
Pedro Fúlvio Gerolla: Um Sonho Coletivo e a Magia de Piracicaba
Nas páginas da história de Piracicaba, o nome de Pedro Fúlvio Gerolla ressoa como uma lenda viva, um arquétipo de dedicação e criatividade. Seus momentos, embalados pela memória coletiva de uma cidade vibrante, transcenderam a mera existência de um homem – tornaram-se o tecido encantado que uniu os corações de um povo. O que ele construiu foi mais do que um projeto; foi um sonho, uma obra de magia que transformou Piracicaba em um palco onde a fraternidade e a alegria floresceram como flores raras em um jardim distante, mas ao mesmo tempo, imortal no tempo.
Gerolla, com sua visão e incansável trabalho, conseguiu criar um ambiente onde o possível se desfez nas fronteiras da imaginação. A cidade, antes conhecida por seu charme tradicional, viu-se transformada em um centro pulsante de arte, cultura e interação humana. Ele trouxe para Piracicaba nomes importantes, artistas de renome que, de forma única, tocaram os corações de todos os que tiveram o privilégio de vivenciar sua magia. Era como se ele tivesse o poder de atrair o extraordinário, de capturar o efêmero e eternizar momentos.
Mas, mais do que isso, o impacto de Pedro Fúlvio não ficou restrito aos limites geográficos da cidade. A chama que acendeu no coração de Piracicaba se espalhou, atravessou fronteiras e alcançou outros lugares. Ele não apenas mobilizou a cidade, mas a colocou no radar do país e, por que não dizer, do mundo. Sua capacidade de envolver, de tocar a alma das pessoas, fez com que a cidade deixasse de ser apenas um ponto no mapa e se transformasse em um símbolo de unidade e celebração.
Hoje, ao olharmos para trás, sua entrevista não é apenas uma recordação de um passado recente. É um documento histórico, uma cápsula do tempo que, por meio de palavras e gestos, revela a essência de um momento que se tornou eterno. O que parecia um simples encontro de pessoas, ao longo dos anos, se mostrou como um legado imortal de cultura, fraternidade e alegria que continuará a inspirar gerações.
Pedro Fúlvio Gerolla é o arquétipo da realização do sonho coletivo. Sua história é a história de um povo que acreditou na magia da arte, da fraternidade e da beleza das coisas simples e grandiosas da vida. Ele foi o mestre de cerimônias de um espetáculo que vai além das lembranças – é a própria história em movimento, que, apesar do tempo, nunca se apaga.
Pedro Fúlvio Gerolla nasceu em Piracicaba a 6 de janeiro de 1950. Filho de Irene de Barros Gerolla e Egídio Gerolla, que tiveram cinco filhos.
Casa existente no Bairro Alto, foi de seus avós, Fúlvio a reformou e mora nela, hoje uma área central do Bairro Alto.
Em qual bairro o senhor nasceu?
Nasci no centro de Piracicaba, na Rua São Jeosé entre as ruas Benjamin Constant e Governador Pedro de Toledo.
Na esquina havia um posto de gasolina nas proximidades?
Existiram dois postos de gasolina, um posto, na esquina das Ruas Benjamin Constant e Moraes Barros, era o famoso Posto Petrocelli, onde hoje funciona a a Churrascaria Intersul. Na esquina da Rua São José coma a Rua Governador Pedro de Toledo, havia outro posto de gasolina, os “bichos”, ou seja, calouros, da Escola de Agronomia, vinham tomar banho na mangueira de lavar veículos, para tirar o piche do corpo, aplicado como parte do “trote” era em frente ao Líder Bar, existente até hoje. Onde era o posto foi construído o Edifício Dona Mimi Lopes Fagundes. Na calçada oposta, na esquina, existe até hoje um prédio de dois andares, na parte superior já funcionaram o Clube Cristóvão Colombo, o meu tio me levava para brincar o carnaval lá, quando eu era criança, O Clube após construir sua nova sede social, a cerca de 100 metros dali, no local foi instalada a Rádio Educadora de Piracicaba. Na parte térrea existia a ffucionava o Banco de Minas Gerais, onde trabalhei. O Cristóvão Colombo ficava na parte superior, o meu tio me levava para brincar o carnaval lá, quando eu era criança. Quando o Cristóvão Colombo saiu daquele prédio entrou a Rádio Educadora, depois virou restaurante. Na parte de térrea era a Farmácia São José, do Sr. José Coelho. Na Rua Governador, ao lado havia a Sapataria Henrique, depois tinha a loja da minha avó, a Camisaria Brasil, minha avó era a Maria Panilla Gerolla, conhecida como Mariucha, casada com Virgilio Gerolla. Ao lado ficava a Padaria Inca, que pegou fogo, depois ali passou a funcionar agaleria “O Beco”. Minha avó tinha trabalhandopara a empresa dela 27 costureiras! A casa abaixo, em que eu nasci, era enorme, tanto lá em cima que era mezanino, como na casa de baixo.
Quais eram os artigos que ela produzia?
