Radio studio recording composition with characters of guest and talk show host talking in one microphone vector illustration
PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS JOÃO UMBERTO NASSIF Jornalista e Radialista joaonassif@gmail.com Sábado 28 de fevereiro de 2017.
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
Uma verdadeira revolução no ensino da música, crianças realizando apresentações musicais aos cinco, seis anos. Graças ao interesse e ao esforço de Rosélys Seghese Alleoni que se deslocou até os centros onde essa nova técnica de ensino é estudada e ministrada, Piracicaba dispõem desse método criado por um gênio, o japonês Shinichi Suzuki, que faleceu no Japão em 26 janeiro de 1998, com quase 100 anos de vida. Com uma sólida formação musical Rosélys aprofundou-se no estudo desse método e hoje oferece aos alunos da Escola de Musica de Piracicaba “Ernst Mahle” a formação musical a partir dos cinco anos de vida. Uma grande descoberta para a humanidade e uma grande conquista para Piracicaba.
2 years old
Rosélys Seghese Alleoni nasceu em Piracicaba a 9 de fevereiro de 1946. É filha de Iracema Seghese Alleoni e Antonio Francisco Alleoni que tiveram cinco filhos: Rosélys, Carlos Alberto, Elisete, Elizabete e Silvana.
Você nasceu em que bairro de Piracicaba?
Nasci na Vila Rezende, na Avenida Rui Barbosa, no primeiro quarteirão, logo após da ponte sobre o Rio Piracicaba. Nossa casa era do lado esquerdo. Sou rezendina, com orgulho!
Os seus estudos foram iniciados em que escola?
Foi no Instituto Baroneza de Rezende, fiz o pré-primário, o primário, comecei a tocar piano com uma das irmãs, a Irmã Clemência.
O que fez com que você se interessasse em tocar piano, sendo tão jovem ainda?
Vários fatores contribuíram, um deles foi a indicação de um dos meus médicos, o pediatra Dr. Tito Gomes de Moraes, em uma das suas conversas com a mamãe ele disse que seria ótimo que eu tocasse piano, iria me proporcionar um bem estar maior. Na época eu tinha algumas limitações para locomoção sem auxilio de alguém. Minha mãe atendendo a indicação do Dr. Tito colocou-me no curso de piano. A minha madrinha, Inês Seghese, irmã da mamãe, deu-me de presente um piano, que conservo até hoje. Nessa época eu tinha entre seis a sete anos. Isso foi me incentivando.
Quando você viu o piano que tinha recebido como presente, qual foi o impacto que ele lhe causou?
Ele chegou todo encaixotado, a minha casa tinha uma escada, foi uma emoção muito grande. Foi um presente que eu nem esperava em ganhar. Até então eu não tinha piano em casa, tinha as aulas no colégio e estudava lá. Sempre gostei bastante de tocar piano.
Qual era a atividade profissional do seu pai?
Ele começou com uma fábrica de vassouras, iniciou com seu irmão, Irineu Alleoni, a vassoura chamava-se “Marabá”. (O grande artista plástico, Marco Antonio Cavallari reconhecido mundialmente, por suas inúmeras obras expostas em muitos países sendo talvez uma das mais conhecidas pela mídia a reconstituição a partir do crânio da cabeça de Josef Mengelecomponente do primeiro escalão nazista, Cavallari tem seu nome como escultor no laudo oficial da polícia brasileira, alemã, israelense e americana. Em entrevista dada para esta coluna afirmou que muito jovem começou a trabalhar, conforme suas palavras: “Sei fazer vassoura de piaçava, fazia quarenta dúzias por dia, isso na Fabrica de Vassouras Marabá”.) Depois ele teve um sócio, o Ferreti. A fábrica começou com o meu avô, Antonio Alleoni. A nossa casa era na Avenida Rui Barbosa e eles tinham a indústria em um barracão na Avenida Maria Elisa. Permaneceram por alguns anos, depois se mudaram, meu pai construiu a nossa casa na Rua Dona Eugênia, e ao lado um barracão onde atualmente tem casas e prédio construídos no local. Quando mudei para essa casa eu tinha uns 10 anos. Você formou-se como pianista?
Sou formada em Piano pelo Conservatório Dramático e Musical de Piracicaba. Também sou formada como professora primária, antigo Magistério ou Normal no Colégio Piracicabano. Posteriormente estudei com a pianista Maria Dirce Rodrigues de Almeida, com quem aprendi toda a parte pedagógica do ensino do Piano. Sou graduada em Educação Artística pela Universidade Metodista de Piracicaba- UNIMEP.
Você lecionou piano?
