30 anos, nesse meio tempo meus pais foram para lá também. Quando o meu pai achou que Piracicaba estava ficando muito grande para ele, logo que abriu a loja Jumbo-Eletroradiobrás, pediram para ele a carteira de identidade, ele ficou ofendidíssimo! Em sua indignação disse: “Meu Deus! Estão pensando que eu sou bandido?”. Esta cidade já está grande demais para mim! E foi para lá! Eu não tinha mais motivo para sair do Vale, depois eles ficaram mais velhos. Eu queria estar perto deles. Só saí de lá quando eles faleceram. Aposentei-me. Minhas opções era voltar para Piracicaba ou ir para Curitiba, que eu tinha gostado muito. Achei que voltando para Piracicaba a saudade iria acabar comigo. Eu gosto muito de Piracicaba! Eu não Iria ter uma vida normal. Decidi começar de novo, é para frente que se anda, e vim morar em local bem parecido. Eu cheguei aqui, queria morar no Batel, que é um lugar onde acontece tudo. Eu gosto muito de cachorro, e tenho uma cachorra grande, morar em apartamento seria inviável. O único lugar que tem mais casas, condomínios horizontais, era Santa Felicidade! Ainda me disseram: “-Você não falou que gosta de italianada, é descendente de italiano? Você vai ficar em casa lá!”. Dai acabei vindo para cá! Conforme fui conhecendo percebi que tinha muito a ver com a minha cidade! Até o telefone que eu tenho aqui, o final é parecido com o final do que eu tinha em Piracicaba!. Sem querer, mas foi acontecendo!

    Como aconteceu a história de você ser eleita Miss?

    Eu morava muito perto do Clube Atlético Piracicabano, um dia me disseram: “- Você não quer ir lá, estamos procurando alguém para representar o nosso clube no concurso Miss Piracicaba! Você é pessoa alta, precisamos de uma moça alta!”. Pensei: meu pai não vai deixar! Tenho um pai muito bravo! Em todo caso vou pedir para ele. Cheguei em casa, nessa época eu já tinha entrado na Agronomia, tinha 21anos. Disse ao meu pai: “-Pediram para que eu vá representar o Clube! O que que o senhor acha disso? É concurso de Miss!”. Ele disse-me: “-O que? Minha filha mostrando as pernas para todo mundo?”. Eu disse-lhe: “É o Clube aqui que me chamou!”. Ele retrucou: “Que Clube?”. Disse-lhe: “É o Clube Atlético!”. Então ele disse-me: “Ah é? O Clube das pessoas com quem eu trabalho? Os operários do Dedini?” Foi o Dedini que fundou aquele clube. Ele prosseguiu: “Eu não sabia que você tinha essas idéias de representar as minorias, os menos favorecidos. Se for para representar esse clube eu deixo!”. Eu nem acreditei! Foram umas três ou quatro meninas da Vila Rezende, eles me escolheram. Lembro-me que era a Vanda Gianetti que estava coordenando, casada com o Marinho Ometto. Ela gostou muito de mim, me ajudou, aprender a desfilar, uma série de etiquetas próprias do concurso. Curso disso, curso daquilo. A sair do carro, roupas mais requintadas, em casa não tinha por habito uma certa sofisticação. Éramos pessoas de hábitos simples. Meu pai gostava daquela vida rural, meu tio levava a minha prima no Clube Coronel Barbosa, nos bailes. Meu pai dizia: “Minhas filhas são companheiras do pai! Elas gostam de ir comigo no sítio e nem roupas para ir em baile elas têm!”

    Meu tio argumentava: “Mas eu preciso, para acompanhar as minhas filhas, será que você não deixa elas ires? Eu compro os vestidos para elas!”. As vezes o meu tio comprava o vestido para que eu fosse acompanhar a minha prima que ia muito no Coronel, no Clube de Campo. Depois, maior, eu comecei a ir. Meu pai não gostava daquilo, ele então gostou de que eu representasse esse clube. Fui, quando ganhei o título de Miss Piracicaba, o Clube Atlético ficou tão feliz, ganhei tanto presente deles. Colocaram já na entrada uma foto enorme minha, por esse lado foi uma experiência boa, conheci pessoas interessantes.