Camisas, lenços, gravatas. Tinha clientes da elite da cidade. Ela faleceu com 95 anos.
Com tantos clientes de gosto refinado, ela deve ter feito um nome marcante!
Ela tinha muito talento e habilidade comercial, amealhou um patrimônio respeitável. Na época as lojas que faziam sucesso concentravam-se nas imediações, como a Kraide Magazine, A Musical, A Porta Larga, conheci todo esse pessoal. Quando eu tinha meus 12 a 13 anos eu ia até a loja da minha avó, e ficava acompanhando o movimento. Eu queria ajudá-la, atender os clientes.
O senhor morava no centro da cidade, o que era um privilégio na época!
Exato! Depois mudei para a Rua Benjamin Constant, mas tare mudei para a Rua XV de Novembro entre a Rua Governador Pedro de Toledo e Rua Boa Morte, onde hoje é uma loja de calçados. O Bradesco era ao lado.
O senhor estudou em qual escola?
O primário e o ginásio estudei na Escola Sud Mennucci. Tive aulas de desenho com o Professor Archimedes Dutra, Benedito de Andrade, ele morava na Rua São José esquina com a Rua Santa Cruz, dava aulas de português, era poliglota. Tive aulas com o Professor José Salle, Professor Otávio, Professora Therezinha, tive aulas de música com o Professor Rossini, de química com o Professor Demóstenes. Deois fiz Administração no Piracicabano, mas não concluí.
Em que ano o senhor foi contratado pelo banco?
Foi em 1968, imgressei no Banco de Minas Gerais- Bmg Banco Comércio e Indústria de Minas Gerais, foi em 1966, ficava onde é o Edifício Fagundes, em frente era o Banco do Comércio e Indústria de Minas Gerais, depois o Banco Nacional o incorporou. Trabalhei em São Paulo no Banco Comércio e Indústria de Minas Gerai., fiquei por 5 anos lá, em Santo Amaro. Morava a 200 metros da agência, na casa de meus tios. Na época eu tinha 21 anos deidade, já estava há 5 anos no banco, eu tinha mandado o currículo, fui chamado pela matriz, na Rua São Bento, no centro de São Paulo. Naquela época o candidato a um emprego ia até a empresa e perguntava se estavam precisando de funcionário. O envio de currículo era muito pequeno. Quem etava procurando emprego falava com o gerente ou proprietário e perguntava se ele estava precisando de funcionáruo. Era assim!
Aos 16 anos o senhor começou a trabalhar no banco?
Meu pai tinha conversado com o gerente a meu respeito, só que estava difícil porque eu não tinha feito o Turo de Guerra. No fim, após entendimentos, eles me aceitaram, só que exigiram de mim o diploma de datilografia. Fiz o curso em 2 meses, em uma escola de datilografia que existia em cima do Cine Politeama. Entreguei o diploma no banco e passei a trabalhar como contínuo. Entregava correspondência bancária de bicicleta.
Qual era a marca da bicicleta?
Era uma Gallo, verde!
O senhor rodava Piracicaba inteira com ela?
E caí muitas vezes com ela também! Uma boa parte das ruas de Piracicaba eram de terra, na Paulista entregava para o Sanches um aviso, depois ia para a Avenida São Paulo, entregava outro aviso para o Paulo Bortolerro, vinha por cima, entregava outro aviso na Vila Monteiro, as vezes ia para Santa Terezinha na Quimpil. Fazi tudo de bicicleta, não tinha trânsito, não tinha nada!
Em 1070 tirei carta 9carteira de habilitação), comprei um fusquinha, não tinha trânsito, havia três ou quatro semáforos na cidade! Tempo em que havia charretes.
Com o passar do tempo, o meu pai resolveu vir para esta casa, ele reformou-a, mudamos para cá, e então fiquei.
Aqui o bairro como é conhecido?
Bairro Alto. As vezes o correio entrega correspondência como Jardim Elite.
Quando o senhor veio morar nesta casa onde onde reside qual era a sua idade?
Eu deveria ter uns 10 ou 11 anos de idade. A minha mãe nasceu nesta casa! (Nesse momento, Fúlvio me convida a acompanhá-lo até a sala de visitas. Lá, ele me apresenta um quadro que imediatamente chama minha atenção. Nele, vejo uma casa isolada, solitária, em meio a uma vasta paisagem de arbustos e algumas árvores dispersas. A cena remete à tranquilidade de uma típica área rural, onde o tempo parece passar mais devagar, imerso na serenidade do campo.).
Esta é a casa em que estamos! Com o tempo ela passou por reformas, ampliações. O tio da minha mãe que pintou esse quadro. O nome dele era Moisés. A minha mãe trabalhava com a minha avó paterna, na amisaria Brasil. Meu pai vinha namorar ela aqui, onde ela residia com sua família. Meu pai viajava com caminhão, levava pinga para Caxias no Rio Grande do Sul, ia em cartolas, lá lavava a cartola e trazia carregada de vinho para São Paulo. Levava um mês para voltar, era estrada de terra.
Lembra-se a marca do caminhão com o qual ele viajava?
