PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 29 de abril de 2020.
Sábado 29 de abril de 2020.
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
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ENTREVISTADO: JOÃO CARMELO ALONSO
ENTREVISTADO: JOÃO CARMELO ALONSO
João Carmelo Alonso, nasceu em Araras a 1 de junho de 1970, filho de Luiz Jannuário Alonso Garcia e Dirce Coser Alonso Garcia, os quais tiveram os filhos João, Pedro e Sueli. Seu avô paterno imigrou da Espanha, região de Almeria, foi para Conchal, a cerca de 40 quilômetros de Araras. Sua avó paterna tem ascendência italiana. O seu pai conservou o idioma espanhol, muitas vezes falava com ele e, com seus irmãos, em espanhol. Joao Carmelo Alonso recebeu o título de Cidadão Piracicabano.
O senhor nasceu e morou em Araras por muitos tempo?
Nasci em Araras, onde estudei, passei em um concurso na UNIMEP – Universidade Metodista de Piracicaba, vim para Piracicaba em 2000.
Qual era a atividade do seu pai?
Meu pai tinha duas atividades: músico, tocava violão e tinha excelente voz. Ele tinha uma dupla sertaneja, gravou CDs, LPs, gravou comerciais de televisão, meu pai tinha uma dupla sertaneja, “Os Folgazões” era o nome da dupla, o nome artístico dele era “Jeca”. (João Carmelo apanha em um móvel farto material que ele conserva, LPs, CDs, fitas gravadas”. Em pesquisa na internet, vemos muitas referências elogiando-o como um grande artista, além de gravações que podem serem vistas e ouvidas. Segundo os comentários dos fãs e conhecedores, um talentoso artista). Meu filho herdou do avô a veia musical, hoje ele toca violão.
Nessa época a música trazia retorno financeiro expressivo?
Meu fazia a música por lazer. Ele foi proprietário de um açougue, evoluiu para um minimercado.
Era muito natural os descendentes de espanhóis terem um açougue.
Era muito comum, a família toda era votada para essa área. Inclusive meu avô materno. Isso tudo em Araras. Depois tiveram frigorífico, chamava-se “Irmãos Coser”
Em Araras o senhor estudou em qual escola?
Estudei na Escola Estadual Senador César Lacerda de Vergueiro, de Araras e depois dei continuidade em outra escola, a Escola Estadual Dr. Cesário Coimbra uma vez a Escola Dr. Vergueiro não tinha todo o ciclo de ensino. Nesta escola, meu tio, José Luiz Coser, irmão da minha mãe foi Diretor da Escola.
Qual era o sentimento como sobrinho do Diretor da Escola?
Na época ele era rígido. Ele está aposentado, mas na época era muito bom. Tinha uma excelente formação pedagógica, o nível de ensino na Escola Pública era muito diferente. Primava pela qualidade, em geral mais exigente do que as escolas particulares.
A seu ver, os alunos, desde o curso primário deveriam ter uma noção básica da Constituição Federal?
Essa matéria deveria estar no currículo escolar. Lembro-me de que nos colégios que estudei, tínhamos que regularmente cantar o Hino Naciona, Hino á Bandeira. Havia a matéria Estudos Sociais, eram abordagens sobre a nossa naciolidade: Direitos, Deveres, Obrigações.
A pessoa que conhece a Constituição Federal, têm em mãos um manual de cidadania, essencial ao seu comportamento social. Isso é desestimulado por determinadas classes que querem ter o pleno domínio da população, por isso há uma pressão para não colocar no plano de ensino?
Já mudou muito, a nossa cultura está mudando! Tivemos uma situação de um país extremamente rigoroso, com determinadas questões políticas, institucionais, passamos para um lado democrático, dentro dessa democracia, criou-se um liberalismo, abriu-se demais, o que foi bom até certo ponto. Até um determinado segmento. Agora estamos tentando recuperar um princípio básico em um país, ´R dessa forma que eu vejo, estabelecer um equilíbrio. Temos nossos princípios familiares, se perdemos esses princípios, dentro das nossas casas, perde-se totalmente o controle. O conceito de família deixa de existir. A modernização é inevitável, mas assusta!