Fui professora de Piano no Conservatório Dramático e Musical de Piracicaba por 25 anos. Em 1982 passei a lecionar na Escola de Música de Piracicaba, hoje Escola de Música de Piracicaba “Maestro Ernst Mahle”.
Você sempre buscou aprimorar sua técnica participando de diversos cursos.
Fiz o curso de Visão Científica da Pedagogia da Técnica Pianística com o Professor Luis Carlos de Moura Castro – Texas USA. Princípios de Técnica Pianística com o Professor Alfeu Araujo. Freqüentei Cursos de Técnica Pianística com Dirce A. Camargo, Olga Normanha, Beatriz Balzi, Maria Helena Pacheco Ferraz, Fernando Lopes e Professor Alfeu Araujo, M.Helena P. Ferraz, Fernando Lopes, Alfeu Araujo. Participei dos Master Classes com os pianistas Luis Carlos Moura Castro (USA), Estela Caldi, Daisy de Luca. Estudei harmonia e flauta doce com o maestro Ernst Mahle. Participei de inúmeros cursos referentes a Iniciação Musical e Pedagogia Pianística. Como professora do Iº e IIº Graus (Curso Técnico, reconhecido pelo MEC) tive vários alunos que conquistaram prêmios em Concursos Nacionais e Estaduais como Concurso Jovem Instrumentistas do Brasil, Magda Tagliaferro, Souza Lima e Art Livre Em 2005 obtive da Suzuki Association Of The Americas em curso realizado em Lima, Peru o Certificado de Capacitação para Ensino do Método Suzuki para Piano, com crianças a partir de 4 anos. Recebi a Capacitação em Filosofia e Leitura Musical, com a Professora Caroline Fraser, em Lima, Peru. Em 2009 participei do curso “Toda Criança é Capaz”, ministrado pela Associação Suzuki das Américas com a professora Shinobu Saito, teacher tainer da Associação Suzuki Americana (SAA). Em setembro de 2009 participei do curso “Lectura Musical Com El Metodo Del Lingua Materna” com a professora Caroline Fraser, do Peru reconhecida pela Associação Suzuki das Américas (ASA), como professora de capacitação do Método Suzuki para piano e coordenadora de piano pela Associação Suzuki do Peru. Em 2011 participei do Curso de Rítmica Dalcroze, ministrado pelo Professor Iramar Rodrigues (Suiça). Em 2013, com Caroline Fraser, Peru, Curso Sobre Método Suzuki. Em junho de 2014 tive a participação no 1º Encontro Internacional de Pianistas de Piracicaba, assistindo a palestras e masterclasses com as pianistas e professores João Paulo Casarotti e Leslie Spotz (USA).
Shinichi Suzuki A beautiful heart = a beautiful tone
Além desses cursos todos, você tem realizado ações culturais em Piracicaba?
Criei o Recital Mirim, para dar oportunidade aos musicistas mirins de 5 a 11 anos se apresentarem. Criei o Concerto para a Juventude, onde jovens tenham a oportunidade de mostrar o seu trabalho em todos os instrumentos e voz. Fui por 5 anos secretária da Sociedade de Cultura Artística de Piracicaba.
O que é o Método Suzuki?
Esse método foi criado por um filósofo, educador, músico. Ele viveu na época da Segunda Guerra Mundial, ele percebeu que as crianças estavam ficando muito tristes nesse período, ele queria fazer alguma coisa para que elas tivessem um pouco mais de alegria. Começou a estudar como a criança aprende a falar. De que forma ela aprendia. A criança aprende a falar antes de ler e escrever: ouvindo e repetindo. Ele percebeu que a criança tinha muita facilidade independente da língua: japonesa se morasse no Japão, alemão se morasse na Alemanha. As crianças aprendiam com muita naturalidade a língua do local onde morasse. Ele passou a estudar de que forma ela aprendia e passou a aplicar isso no sentido de que forma ele iria ensinar a música. Dessa forma toda criança é capaz: ouvindo e repetindo. Shinichi Suzuki criou um método fantástico, as crianças aprendem com muita facilidade, é muito lindo ver esse desenvolvimento.
Suzuki Violin Book 4 Graduation Recital, 5 years old.
First concert – 2 year old violinist
Violin graduation concert, Gossec Gavotte
Você tem alunos com que idade?
Começo a lecionar para alunos a partir dos cinco anos. Já até realizaram recitais!
A seu ver qual é a importância da música para o ser humano?
É incalculável.
Como você descobriu o Método Suzuki?