Ele trabalhou tempo com um Opel. Quando eu basci ele estava na estrada! Meu pai gostava do bairro. Antes de mudar para vá,ele no período entre uma viagem e outra, ele vinha conversar com os amigos,sempre me trazia, eu tinha uns cinco anos. Já existia o Bar Quatizinho. Em1958 poucas pessoas tinham televisão, o dono do bar, Augusto Carnio, tinha vários filhos, a sala da frente tinha uma televisão, Quando eu o nasci estava na estrada! Meu pai gostava do bairro. Antes de mudar para vá,ele no período entre uma viagem e outra, ele vinha conversar com os amigos, sempre me trazia, eu tinha uns cinco anos. Já existia o Bar Quatizinho. Em1958 poucas pessoas tinham televisão, o dono do bar, Augusto Carnio tinha vários filhos, a sala da frente tinha uma televisão, preta e branco, já sabíamos os resultados do jogo, só que o vídeo-tape demorava três a quatros dias para passar, ficava toda a garotada senta na sala de, espero o vídeo-tape passar!
Ainda não se sabe há quantos anos existe o Quatizinho?
Minha mãe dizia que quando era menina, com uns 10 anos, já existia o bar. Ela faleceu com 93 anos! Ela nasceu em 1925, só aí são cerca de 90 anos, portanto esse bar tem entre 90 e 100 anos.
Voltando a sua trajetória profissional, o senhor permaneceu em Sçao Paulo por 5 anos?
Eu trabalhava no Banco Comércio e Indústria de Minas Gerais, pedi a transferência para Piracicaba, que ficava na Rua Moraes Barros esquina com a Rua Governador Pedro de Toledo, onde hoje é o Magazine Luiza. Antes ali tinha funcionado a Farmácia do Povo, do José Cançado, depois é que a farmácia se mudou para o outro lado.
Na esquina da Rua Moraes Barros com a Avenida Armando de Salles Oliveira, tem sobrado antigo, embaixo é uma área comercial, ali foi uma casa de tintas. Próximo havia o Nabesco,
Em frente ao Posto Petrocelli havia o Bar e Pensão Paulista. Na esquina da Rua XV de Novembro com a Rua Benjamin Constant, em direções diametralmente opostas, havia o Hotel Jardineira e o Hotel RRegina.NaRua benjamin Constant, onde existe uma Igreja Universal era i Cine Palácio. A Rua São José não era interrompida pela Praça José Bonifácio. Na época eu jogava futebol.
O senhor jogou no E.C, XV de Novembro?
Joguei no Amador do XV. Fui Campeão Juvenil com o XV. Isso em 1967. Eu era Centroavante.
Bom para mar gol! Qual foi a maior goleda da qual o senhor participou?
Teve várias! Cinco a um contra o time de Santa Bárbara, Inter de Limeira. Era goleada do time!
O senhor chegou a conhecer o Mazzola?
Virando a calçada, tinha quatro casas iguais, a irmã do Mazzola morava em uma delas. O sobrinho, filho da irmã dele é o Mazolinha. Nessa área onde existem os sobrados construídos pelo Comendador Romano, era o campo de futebol do Flamengo Futebol Clube de Piracicaba! O Mazolinha, deve ter a minha idade. O Mazzola quando estava de férias na Itália, vinha para cá,
Quanto tempo o senhor jou no E.C. XV de Novembro?
Entre Amador e Juvenil uns três anos. Quando acabava um jogo, tomávamos um banho e íamos até a Praça José Bonifácil para quadrar o jardim. Isso dos 16 aos 18 anos de idade. Dali saiu muitos casamentos! Era uma praça muito bonita! Hoje até mesmo pessoas da terceira idade, em sua maioria, usam tenis.Não tem mais engraxates na Praça! Ainda menino eu ia lá para engraxar o meu sapato, pedia dinheiro para a minha avó.
O engraxate dava uma batidinha na lateral da caixa para o cliente trocar o pé de sapato que estava pronto?
Era a praxe! Na esquina onde éo Banco Safra tinha a Sorveteria Paris, namorava e ia comer pastel e tomar sorvete, o Keije era um dos membros da família japonesa proprietária. Garapa tinha no China, ficava na Rua XV de Novembro com a Rua Boa Morte. Tinha a farmácia Droga XV do João Sachs, depois a pastelaria e garaparia, em frente ao “abriguinho”dw ônibus.
O senhor chegou a frequentar algum clube da cidade?
Eu era sócio do Cristóvão Colombo. Ainda na sede antiga e depois na nova sede.
E carnaval? O senhor frequentou?
Cheguei a ser vice-presidente da Equyperalta nos bons tempos! \cheguei até a desfilar, para substituir um componente que tinha a minha estatura, no dia do desfile ele adoeceu,foi o dia em que desfilei! Isso foi nos bons tempos do carnaval, até 1983, 1984. Os carnavais de Piracicaba eram muito bonitos. Havia uma didputa acirrada entre as escolas de samba entre elas a Zoom-Zoom, Equypelanka, Leão da Paulicéia, Espeto de Prata, Portela, Palmeirão e outras escolas, além dos cordões. Havia a participação de muitas famílias.