Nós éramos senão em grande parte, mas em um grau bem elevado, conduzidos, induzidos, até mesmo de forma subliminar pelos veículos de comunicação, a tecnologia trouxe a velocidade o fácil aceso às informações. Isso a seu ver nos torna melhor informados?
No tocante a Internet, a Rede Mundial de Computadores poderá ser utilizada tanto para o lado bom como para o lado ruim. Hoje tenho dois filhos, João Vitor e Maria Luiza, como falar que eles não usam internet? Estabeleço limites de uso. É da natureza humana querer conhecer o desconhecido. E esse desconhecido pode trazer consigo problemas. Da mesma forma que dizer para uma criança: “Você vai passar uma hora estudando”. Ou dizer: “ Você irá passar uma hora brincando”.
Com educador, o senhor recomenda o uso do bom senso para com os filhos? Alguns pais transformaram os jogos eletrônicos, celulares em “babás eletrônicas”?
Isso ocorre muito em viagens, restaurantes, A tecnologia é inevitável, mas temos que ter um cuidado constante para o uso dela pelas crianças e adolescentes.
Retornando ao período em que o senhor estudou, havia a opção de fazer o Curso Colegial ou o Curso Científico, qual foi a sua opção?
Fiz o Curso Colegial.
Quais eram os meios de diversão para um jovem naquela época?
Jogar bola, basquete. Meu irmão, Pedro Alonso, foi jogador profissional de futebol. A minha esposa, Lucilei Medeiros Alonso, jogou muito basquete e joga até hoje. Ela jogou no time do BCN aqui em Piracicaba. Na minha infância e adolescência, andava de bicicleta, não tinha perigo, soltava pipa, pião, bolinha de gude. Eram brincadeiras inocentes. Atualmente temos uma realidade diferente, onde tomamos cuidados redobrados. Perdemos a confiança em questões do cotidiano. O tempo mudou, a cidade cresceu.
O senhor acredita que isso irá retroceder?
Não acredito.
Nós temos diferenças sociais e econômicas muito expressivas, alguns afirmam que essas diferenças promovem a violência. Outros afirmam que é inerente ao indivíduo, em decorrência de diversos fatores.
Diferenças sociais sempre existiram, desde a época de Jesus Cristo ! Isso sempre existiu. O nosso país apresenta dentro do contexto internacional uma desigualdade muito acentuada. O Brasil é extenso demais! Cabe a Europa dentro do nosso território! Isso torna a situação de solução muito difícil. Estive conversando com o vice-presidente da Segunda Região do TRT – Tribunal Reginal do Trabalho de São Paulo, o desembargador Carlos Husek, justamente no período em que surgiu a Reforma Trabalhista. Como será aplicada a Reforma Trabalhista para alguns estados extremamente carentes? É impossível!
Na Copa Mundial de 1970 o hino oficial exaltava os 80 milhões de habitante, Em 2020 temos cerca de 210 milhões de habitantes. Ou seja, em 50 anos a população não teve um crescimento e sim uma explosão populacional?
O país explodiu, sem a devida infraestrutura. Veja quanto nós crescemos por década! O Brasil não acompanhou esse crescimento! Crescemos em população! Nós inchamos! Não crescemos na mesma proporção em estruturas, na área social. Com isso nossa qualidade de vida piorou. Não temos estrutura para tudo isso!
Em seu ponto de vista qual é a saída?
O princípio básico é a educação! A educação é um ponto em que é necessário trabalhar, melhorar, gradativamente. Essa mudança não será brusca.
Em sua análise, os nossos detentores dos poderes políticos, estão preocupados ou envolvidos nesse projeto de educação para a população?
Não vejo a preocupação ou empenho necessário. Estamos preocupados mais com questões politicas. Fazer um pré-julgamento de determinadas instituições não é bom, Hoje vejo nossas instituições jurídicas não mais preocupadas com o bem estar do povo. Temos que prestar muita atenção com relação a isso. È necessário haver uma mudança. O que nós faremos com mais de 13 milhões de desempregados? Será que os nossos governantes têm de fato ciência da quantidade de pessoas que estão desempregadas?
O que se comenta é que muitos sobrevivem trabalhando na informalidade.
Se todos trabalharem na informalidade como ficam algumas regras? O nosso maior problema de uns tempos para cá é a corrupção! Isso é fato!