Através da leitura, pesquisas, internet. Busquei o máximo que consegui. No Brasil esse método começou no violino, no Sul do Brasil. No piano encontrei em São Paulo algumas professoras que tinham ido buscar o método, mas não eram habilitadas a ministrarem aulas sobre o método para professores. Para ser training (O processo ou a rotina de quem treina) são necesários muitos anos de estudos além de uma série de pré- requisitos para ensinar professores do Método Suzuki. Nem é a minha pretensão. Eu quero é trabalhar mesmo com alunos, com as crianças. Depois de muita procura fiquei sabendo que no Peru tinha o Método Suzuki para piano. Fui para o Peru, juntamente com a professora Luciane Penati.Prmanecemnos por 10 dias fazendo toda a filosofia. O método é uma filosofia. O método não envolve apenas o aluno e o professor, trabalham os pais, aluno e professor. Shinichi Suzuki afirma que o método é uma mesa de três perninhas, se uma das pernas não existir o método já não funciona.
Esse método de aprendizado pode ser aplicado para outras matérias além da música?
O Kumon acho que é meio parecido. Fiquei até com vontade de fazer o Kumon para ver se tinha alguma relação (Kumon é um método que visa desenvolver o autodidatismo nos alunos de forma individualizada, A palavra designa além do nome do fundador Toru Kumon o método de estudo. Acredito que haja alguma relação, mas não sei definir qual seria essa relação. Há semelhanças, é diário, no piano é dito que “você tem que praticar todos os dias que você come” o tempo não é tão importante, no começo a criança tem pouco material, se ela ficar cinco minutinhos no piano é maravilhoso. A criança vai criando esse hábito, os pais têm que estar muito presentes, eles assistem a aula com a criança, ela não fica sozinha.
Isso não é meio complicado?
No Brasil é muito complicado quando envolve essa parte familiar. Tenho aluno em que os pais estão sempre presente, não importa se são 10 ou 15 minutos. Com isso o menino deslancha, vai muito rápido. Outros aluninhos vão para a aula e ninguém toma conhecimento. Torna-se mais complicado.
Caso a criança esteja sob os cuidados de uma pessoa da família, avó, por exemplo, ela pode participar?
Já tive casos em que a avó participava. Frequentava a aula e depois trabalhava com a criança em casa. Criança de cinco anos não irá lembrar tudo que eu disse à ela. Os pais têm essa missão, de ser o professor em casa. Orientar a criança. Isso é importante porque o professor fica pouco tempo com a criança. No inicio damos só meia hora de aula. A concentração dela é ainda muito pequena. Com o passar do tempo percebemos que a concentração da criança vai aumentando de uma forma visível.
É um trabalho que não se limita a música, abrange a mente humana?
Trabalhamos com o ser humano, com o indivíduo. Ele irá aprender muita coisa: raciocínio, memorização, concentração, disciplina, postura, coordenação motora, percepção auditiva, sensibilidade, musicalidade, socialização, ritmo, afinação, auto-estima. Há um leque muito grande de benefícios, não é o simples fato de estar tocando piano. A criança que estuda música é centrada, tem um objetivo a alcançar. No ensino ele tem várias metas, ela vai alcançando essas metas. Ela irá aprender a trabalhar em sua vida.
Algumas famílias ainda têm algum preconceito, de que o filho torne-se um músico, e em decorrência das distorções, principalmente na música popular, isso pode comprometer o futuro profissional do jovem.
Na verdade nunca ouvi nada a respeito. Os meus alunos eu não tenho como objetivo em torná-los profissionais. Irá tornar-se um musico profissional se for a vontade dele. Estou fazendo o meu papel de pedagoga para ele adquirir conhecimentos, ter uma apreciação musical, saber ouvir uma música, alguns escolhem essa carreira. Tive dois alunos que seguiram e hoje são bem sucedidos, um está nos Estados Unidos e a outra viajou para o exterior, atualmente está na Escola de Musica de Piracicaba fazendo doutorado. Escolher uma carreira é uma iniciativa muito pessoal. Posso até falar que a pessoa tem talento. Mas a iniciativa e decisão são da pessoa. Tive alunas ótimas, hoje uma é médica e outra é advogada, a música serviu para a vida delas, enfrentar platéia. Cada vez que você sobe no palco é um enfrentamento, você está “dando a cara para bater”.
Pânico de Palco ou “Stage Fright”, por Luiz Carlos de Moura Castro
RECITAL POR LUIZ CARLOS DE MOURA CASTRO
Você tem um grande número de apresentações?
Identifico-me mais com a área de pedagogia, gosto de ensinar. É o meu ponto forte.
Quando um aluno vai se apresentar o seu coração bate forte?