E a famosa Banda do Bule?
Era um negócio gostoso! Participei da Banda do Bule! No início alguns amigos com o saudoso Alceu Rigjeto, João Sachs,
Piracicaba, assim como muitas cidades brasileiras, passou por um forte período de industrialização. Na segunda metade da década de 70, uma grande empresa se instalou em nossa cidade. Eu trabalhava no banco, a empresa tinha construído parte de suas instalações e estava fazendo a outra parte. Já tinha funcionários trabalhando na produção. Eu trabalhava no banco, no centro da cidade, ia fazer o pagamento dos funcionários dessa nova empresa Eles tinham aprontado e instaso equipamentos em dois barracões, estavam conbstruindo outros. . Era na terra! O banco forneceu-me um carro, comum. Ia com uma mala cheia de dinheiro e sozinho! Saia da Rua Governador, passava pelo viaduto a Avenida Armando de Salles Oliveira, subia a Avenida Saldanha Marinho, pegava a pista, eu tinha “X” minutos para chegar, senão o segurança vinha ao meu encontro. Uma vez furou o pneu, em frente a Vepira, eu deixei o carro, peguei a mala de dinheiro e entrei na agência de veículos.
Quantos funcionários tinha trabalhando nessa época?
Acredito que por volta de 300 funcionários. Isso foi em 1975. O volume de dimheiro que eu levava era grande. Quando eu ia fazer o pagamento dos funcionárioas ia acompanhado por um segurança deles e do tesoureiro deles. Cada seção tinha 20 pessoas e um chefe. Eu usava a bancada dele para fazer o pagamento. Os funcionários já estavam com o holerite na mão. Meus dois acompanhentes iam comigo para dirimir qualquer dúvida. Eu ia de manã e voltava a noite. Eu tinha que ficar porque tinha o pessoal que entrava as 17:00 horas. Tinha que ser feito o pagamento para eles. Depois o banco colocou um posto fixo, com dois ou três funcionários para atender o pessoal da empresa. Eu não xonseguia ficar em um local fechado. Eu produzia muito para o banco saindo para fazer visitas aos clientes.
Uma pergunta clássica para quem trabalhava na época, no centro de Piracica: o senhor viu a queda do Comurba?
Eu fui registrado em uma loja de tecidos, cahnava-se Santa Rosa, a matriz era em Botucatu. Ficava na Rua D.Pedro II, esquina com a Rua Governador Pedro de Toledo, onde hoje é uma farmácia. Foi meu primeiro emprego, meu serviço era entregar pacotes. Eu tinha 14 anos de idade. Quando fui registrar minha carteira, fui na Rua XV de Novembro, onde depois funcionou a Loja do Bau da Felicidade. Tem até hoje. Em um corredor, o escritório era ali. Eu estava carimbando a Carteira de Trabalho, tinha ir compra selo na Caixa Econômica Estadual, na Rua Prudente de Moraes com Rua Santo Antonio. Ela abria só as 13:00 horas. Para esperar, entrei no Museu de Cera, que funcionava no andar térreo do Comurba. Eu fui um pouco antes de abrir a Caixa, era o primeiro da fila, comprei o selo e vim embora. (Segundo consta o Comurba caiu entre 13:15 e 13:20). Comprei o selo, fui para o escritório, carimbando aminha digital, quando ouvimos um barulho e vimos aquela poeira , achabam que tinha caído algum avião. Fui logo para a loja da minha avó, meus familiares sabiam que eu tinha ido lá, achavam que eu poderia estar morrido. Lembro-me de que no Cine Plaza, que ficava no andar térreo, estava passando o filme “A vida pecadora de Christine Keeler”. Proibido para menores de 21 anos! O Cine Brodaway nos seus derradeiros anos exibia muitos filmes para maiores de 21 anos, maiores de 18 anos. Cheguei a assistir no Cine Plaza o filme “Oscarito em O Homem do Sputnik”.
Foi uma época diferente?
Era uma vida saudável, não digo que hoje não seja, era muito diferente, você tinha muitas amizades, você descia a Rua Governador Pedro de Toledo, conhecia todo mundo. Conhecia os donos de lojas. Lembro-me do Dirceu Pompermayer, um dos proprietários da famosa Casa Dom Bosco. Eu chegava o pessoal diazia: !Olha o neto da Dona Mariucha!” O Arminto Raya, já me colocava dentro da loja, dava-me bola, camisa de time, e ebitava na conta da minha avó.
\o senhor lembra-se da LOBRÁS?
O Toninho era o gerente da LOBRÁS! Ao lado era a Livraria Católica! No outo lado da LOBRÀS havia a Loja Macedônia, de um armênio. Vi quando montaram a Casas Bahia, a Ultralar, A Loja Arapuã, na esquina da Rua Governador com a Rangel Pestana. O gerente era o Olavo. Sapatarias do Alberto Torossian, ele chegou a ter 5 sapatarias na Rua Governadosr cada uma com um nome fantasia diferente.