O fator tributário, extremamente elevado, determina a corrupção?
Considero que a corrupção é inerente ao ser humano. Ela existe no mundo inteiro. Só que no Brasil ela é bem mais acentuada, isso para sermos benevolentes. É por isso que chamo a atenção de que as instituições precisam olhar para esse tipo de fenômeno: Corrupção e Poder. Existem várias obras escritas sobre isso, não sou que falo, os livros estão aí! Temos aquele ditado: “Para conhecer a pessoa, dê-lhe o poder ou dinheiro! ”. Não tenho como afirmar exatamente quando tudo desandou, mas infelizmente, hoje todos querem levarem vantagens! Isso impregnou no ser humano! Na sociedade! Não tem como ter controle do comportamento humano, a não ser aquele dado pelo princípio familiar, que é o básico de tudo! Se você ensinar errado para o seu filho ele vai caminhar errado até o final. Irá aprender errado, será um adolescente errado, será um jovem fazendo algo errado. Os frutos disso voltarão aos pais. Confesso que fui um privilegiado em minha vida. Meu pai viveu até os 84 anos. Posso dizer abertamente à todos, quando ele disse-nos: “ Nós não temos dinheiro, mas eu tenho uma situação que eu posso lhes dar, educação e estudo”.
O fator financeiro ao seu ver muda o caráter do indivíduo?
A riqueza, o fato de você ter ou não uma situação financeira diferenciada do seu amigo, do seu colega, não muda o caráter do ser humano. Caráter é o principal ponto. Nome. Sãos os valores que de fato pesam na existência do indivíduo. Seu caráter. O que o seu nome representa. Graças a Deus tenho esses valores.
O senhor é religioso?
Bastante. So católico, devoto de Santa Rita de Cássia, tenho as minhas particularidades espirituais, respeito qualquer outra crença religiosa, Há até uma citação que mostra como muitos agem negando a própria fé, dizem: “Sou ateu. Graças a Deus! ” Isss nada mais é do que um descompasso entre seu íntimo e suas palavras. Sou muito católico, vou a igreja sempre que posso, aos domingos faço questão de ir com a minha família. Faço as minhas orações, procuro passar isso para os meus filhos.
O senhor faz parte de alguma entidade?
Não pertenço a nenhuma entidade. Procuro auxiliar as pessoas de forma anônima. Já pertenci a algumas entidades, fui presidente do Rotary Club Piracicaba Povoador , no período 2010-2011. Tive convites para também pertencer a outras entidades. Para ser integrante de qualquer entidade há a necessidade de dedicação, tempo disponível. O meu tempo é dedicado à minha família, ao meu trabalho e a minha vida acadêmica. Gosto de escrever, de publicar artigos.
Quantos livros o senhor já tem escritos?
Já participei de cinco obras, tenho um livro recém-lançado, na USP- Universidade de São Paulo, da qual faço parte, participo de grupo de estudos.
Voltando um pouco no tempo, quando o senhor concluiu o colegial, qual foi o passo seguinte?
Logo após concluir o Curso Colegial, sofri um acidente de motocicleta, fraturando tíbia e perônio. Na época eu tinha uma motocicleta Honda CB 400, fiquei praticamente seis meses com restrições de mobilidade. Sempre trabalhei, desde criança. Em araras tinha o Clube dos Engraxates, dos 12 aos 14 anos, colocava a minha caixinha verde nas costas, ia para a praça, engraxar sapatos. Eu mesmo engraxo até hoje os meus sapatos.
O senhor dava aquela batidinha na caixa quando o cliente tinha que trocar o pé, para engraxar o outro sapato?
Sim! Era de praxe! (Risos). Usava graxa Nugget ou ODD, preta e marrom. Papai tinha um açougue, trabalhamos com ele por muito tempo.
O cinema era uma das atrações?
Eu ia ao cinema! Assistia muito os filmes dos “Trapalhões”, que na época estavam no auge. Na época havia dois cinemas em Araras. Meu pai permitia que eu saísse desde que as 10 horas da noite estivesse em casa!
Araras é uma cidade com boa qualidade de vida?
Muito boa. Hoje ela deve estar com 150.000 habitantes. É uma cidade bem organizada.
Com um pai rígido como ele permitiu que o senhor adquirisse uma motocicleta potente?