    Gina sendo coroada Miss Piracicaba em 1975

    Isso foi em que ano?

    Foi em 1975. Eu era nova, pouco madura, naquela época era bem diferente de hoje. Ainda mais gente do interior, não tínhamos maldade. Houve interesses políticos. Após esse concurso, por uns cinco anos Piracicaba não quis mais participar.

    As coisas mudaram muito, hoje uma mocinha com essa idade dá aulas para nós dois!

    Tranquilamente! Naquele tempo caçoavam de mim na escola! Primeiro do meu sotaque, típico piracicabano, a maioria dos estudantes vinha de fora. Demorou para me livrar disso! Tive que fazer um curso de oratória! Foi um curso rápido. Isso foi há pouco tempo, eu frequento muito o Instituto de Engenharia, sou coordenadora da Câmara Técnica de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e é um trabalho voluntário, achei que era bom começar a frequentar, para não ficar muito desatualizada, para conhecer pessoas daqui eu tinha que ter uma vida social, para ter uma vida saudável. O pessoal na minha faixa etária, se só ficar dentro de casa a demência vem tranquilamente. Então você tem que ter uma vida social! Uma pessoa que foi muito legal, me apresentou à vários grupos. Todo mundo fala que curitibano é fechado, mas depois que você se entrosa e faz amizade, você passa a ser meio que da família deles! Eu comecei a frequentar o Instituto de engenharia, a pessoa que estava coordenando essa Câmara precisou assumir outro cargo, perguntou se eu queria, aceitei e estou frequentando.

    O Instituto de Engenharua do Parabá tem várias Cêmaras Técnicas?

    Exatamente! Tem a Câmara Técnica de Energia, formada por Engenheiros Eletricistas que atuam nessa área, a Câmara Técnica de Arquitetura, outro dia fizemos uma palestra bem interessante, foi sobre reciclagem, um pessoal da Renault, eles estão fazendo um carro de praticamente produtos reciclados. Até o estofamento é de produtos reciclados. Estão usando tecnologia de ponta. São coisas que nem sabia que existia! Essa atividade é uma das coisas que me faz bem, outra é o Rotary Club que eu comecei a frequentar lá no Vale do Ribeira, e frequento até hoje, agora vou assumir como preidente do Rotary Club de Curitiba – Parque Barigui. Foi fundado dentro do Parque Barigui, no Restaurante Maggiore.

    O Rotary tem um significado especial para mim. Pelo fato de eu estar no Vale do Ribeira, separada, com duas filhas, quando me convidaram para ingressar no Rotary, foi muito significativo. No Rotary não entra quem quer, entra quem for convidado. Tem que haver uma ausculta (investigação profunda), antigamente o Rotary era composto só por pessoas do sexo masculino, depois que as mulheres passaram a participar também. Logo que teve essa abertura, já me convidaram. Me senti valorizada.

    Você vem regularmente à Piracicaba?

    Vou todos os anos, no dia 12 de outubro, que é o Dia do Agrônomo e a ESALQ faz as comemorações! Meu ex-sogro, Waldir Max, recebeu uma bela homenagem, ele também fez agronomia. Ele faleceu no ano passado, ia fazer 100 anos! Da turma dele só tinha ele e o Monfrinatto, professor da escola também.

    Você tem algum hobby?

    Eu gosto de cozinhar! Minha especialidade são as massas! Lasanha é o meu prato predileto!

    Você conheceu alguém da família Bolsonaro?

    Conheci a Vania, irmã dele.

    Em nossa entrevista com imagem, posso ver que você mantém uma aparência que indica ser bem mais jovem do que consta em sua certidão de nascimento. Qual é o segredo?

    Gina brinca e diz que é obra da imagem digital.

    Você tem alguma alimentação diferenciada?

    Não! Eu sou gulosa! Tento me controlar! Se eu tiver acabado de almoçar, e alguém vem com uma pizza irresistível, e me oferecer um pedaço, eu vou comer! Ou oferecer um pedacinho de lasanha! Quando percebo que estou começando a engordar tento fazer um jejum intermitente, . es eu não ver comida, não sinto fome!

    GINA GUERRA ANDRADE

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