Por quanto tempo o senhor permaneceu no banco?
Foram 16 anos. Foi em 1979, já era o Banco Nacional. Saí para comprar uma lanchonete, justamente pegado a calçada do Albertinho Torossiam. Na Rangel Pestana. Comprei de Youssef Marom.A Loja Macedônias. Depois fui gerente da Ninos, ficava no meiodo quarteirão0ndestava a Loja Arapuã. A Ninos era de um pessoal de São Paulo. Era do Atílio Fallavigna., ele tinha uma casa de árvores de natal que exportava inclusive para o Japão. A Casa do Bolinha era dele também.Eu que tocava ali, então estava sempre naquele meio. Depois venderam a Casa do Bolinha para a Maria Hena e Helenunha do Basquete. O Sr. Oswaldo tinha uma casa dw drios bem em frente a Porta Larga. Elas mudaram a Casa do Bolinha para lá.
O senhor conheceu Oswaldo Abelha, que tinha uma charutaria, na Galeria situada no centre, ao lado da Catedral?
Conheci! Na época eu fumava e colecionava as embalagens das marcas de cigarro. Fequentava o Di Giacomo, onde hoje é o Super Mercado Jaú, e ao lado ficavam os estabelecimentos Santa Terezinha e Bar Americano.
Onde era o ponto de partida do ônibus que ia para São Paulo?
Ali! Em frente a Galeria,ao lado da Catedral. A AVA – Auto Viação Americana, tinha construído na Rua Prudente de Moraes, em frente a Praça José Bonifácio, a sua agencia de viagem, com vendas de passagens e embarque. Depois foi constrida a Estação Rodoviária. m 8 de junho de 1964, o então prefeito de Piracicaba, Luciano Guidotti, oficializou a denominação da Estação Rodoviária “Presidente Kennedy”
Em frente a Igreja São Benedito, havia o Bar Noturno, de onde saiam os ônibus que iam para Ibitiruna Anhembi eram ônibus da Marchiori. Ao lado da Escola Industrial era a garagem onde ficavam os ônibus deles, tinha aquele pessoal de sítio que vinha xazer as compras na cidade, usavam aquele saco grade de tecido branco. A sapataria Oliveira ficava na Rua do Rosário esquina com a Rua Prudente de Moraes, foi lá que eu comprei a minha primeira chuteira, marca “Olé! . Conheci a Loja da Lua o proprietário era o Jacinto, ficava na esquina da Rua Prudente de Moraes com a Rua Alferes José Catano, onde hoje funciona um restaurante. Era fascinante ver os aeromodelos dependurados em boa parte do teto! Cerca de 50 metros adiante, na Rua Alferes, tinha a Padaria Brasileira. Entre a padaria e a oja da Lua, tinha o Bar Gato Preto, do Massaruto.
Em frente a Padaria Brasileira havia um boche, na esquina da Rua 13 de Maio e Alferes. Funcionava a agência do Correio de Piracicaba. Na esquina oposta existe até hoje um bar. Nós íamos ao CALQ, Centro Acadêmico Luiz de Queiroz, parávamos para tomar cerja nesse bar, que era mais barato. O CALQ tinha um teatro na parte térrea, e na parte superior uma boate de estudantes.
O sistema financeiro não só em Piracicaba, mas também em demais municípios, seria inviável dentro da realidade atual?
Era uma época em que atravessávamos a Praça José Bonifácio, com sacos de dinheiro para depositar no Banco do Brasil! Se a pessoa ia sacar um cheque de um valor mais alto, nós emitíamos um cheque administrativo e íamos sacar no Banco do Brasil!
Em valores atuais, se a pessoa ia sacar 10 milhões, o Banco tinha 50 milhões no Banco do Brasil. Mas na sua agência ele não tinha. E atravessávamos a praça com o dinheiro! Todos os bancos faziam isso! Geralmente íamos em duas pessoas nessas operações.
O Banco do Brasil em Piracicaba funcionama como uma espécie de “Banco Central”!
Todos os bancos não guardavam grandes somas de dinheiro, depositavam no Banco do Brasi. O carro forte vinha só no Banco do Brasil! Já era a empresa Brinks que fazia o transporte de valores.
O senhor andou muito de trem?
Tinha um funcionário da linha de trem, que passava, oferecendo sanduiches, refrigerantes, jornais, revistas. Eu fui com o time no qual jogava, Esporte clube Internacional, fomos jogar contra o Rio-pedrense, em Rio das Pedras. Na época era a Estrada de Ferro Sorocabana. Acabou o jogo, nós estávamos voltando de trem, demorava uma meia hora para chegar em Piracicaba. Um funcionário vinha com uma bandeija, vendendo aos passageiros. Entre elas um litro de conhaque Palhinha! Dois ou três jogadores beberam. Ele cobrou, Eles responderam: “- Como vamos pagar? O senhor nos ofereceu!” . Essa discussão durou o resto da viagem. Eles alegavam que não tinham dinheiro. Achavam que aquilo era uma cortesia. Tivemos que fazer uma vaquinha para pagar! Até hoje lembro-me da figura do garçom! Tinha um bigode virado para cima!