Na realidade meu irmão também tinha uma semelhante!
Vocês eram os “donos” da cidade! Motocicleta nessa época era para poucos!
Meu pai sempre teve um ditado: “Quem tem comércio nunca vai faltar dinheiro no bolso! ” Trabalhávamos em família, eu levantava as 4 horas da manhã para trabalhar. Eu saía para comprar boi as 4 horas da manhã! Ia de Kombi. Não ia dirigindo porque não tinha a carta de habilitação. Com 18 anos, quando tirei minha carteira de habilitação, ia dirigindo. Iam negociava no frigorífico, carregava, descarregava, a vida era sempre agitada. O conceito de açougue, atualmente mudou muito. Hoje açougue é uma boutique onde são vendidos inúmeros produtos. O mercado nessa época, não vendia pão, não vendia leite, não vendia carne, não vendia remédios, não vendia sapatos. Poso afirmar que na minha infância nunca faltou nada. Meu pai sempre teve uma vida simples, em uma situação confortável. Nunca foi de esbanjar. O que o meu gostava de fazer era música, viola!
Na casa dos seus pais eram feitas “migas”, prato típico espanhol?
Minha mãe sempre junto com o meu pai fazia “miga”. Era um alimento muito consistente, poderia passar o resto do dia sem comer nada. Além de ser um prato muito saboroso. Minha mãe sempre foi aquela mãezona, colocava todos os filhos embaixo das suas asas. Ela e meu pai eram muito religiosos. Por muito tempo tivemos fogão a lenha, depois adquirimos o fogão a gás, mas mantendo o fogão a lenha por um bom tempo. Minha mãe fazia linguiça, colocava para defumar. Erra uma vida muito boa. Tanto que o primeiro LP que o meu pai gravou tinha como título: “Vida Boa”. Uma das frases da música “Vida Boa”: “A vida é boa é preciso ter coragem”.
O Curso de Graduação em Direito o senhor fez onde?
Eu morava e trabalhava em Araras e a noite fazia o curso na Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP, isso foi em 1992, o curso ainda era de 4 anos, me formei em 1996. Vinha e voltava para Araras todos os dias, de ônibus, era um percurso em torno de 1:40 horas. Saíamos as 18:00 horas, quando era 19:15 estávamos chegando aqui. Todos cansados, dentro do ônibus o silencio era absoluto. Às sextas-feiras é que relaxávamos um pouco, mesmo assim no sábado eu tinha que trabalhar com papai no mercado. Uma regra que sempre papai dizia: “Primeiro a obrigação, depois a diversão”. Eu adorava, adoro até hoje carnaval.
O senhor saiu fantasiado alguma vez?
Sai nos clubes em Araras! Éramos um grupo de jovens! Os famosos blocos! Em período de carnaval só voltávamos quando o baile acabava, 4 ou 5 horas da manhã. Chegava em casa, tomava um banho e ia trabalhar no mercado, onde trabalhava até as oito da noite. Descansava. No início chamava-se Casa de Carnes Bom Jesus, depois passou a se chamar Mercado Bom Jesus.
Qual foi a reação do seu pai, quando o senhor decidiu estudar Direito?
Ele apoiou! Todos os filhos concluíram curso superior. Formado em Direito só eu. Em 1997 e 1998 fiz um curso de especialização na Universidade, Comecei outro curso na Universidade, quando em 2000 abriu um concurso. Fiz o concurso, fui aprovado como docente, nesse meio tempo saiu da Especialização e entrei no mestrado, em 2002 defendi o meu mestrado e já estava praticamente dentro da Universidade até hoje.
A sua opção pela área Trabalhista tem um fator de motivação?
Tem ! Essa opção pela área trabalhista foi quando eu comeceia estagiar no escritório doo Dr. Luiz Cressoni Della Coletta, em Araras, isso na época em que o estágio não era remunerado. Fiz o estágio após ter me formado, no inicio de 1997 até 2001 fiz estagio com ele. Quando eu já estava na Universidade, como docente, o Dr. Coletta disse-me: “Alonsinho! O espaço nosso aqui é pequeno para nós dois! Você tem muito! Pode crescer demais! Eu vou te dar a sala ao lado, você vai me pagar daqui a seis meses. O número da OAB dele era 14.000 ! Ele era fantástico, Eu estava na minha fase de juventude, tinha 28 anos, o escritório dele ficava no centro, aos sábados , eu voltando dos restaurantes, bares, as quatro horas da manhã, a luz estava acesa, o Dr, Coletta estava trabalhando!