Nesse instante estou junto, com certeza! Temos que estar sempre incentivando, motivando.
Existe o inverso também, aquele aluno que não progride de forma alguma?
Eu nunca falo nada. As mudanças são muito grandes. Já tive alunas ótimas que desistiram e péssimas que se tornaram pianistas maravilhosas. Por isso não podemos falar nada. É uma coisa que às vezes vai fluindo, então tem que deixar. Vou até o ponto em que a pessoa diz que não quer mais.
Ou seja, é praticamente impossível definir o ser humano?
Nunca se pode dizer: “Você não tem capacidade para isso, então não pode fazer!”. A vida dá tantas reviravoltas, que as vezes a pessoa tem um estalo, uma luz.
Somos 200 milhões de habitantes, porém não temos a mesma proporção de interessados em musica clássica.
São poucas famílias que ouvem música clássica.
A tão decantada musicalidade brasileira tem atingido alguns limites abaixo de qualquer comentário, isso é a força da mídia?
É a mídia. Os veículos que atingem a massa popular não transmitem musica erudita, basta olhar o que é transmitido pela televisão. São raríssimas as apresentações, e mesmo as vezes assistimos na TV Cultura alguma coisa. A música é assim: “Se você não ouve você não gosta”. Se você ouvir cinco vezes uma peça de Villa Lobos irá amar. Agora nunca ouve, ou ouve uma única vez, não vai gostar. Não vai gostar nunca! Tem que ouvir, a gente precisa ouvir! Tem que degustar a música.
A diferença do teclado para o piano é muito grande?
É bem grande! Desde a parte técnica, o teclado é baseado em um sistema eletrônico, ele não tem peso e também você não pode mostrar o seu sentimento. Já está gravado, não dá para transmitir. Quando alguém está tocando piano há pessoas que não transmitem nada e outras estão tocando musicas tão simples e conseguem passar isso para você. É aonde está a beleza. O João Pedro Carlini Garcia é um menino de 10 anos que ganhou o premio de musicalidade, para mim foi o maior premio. Ele conseguiu sensibilizar o júri.
Música e saúde estão interligadas?
Muito. Todo ser humano não pode viver sem música. Seria muito triste se vivêssemos em um mundo sem música, ela está presente em todos os momentos, felizes, tristes, a musica influencia muito no nosso interior. Existe a musicoterapia, não é a minha área, mas deve ser muito linda também. NOTAS
·SOCIEDADES MÉDICAS DE PIRACICABA, ANTECESSORAS DA (APM) ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE MEDICINA SEÇÃO REGIONAL DE PIRACICABA 19/01/1950 RESUMO HISTÓRICO
Diversas entidades médicas foram fundadas em Piracicaba antes da fundação da Regional da APM de Piracicaba, porém, todas tiveram vida efêmera. Segundo o relato do Dr. Oswaldo Cambiaghi em seu livro “MEDICINA EM PIRACICABA” (contribuição à sua história) – 1984 – foram as seguintes:
CENTRO MÉDICO – fundado em 13 de maio de 1913, por iniciativa do Dr. José Rodrigues de Almeida, teve como presidente o Dr. Torquato da Silva Leitão e secretário o Dr. José Rodrigues de Almeida.
SOCIEDADE MÉDICA DE PIRACICABA – fundada em 2 de julho de 1924, tendo à frente o Dr. José Rodrigues de Almeida, a primeira diretoria foi constituída pelos profissionais: Presidente, Dr. Coriolano Ferraz do Amaral; Vice presidente, Dr. Orestes Pentagna e Secretário, Dr. Francisco Simões da Costa Torres.
SINDICATO MÉDICO DE PIRACICABA – 13 de setembro de 1931 por iniciativa do Dr. Rosalvo Salles, iniciaram-se os trabalhos para a fundação do sindicato e elaboração do seu estatuto. Finalmente, no dia 3 de outubro de 1931, foi fundado o Sindicato Médico de Piracicaba com a presença Prof. Dr. Franklin de Moura Campos. Sua primeira diretoria ficou assim constituída: Presidente, Dr. Galdino Ferreira de Carvalho; Secretário, Dr. José Rodrigues de Almeida; Tesoureiro, Dr. Francisco Alves Corrêa de Toledo; Membros do Conselho Deliberativo: Dr. Coriolano Ferraz do Amaral; Dr. Júlio César de Mattos; Dr. Fernando da Rocha Paes de Barros e Dr. Francisco de Assis Jorge Monteiro.