Do meu lado materno eram três irmãos: minha tia , meu tio João e a minha mãe. A minha Tia Belinha casou-se com um maquinista de trem. Ele foi transferido para Moreira, era um local com umas quatro casas, ficava perto de Mairinque. O trem levava de sete a oito horas para chegar lá. Saís as 5 horas da manhã daqui, para chegar as quatro horas da tarde lá. De vez em quando a minha avó ia na casa dela lá, eu tinha uns 10 anos, eu estava de férias na escola, ia junto. Andei muito de trem. Eu pegava o trem as 7 horas, quando era 11 horas estava em São Paulo, Lá eu ia ayé a Praça da Bandeira a pé, lá eu pegava o ônibus para Samto Amaro , decia no Largo Treze.
O Largo Treze já era como hoje?
Não! Mudou muito! Não tinha tanto prédio. Tinha o chines, a padaria XV dos 3 irmãos. E depois as lojas. Eu morava na Rua Capitão Thiago Luz, antiga Rua Direita. Tinha a Loja Exposição
Com o passar do tempo fui me enturmando, fazendo novas amizades, Ao lado do Banco onde eu trabalhava tinha um cartório, o dono tornou-se meu amigo, as vezes íamos eles tinham casa em Itanhaém, fin de semana em que eu não vinha para Piracicaba, ia oara a praia com eles. Chamava-se Joacyr Luz. Montava time futebol, eu jogava nesse time no campeonato amador em São Paulo. O campo de futebol era no São Paulo Golf Club. Nas horas de folga ia ver jogos no Pacaembu, Parque Antártica,Canindé, Morumbi. Permaneci 5 anos em São Paulo. Eu queria voltar para Piracicaba, minha vida estava aqui. Em são Paulo fora esses momentos, vivia-se só para trabalhar, era uma rotina massacrante.
O senhor é vizinho do Quatizinho, quem foi o primeiro dono e fundador do bar?
Há quem afirme que chamava-se Lino, de 1056 para cá foi o Augusto Carneo. Tinha duas canchas de boche, e tinha uma casinha onde ele deixava areia, rodo para usar na cancha, as bolas eram de madeira, após algum tempo de uso as bolas ficavam com defeito, ele punha em um torninho, para deixá-las bem arredondadas. Cada vez a bola diminua um pouco. Depois ele vendeu para o João Quadradinho,
O Rosivaldo Omena, português, trabalhava na Petrobrás, a Judith estuva para ser freira, teve uma excursão de freiras para a Bahia e ela estava lá, ele estava trabalhando lá pela Petrobrás, lá se conheceram, ela deixou o habito e cassaram-se. Esse português veio para Piracicaba. O bar foi passando por vários donos, teve chopeira, pernil, er do Dorta se não me engano, depois veio o Joaquim, em seguida o Sebastião Teixeira, isso já foi em 1970. O Claudio Adamoli foi dono, passou para mim, fiquri 4 anos aí, deois vendi para o Claudio de volta, Eu estava comom o restaurante Chopão, o Racz Center e o Quatizinho. Eram 3 locais ao mesmo tempo. Não tinha tempo para nada. No fundo do Quatizinho tinha uma casa, desocupada, mintamos um time de futebol e fizemos ali a sede.
Qual era o nome desse time?
Esporte Clube Internacional.Vários jogadores depois foram profissionais do XV de Novembro. Eu não quis ir para o XV porque na época tinha três irmãos pequenos, meu pai desempregado, eu trabalhava no Banco e precisava ajudar em casa. Na época bancário e professor tinham status. E eu cursava faculdade. Vários nomes consagrados do futebol paulista passaram prlo Internacional. Lá na frente tinha a seresta do Sr. Pedro Alves. O Toninho e o irmão dele tina a loja de Maquinas de Costura Vigorelli, na Rua XV de Novembro, eu morei em frente a essa loja. O pai deles morava na casa de frente ao Quatizinho, e ele reuniu seus amigos, já bem maduros, e todos yocando. As pessoas ficavam dependuradas, olhando pela janela aque show de veteranos. Amtigamente, quando tinha boche, o pessoal disputava quem iria pagar o jantar. Eram disputas entre o boche da Paulicéia contra o boche do Nhô Quim, e assim iam revezando os bairros. Quem perdia pagava a “janta”, feita no fogão de lenha que existia ali.
A Seresta veio depois do fim do boche?
A seresta passou a dominar, iam até as 4 da madrugada, até o Geraldo Nunes do Jornal de Piracicaba participava, vinha cantar! Vinha o Cobrinha, Pedro Alexandrino, Capitão. Esse pessoal, umas 20 ou 30 pessoas ficavam nos fundos do Quatizinho, onde passa uma rua, bem em frente, ficava a casa dos meus avós, que é esta onde hoje estamos. O volume de pessoas aumentou, o Rosivaldo cimentou o piso e fez um palco no salão principal do Quatizinho. Daquela turma apenas dois estão vivos.