Os cálculos trabalhistas ele mesmo fazia?
Muita coisa ele pedia para que eu fuzesse, outras ele mesmo fazia, e também mandava para o contador calcular. Ele fazia os cálculos a mão. Sem auxilio de máquina calculadora. O que eu admirava nele é a capacidade intelectual daquele homem. Ele tinha uma biblioteca de cerca de 5.000 livros! Você olhava os livros, com aqueles papeizinhos, todos marcados. Ele dizia-me: “Alonsinho! Pega tal caixa no arquivo, quero tal pasta, tal nome.” Eu pegava a escada puxava a pasta, olhava, batia a data, o nome, batia tudo! Eu pensava comigo mesmo: Esse homem está de brincadeira comigo!”. Ele tinha uma secretária, a Andréia, trabalhou 20 anos com ele. Hoje Dra. Andréia, formou-se também. Eu criei esse habito de fazer biblioteca com ele. Ele dizia: “Pega tal Lex, veja na página tal vê se esta falando tal coisa. Entrava na biblioteca, entrava no meio do arquivo, tinha um papel. Eu imaginava: “Não é possível que esse homem vai acertar de novo!”. Isso me chamou muito a atenção! Fui criando esse habito. Ele só fazia trabalhista. Era raro ele fazer divórcio, separação, despejo. Ele dava muita assessoria para empresas, companhias agrícolas, fazendas, em Araras tinha muitas fazendas, praticamente ele me ensinou tudo. Tenho um ditado que levo comigo, até hoje falo dentro do meu escritório, para todos da minha equipe: “ Se você quer ser igual, está cheio. Se quiser ser diferente, são poucos”. Escutei isso depois de muitos anos, do meu professor na USP, Prof. Dr. Nelson Mannrich
O caminho para ser igual é o mais usual. Para ser diferente, existe alguma “receita”?
Eu procuro fazer tudo o que realmente gosto! Primeiro você precisa se identificar com aquilo que você gosta. A Humildade e o Caráter são os primeiros passos. Todas as profissões tem os seus problemas. Todas as pessoas podem falar bem ou mal. Mas, somente você e Deus sabem o que realmente faz. Se voce esta com a consciência tranquila, tudo irá dar certo.
O Direito Trabalhista é visto como uma área muito sensível a mudanças?
O Direito Trabalhista tem dois lados: o lado do empregado e o lado da empresa, do empregador. Sem nenhum demérito, o lado do empregado a Justiça do Trabalho faz o processo para ele. Nesse caso, a peça mais importante no processo é a petição inicial. Se ele não fizer uma boa petição inicial, ele irá perder o processo. Nós temos em Piracicaba, muito bons advogados que só fazem as iniciais, e lutam pelo trabalhador. Como eu vim de um escritório que sempre trabalhou com empresa, posso afirmar que o lado da empresa é um pouco mais complicado. Se você fizer algo de errado, o passivo que você pode dar para a empresa é grande.
As mudanças ocorridas na legislação trabalhista trouxeram muitos impactos?
Acho que ainda está muito cedo, mesmo com dois anos de mudanças trabalhistas da nova CLT, vamos ter muitas mudanças, inclusive agora foi nomeada a primeira mulher do Superior Tribunal do Trabalho, atual Presidente do Tribunal Superior do Trabalho é a Ministra Maria Cristina Peduzzi, ela disse que vai ocorrer novas reformas. Acho que o TST precisa se posicionar em determinados assuntos. É o que venho falando em sala de aula, tem assuntos que o TST não pode fugir mais. Precisa enfrentar. Os advogados, tanto do lado do empregado como do lado do empregador, estão sem saber como é que fazem. Colocam as opiniões, você pode interpretar de um jeito eu interpreto de outro. O direito não é matemática, não é uma ciência exata. O seu direito termina quando? Quando começa o meu!
Grandes reformas trabalhistas foram realizadas no período do Governo Getúlio Vargas, e muitas até hoje não mudaram, O senhor considera essas reformas positivas?
