As expressões “na contramão” e “no contrapé” são usadas em diversos contextos, desde o cotidiano até a política, mas o que elas realmente significam e como essas ideias se contrastam?
No trânsito, estar na contramão é estar no sentido oposto ao fluxo natural, um ato que pode ser tanto um erro quanto uma escolha deliberada de ir contra a corrente. No futebol, estar no contrapé do adversário significa ser pego desprevenido, incapaz de reagir a um movimento inesperado. Esses conceitos se aplicam também ao cenário político, onde estar na contramão representa a oposição às ideias dominantes, enquanto estar no contrapé revela a vulnerabilidade diante de uma situação imprevista.
Dentro do cenário político, especialmente em tempos de campanha, a analogia entre a contramão e o contrapé ganham uma camada extra de relevância e interpretação. Durante essas campanhas, estar “na contramão” pode ser entendido como o ato de adotar uma postura ou ideologia que contraria o consenso ou a corrente dominante. Políticos que optam por essa posição geralmente buscam se diferenciar dos adversários, apresentando propostas inovadoras ou criticando veementemente as situações do momento. Essa escolha pode ser arriscada, pois, como no trânsito, ir na contramão pode levar a choques e conflitos. Por outro lado, tal postura também pode ser vista como necessária e corajosa, especialmente se o fluxo dominante estiver levando a sociedade para direções questionáveis.
Nesse sentido, estar na contramão pode transformar o político em um agente de mudança, desafiando normas estabelecidas e buscando redirecionar ao debate público. O conceito de “estar no contrapé” aborda a vulnerabilidade. Em uma campanha, isso pode se referir a momentos em que um candidato ou partido é surpreendido por eventos ou ataques imprevistos, colocando-os em uma posição de defesa ou de reação lenta. Estar no contrapé pode resultar de uma má preparação, da falta de uma estratégia flexível ou da subestimação de adversários e situações. É uma posição que pode ser explorada pelos oponentes para ganhar vantagem, especialmente em debates públicos ou momentos decisivos da campanha.
Em tempos de campanha, as habilidades manuais (representadas pela “mão”) são análogas às ações políticas deliberadas e estratégicas, enquanto as habilidades dos pés (representadas pelo “pé”) são comparáveis à capacidade de manter o equilíbrio e a mobilidade em situações instáveis. Políticos que dominam essas duas habilidades têm maiores chances de sucesso, pois sabem quando seguir o fluxo ou desviar dele, e quando estar preparados para o inesperado.
A utilização das expressões “contramão” e “contrapé” na política é particularmente útil para refletir sobre a importância de uma estratégia bem-calculada, que leva em conta tanto o desafio de confrontar ideias dominantes quanto a necessidade de se preparar para o imprevisto. Em uma campanha, saber quando adotar uma postura contrária ao fluxo dominante ou como reagir rapidamente a uma situação adversa pode ser a chave para o sucesso eleitoral.
Estamos seguindo o caminho certo ou deveríamos, deliberadamente, escolher o
oposto? Em tempos de campanha, essa reflexão é vital, pois a escolha entre seguir o fluxo ou
desafiar as correntes estabelecidas pode determinar o rumo de uma candidatura.
Você e eu, eleitores, podemos pensar naquilo que os candidatos já devem saber, e
escolher aquilo que lhe apetece. Chute e marque o gol!!
Walter Naime
Arquiteto-urbanista
Empresário.