Piracicaba teve uma banda muito famosa, como iniciou?
Embaixo da Rádio Difusora existia o Café do Bule. Wilson Balassini era da aera da Agência de Jornais e Revistas Gianetti que ficava ao lado. Ali nos reuníamos, e sempre fui no centro da cidade, o Celso Elias (Celsinho), Waldemiro Belmudes, Alceu Marozzin Righetto, Idico Pelegrinatti, Antônio Roberto Dihel, Chalita Nohra, João Sachs,Taquara, heidelberg, aby, uiz Antonio Fagundes o Vado do Mirante, Fued Kraide,, Adolpho Queiroz, ghetto, Antônio Roberto Dihel, Chalita Nohra, João Sachs e outros. Nos rwuniamos e sempre em um clima de camaradagem, divertíamo-nos. Com a proximidade do carnaval, alguém sugeriu em fazer uma banda como a Banda da Doroteia em Santos. Assim nasceu a Banda do Bule. Cada um se fantasiava do que queria. Tinha uma caminhonete que tinha uma banda em cima e ia tocando as músicas. Começava no Mercado Municipal, ia pela Rua Governador Pedro de Toledo e cheganso até a Praça José Bonifácio, todos caian debtro da fonte que exiastia no local. Vinham artistas de São Paulo, para desfilarem. O João Sachs saiu vestido de noiva, era tudo escrachado, mas era organizado.
Existe uma linha tênue entre uma brincadeira jocosa e algo sem controle?
Foi o que aconteceu, surgiram muitos foliões, de todas as partes, o que era feito por um grupo de amigos agregou pessoas que não entenderam o espírito da coisa e tiveram alguns desvios de comportamento. O prefeito da época proibiu o desfile na principal rua de comércio de Piracicaba.
Para onde foi o desfile da Banda do Bule?
Começou a sair da Rua do Porto até a Rstação da Paulista. Só que as coisas desandaram. Assim acabou a Banda do Bule.
Você conheceu Lélio Ferrari?
Conheci! Ele montou o novo conceito de “pegue e pague”. Deu certo, ele acabou montando uma rede de supermercados. Naquela época eu tinha um restaurante em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos, na Rua Prudente de Moraes. Chamava-se Chopão.Fiquei por treze anos lá. Cheguei a servir 700 marmitex, depois com cozinha industrial, aluguei uma casa em frente a Padaria Brasileira,
Em frente a Padaria Brasileira, em que local o senhor se estabeleceu?
Ficava ao lado da residência e consultório do Dr. Alfredo de Castro Neves. Tinha um campo de boche e uma casa vazia, Na casa montei uma cozinha industrial, e o restaurant ocupava a área anexa.
O senhor frequentou o Jardim da Cerveja?
Frequentei ! Ali tinha 14 sócios! Eram muitos sócios! Na época da Jovem Guarda todos os cantores vinham aí! Tinha um salão embaixo e outro em cima. Depois o Ubaldo Nechar comprou o Jardim da Cerveja, depois veio o Alberto, ele veio de São Paulo e montou uma pizzaria. No fim parou de fucionar. Parte das instalações virou o Cursinho CLQ. Após muitos anos de funcionamento, o prédio foi demolido e estão construindo um edifício no local.
Em 1977 a Ekyperalta trouxe para cantar no Ginásio Municipal. Lotou o ginásio, com o fundo arrecadado a Ekyperalta fez o desfile de carnaval,
O senhor conheceu o Comendador Mário Dedini?
Eu era pequenininho, mas o conheci, ele ia fazer camisas, lenços, com a minha avó. O Leopoldo conheci na Mausa, quando fui fazer uma documentação do banco. Ele que me atendeu, O Roberto era meu amigo.
Com prefeito, o senhor teve um contato mais próximo com qual deles?
Com o João Hermann Neto, quando o Alberto inaugurou uma choperia, na Rua Moraes Barros, ao lado da Lotérica Ponto Chic, hoje é uma farmácia de manipulação, eu tinha muito contato com o João Hermann por causa de carnaval, o João era uma figura, jogava bola conosco.
Ele era bom jogador de futebol? (Cabe a ressalvar que os jogadores em sua maioria eram semi-profissionais!)
Era ruim! Não jogava nada! O Dr. Mello Ayres também participava. O carnaval estava no auge em Piracicaba. Nós íamos participar de uma festa junina, beneficente, precisávamos qe canequinhas, fomos pedir para o Alberto, ele disse que daria 200. Precisávamos de 1.000! O Alberto disse que o Padre Jorge iria cortar a fita inaugural, já estava certo. Mas se lecassemos o prefeito ele daria as 1.000 canequinhas!
Fui falar com o João, ele disse-me: “-Nesse dia estarei em São Paulo! Só se eu chegar lá em torno de 22:00 horas!”. O Leite era o motorista dele. 10 horas da noite, 10:30, o padre lá, os convidados loucos para tomarem chope. Falei para o Alberto liberar um pouco de chope para acalmar o pessoal. Nisso o João chegou. Foi aquela festa! Nós amanhecemos lá! Jogando truco, Eu e o Barjas, o Barjas foi secretário na Ekyperalta quando eu fui presidente. Eu e o Marino Modolo. O João Hermann tinha sido presidente do SEMAE na gestão do Prefeito Luciano Guidotti.