Para a época foram!
O senhor lançou em São Paulo, na Faculdade de Direito da USP o livro “Reforma Trabalhista: Reflexões e Criticas” sob a coordenação de Nelson Mannrich, editado pela LTr. (Nesse momento, relumbrando a trajetória de superação e vitória a emoção domina).
O senhor tem uma relação muito próxima com a USP-Sãp Paulo?
A Universidade de São Paulo em suas áreas de atuação é uma grande referência.
Há uma grande expectativa quanto a referencia trabalhador-empresa, o senhor acredita que deve haver mudanças?
Vai modificar! Acredito que o trabalhador terá que fazer uma requalificação.
FORMAÇÃO ACADÊMICA
Mestre em Direito – UNIMEP/SP – 2002 a 2005 – Área de Direito das Relações Sociais: Direito do Trabalho – orientação da Prof.ª Dr.ª Dorothee Suzanne Rudiguer – título da dissertação: Competência Material da Justiça do Trabalho nos litígios de dano moral em decorrência do acidente de trabalho. Ø Especialização em Direito Processual Civil e Direito Civil – UNIMEP/SP – 1999 a 2001 – titulo do trabalho: Contratos na Área do Direito Comercial Ø Graduação – Universidade Metodista de Piracicaba – 1992/1996. Advogado com inscrição na OAB/SP sob n. 169.361. Coordenador da Escola Superior de Advocacia (ESA – Subseção Piracicaba/SP) – 2013/2014; Diretor Jurídico Esporte Clube XV de Novembro (Piracicaba): de 2008 a 2012; Coordenador do Curso de Pós Graduação Lato Sensu em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho – UNIMEP; Advogado – Procuradoria do Município de Piracicaba – área de concentração:Direito do Trabalho: De 2006 a 2008; Membro Participativo na Fundação da AATRAL (Associação dos Advogados Trabalhistas e Araras, Leme e Região) – Ano 2001/2003; Comissão do Jovem Advogado – OAB/SP – Subseção Araras – 2001 a 2002 Membro de Grupo de Estudo em Direito do Trabalho – GETRAB/USP; Membro do IPOJUR – Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas em Ciências Politicas e Jurídicas.
Professor da UNVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA/SP – UNIMEP
Tempo Integral – desde Agosto de 2000. Coordenador do Curso de Pós Graduação em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho – UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA/SP – UNIMEP – Desde 2006. Professor Orientador de Estágio – Atividade Extrajudicial – JUIZADO ESPECIAL CÍVEL – ANEXO – UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA/SP – Desde 2002 . Professor – “Damásio Cursos Jurídicos” – Unidade Piracicaba – Curso Preparatório para Exame da OAB/SP – De 2009 a 2010 – Direito do Trabalho, Direito Processual do Trabalho. Professor: MBA em Gestão estratégicas de Pessoas. 2009. (Curso de curta duração ministrado/Especialização) – UNIMEP/SP – Disciplina: Direito do Trabalho; Comissão do Jovem Advogado – OAB/SP – Subseção Araras – 2001 a 2002 Membro de Grupo de Estudo em Direito do Trabalho – GETRAB/USP; ØØ Membro do IPOJUR – Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas em Ciências Politicas e Jurídicas.
TRABALHOS PUBLICADOS:
As Inovações Tecnológicas no ambiente do Trabalho: Melhoria ou Perigo? Jornal de Piracicaba, Cidade de Piracicaba/SP. 2014. As atuais mudanças no aviso prévio imposto pela Lei 12.506/2011. Jornal de Piracicaba, Cidade de Piracicaba/SP. 2013. A crise econômica e o Direito do Trabalho. Revista Nacional de Direito do Trabalho, v. 01, p. 01-04, 2010. A ampliação da Nova Lei de Licença Maternidade. Revista Nacional de Direito do Trabalho, v. 01, p. 01-04, 2009. A Ampliação da Competência da Justiça do Trabalho e seus Efeitos com a Promulgação da Emenda Constitucional nº. 45/2004. Revista Nacional de Direito do Trabalho, v. 123, p. 11-16, 2008. O Direito do Trabalho sob a Ótica do Novo Código Civil. Cadernos de Direito (UNIMEP)), v. 1, p. 203-208, 2004. Contratação de funcionários: direito ou violação?. Jornal de Piracicaba, Cidade de Piracicaba/SP, p. A3 – A3, 22 jul. 2012. Regulamentação do Ponto Eletrônico. Jornal do Terras, Piracicaba/SP, 02 abr. 2012. As inovações tecnológicas no ambiente de trabalho: melhoria ou perigo?. Jornal de Piracicaba, Piracicaba, p. 01 – 01, 30 abr. 2011. Ø Juizado Especial Cível e sua função social. Tribuna do Povo, Araras/SP, p. 2 – 2, 03 out. 2002.
CAPITULOS DE LIVROS PUBLICADOS: O Contrato de Estágio no Direito do
Trabalho: Relação de Aprendizagem ou Relação de Emprego?. In: João Miguel da Luz Rivero; Luiz Antonio Rolim. (Org.). Faculdade de Direito: direito e história 1970 – 2005. 01ed.Piracicaba: Printfit Soluções, 2005, v. , p. 167-174.
PARTICIPAÇÃO EM PALESTRAS – PALESTRANTE LOCAL: TEATRO UNIMEP/SP
A importância do Jovem advogado frente a advocacia. (Palestra – OAB/SP – Piracicaba 2015). A Profissão do Futuro para os Jovens no Ensino Médio (E.E.Cesário Coimbra/Araras/SP – 2015).Assédio Moral. 2010. (Apresentação de Trabalho/Conferência ou palestra). Colisão de Direitos Fundamentais no Direito Constitucional Brasileiro. 2005. (Apresentação de Trabalho/Simpósio). Direito do Trabalho e Direito Processual do Trabalho. 2002. (Apresentação de Trabalho/Conferência ou palestra). O Advogado e o Mercado de Trabalho. 2000. (Apresentação de Trabalho/Conferência ou palestra). Palestra na abertura da Semana Jurídica da OAB/SP – Piracicaba – 2016; Palestra Na Câmera Municipal de Piracicaba/SP – A Reforma Trabalhista – 2017; Palestra na Câmera Municipal de Rio das Pedras/SP – A Reforma Trabalhista e a Lei de Terceirização – 2017.ATIVIDADES COMPLEMENTARES: Jornada de Coordenadores e Docentes do Curso de Direito. 2011. (Outra). Lei nº. 11.419/06 – Processo Eletrônico. 2007. (Outra). 44º Congresso Brasileiro de Direito do Trabalho. 44º Congresso Brasileiro de Direito do Trabalho. 2004. (Congresso). III Encontro Nacional de Estágios. 2004. (Seminário). V Congresso Nacional de Direito do Trabalho e Processual do Trabalho do TRT da 15ª Região. 2003. (Congresso).Terceiro Congresso Brasileira de Segurança e Saúdo no Trabalho – Ambientes e Condições de Trabalho. Terceiro Congresso Brasileira de Segurança e Saúdo no Trabalho – Ambientes e Condições de Trabalho. 2002. (Congresso). Globalização e Direito do Trabalho.VIII Workshop. 2002. (Oficina). Segundo Congresso Brasileiro de Segurança e Saúde no Trabalho – Condições e Ambiente de Trabalho. Segundo Congresso Brasileiro de Segurança e Saúde no Trabalho – Condições e Ambiente de Trabalho. 2001. (Congresso).Ensino Jurídico – “Refletindo as práticas pedagógicas “Ensino Jurídico – “Refletindo as práticas pedagógicas”. 2001. (Seminário). Programa de Integração Docente. Programa de Integração Docente. 2001. Seminário de Estudos do Direito. Seminário de Estudos do Direito. 2000. (Seminário). Assistência Judiciária Gratuita – Lei 1.060/50.Assistência Judiciária Gratuita. 2000. (Seminário). OAB e Ampliação do Mercado de Trabalho e Dano Moral no Direito do Trabalho.Palestras Jurídicas. 2000. (Encontro). 26ª Semana de Estudos Jurídicos. O Direito e as consequencias da Modernidade. 1995. (Encontro). 24ª Semana de Estudos Jurídicos. Direito do Trabalho. 1993. (Encontro). IDIOMAS : Espanhol e Italiano