Quando eu fazia seresta no Quatizinho o Borghesi estava sempre presente. Tive contato com o Thame, ele fazia o científico lá no Sud Mennucci quando eu estava no ginásio.
Não sabia que o senhor tinha sido presidente da Ekiperalta.
O Dr. Dirceu Brasil morava em Limeira, quem tocava a escola era eu. Ele vinha aos finais de semana. Tinha diretoria, era bem-organizada, e deu certo.
O senhor chegou a frequentar o auditório da Rádio Difusora?
Eu ia aos domingos, tinha musica ao vivo, como conjunto Regional D-6 , o programa era patrocinado pelo Café Morro Grande. Lembro-me quando Lair Braga veio de Olímpia para cá. O Dario Correa, da Rádio Educadora e o Santo Pavanelli que nos ajudaram quando a Eqyperalta fez um Show sertanejo, com 18 cantores, para levantar fundos e desfilar no carnaval. Foi no Ginásio Municipal. Veio o Trio Parada Dura, estavam começando. Com o ingresso pagamos os cantores e o que sobrou ficou para a Escola. Se não conseguíssemos esse valo na bilheteria eles iriam cobrir. Quem puxou o carnaval nosso foi o ator e cantor Celso Ricardo. O Fábio Júnior saia pela Zoom-Zoom.
O Teatro São José foi palco de inúmeros artistas, inclusive intenacionais, assisti a quase todos. Entre eles vieram Johnny Mathis, Maria Bethânia, Originais do Samba, Ney Matogrosso que saiu de dentro de um abacaxi.
Naquela época os diretores de Escolas tinham uma credencial que os clubes em que você não era sócio tinha uma mesa reservada para os diretores da Ekipelanka, da Zoom-Zoom, etão ia o casal mais dois amigos, na mesa reservada da Ekyperalta. Era um estímulo. Cheguei a ser diretor do Palmeiras, de Piracicaba, também, o presidente era Ademir Benhagui. Os clubes Palmeiras, Regatas, Ítalo Brasileiro, tinham bons carnavais. O carnaval era em março, nos primeiros dias de janeiro o pessoal já tinha o samba-enredo. Todos os sábados tinha um baile, geralmente chamado de Grito do Carnaval. As Escolas de Samba eram convidadas para apresentarem o seu samba enredo. O carnaval foi excelente em Piracicaba. Acabou em nada!
Sob o ponto de vista do senhor quem matou o carnaval?
O carnaval em Piracicaba sofreu um declínio, com o advento das redes sociais através de celulares e computadores, houve uma mudança radical de hábitos. Os contatos, conversas, diversões era presencial. A nossa sede era na Rua Santa Cruz, entre as ruas Voluntários da Pátria e Regente Feijó, Ali era uma casa o Seu Leonel Famin foi Presidente do Cristóvão Colombo, ele tinha a farmácia ali, ele tinha quatro filhos e uma filha. A casa ficou abandonada. A Ekyperalta começou no Quatizinho, foi fundda em 21 de abril de 1974. Começamos a bater papapo e fomos para uma chácara do José Ricardo Lebrão Pires Ferreira que com Joaquim Pires, eram donos da Pirasa.
O senhor foi dono do Quatizinho em que período?
De 1989 a 1993.
Tem saudade do bonde?
Eu pegava o bonde com o meu avô e ia até o ponto final, na Vila Rezende, depois voltava. Quando estava fazendo o Tiro de Guerra ia a pé, depois ia na casa da minha avó, que morava na Rua São José, saia da Paulista de bonde e descia na Rua XV de Novembro., para tirar a farda e mevestir com roupa civil e ir trabalhar no banco. Todo soldado fardado não pagava nada.
Você conheceu Danilo Sancinetti?
Conheci, era o maestro da Fanfarra do Colégio Industrial! Era uma banda! Quando eles tocavam “Maria Bonita” era um espetáculo!
As escolas de samba começaram com as gincanas?
Exatamente! Começaram com as disputas promovidas pela Rádio Difusora de Piracicaba. Na casa da minha avó que era no centro, o nosso quartel general era um quarto! Tudo que era coisa velha, exótica que estava jogada nas ruas levávamos para lá. O apresentador pedia para apresentarem na rádio objetos curioos, quem levasse primeiro ganharia o prêmio oferecido, Se ninguém conseguisse o prêmio ficava acumulado. Com isso ele agitou a cidade! Uma vez pediram um cinto masculino extragrande. O único que poderia ter era o homem mais pesado da cidade: Hugo Olivetto. Só que outra equipe chegou antes de nós.
Os carros alegícos eram feitos com muito cuidado, tinha engenheiro e técnicos de empresas que nos ajudavam. Tudo era feito com planejamento, mediamos até a altura das treliças que existiam no leito carroçável.