SOCIEDADE DE MEDICINA E CIRURGIA DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA – em 25 de janeiro de 1947, fundava-se a sociedade dos médicos da Santa Casa de Piracicaba, com a finalidade de promover reuniões mensais de caráter médico científico e a Mesa Administrativa sorteava Bolsas de Estudos aos Membros do Corpo Clínico e ao mesmo tempo o Corpo Clínico proporcionava Bolsas para o comparecimento em congressos e cursos de aperfeiçoamento no país e no exterior. Na primeira reunião ordinária estiveram presentes os seguintes médicos: Dr. José da Cunha e Oliveira Júnior, Dr. Caio Ferreira Carneiro, Dr. Samuel de Castro Neves, Dr. Tito Gomes de Moraes, Dr. Irineu Bacchi, Dr. José Pessoa de Aguiar, Dr. Raul Machado Filho, Dr. Zeferino Bacchi, Dr. Bernardo Dias de Aguiar, Dr. Fortunato Losso Neto e Dr. João José Corrêa. As diretorias eleitas foram assim constituídas (1947): Presidente, Dr. Raul Machado Filho; Secretário, Dr. Bernardo Dias Aguiar – (1948): Presidente, Dr. João José Corrêa; Secretário, Dr. Wanderley Fonseca. Em 1950 a Associação Paulista de Medicina que abrigava aos médicos da capital, graças aos trabalhos dos professores Dr. Jairo de Almeida Ramos e Alípio Corrêa Neto decidiram estender seu âmbito de ação também para o interior, criando as seções regionais e filiadas. Em Piracicaba, o grande batalhador para a instalação da regional foi o Dr. Luiz Gonzaga de Campos Toledo (Dr. Lula) e, sendo na época o Presidente de Sociedade de Medicina e Cirurgia o Dr. Nelson Meirelles, que reconhecendo a importância desse acontecimento, decidiu, em conjunto com outros colegas, paralisarem temporariamente as atividades da Sociedade para dar apoio a fundação da Regional da APM de Piracicaba.
ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE MEDICINA – SEÇÃO REGIONAL DE PIRACICABA – A Associação Paulista de Medicina (APM) fundada em 29 de novembro de 1930, abrangia os médicos da Capital de São Paulo, porém com a reforma do Estatuto em 1948, todos os médicos do Estado passaram a integrá-la, incorporando-se a ela as várias sociedades já existentes. A partir dessa data, o Dr. Lula, que era Delegado do Departamento de Previdência não mediu esforços e após três reuniões de Intercâmbio Científico e Cultural com Diretores da APM, decidiram fundar a Regional de Piracicaba e depois de mais outras tantas reuniões preparatórias, no dia 19 de janeiro de 1950, na sede da Legião Brasileira de Assistência (Società Italiana de Mutuo Socorso), instalou-se a Assembléia Geral de Fundação com a presença de 38 médicos (fundadores), foi eleita por voto secreto, a primeira.
Diretoria que ficou assim constituída:
Presidente – Dr. Tito Gomes de Moraes Vice presidente – Dr. Bernardo Dias de Aguiar 1º Secretário – Dr. Plínio Alves de Moraes 2º Secretário – Dr. Ben-Hur Carvalhais de Paiva Tesoureiro – Dr. José Cunha e Oliveira Júnior 1º Orador – Dr. Fortunato Losso Netto 2º Orador – Dr. José Wenceslau Júnior
Entretanto, o Dr. Tito, presidente eleito, renunciou ao cargo alegando que por justiça o presidente deveria ser o Dr. Lula. O Vice presidente, Dr. Bernardo convocou a Assembléia Extraordinária, quando compareceram 29 sócios e o Dr. Lula recebeu 27 votos válidos, tendo ainda 01 em branco e 01 destinado a outro colega. A primeira sede foi instalada no Edifício Leitão, na Rua Alferes José Caetano, esquina com a Rua São José. Posteriormente passou a funcionar na Santa Casa, onde todos os membros do Corpo Clínico eram associados. Nessa época a Regional de Piracicaba estava integrada pelas seguintes cidades: Capivarí, Santa Bárbara D`Oeste, São Pedro, Águas de São Pedro, Tietê, Laranjal Paulista, Cerquilho, Rio das Pedras, Pereiras, Charqueada, Rafard e Santa Maria da Serra.
A IDÉIA DA SEDE PRÓPRIA – Em 1959, sob a presidência do Dr. Alcides Aldrovandi, realizou-se em Águas de São Pedro o VII Congresso Médico da APM. Foi aí que sedimentou a idéia de que a Regional necessitava da sua sede própria e assim os companheiros da diretoria se puseram em luta. Esse sonho já vinha sendo alimentado pelo Dr. Lula há muito tempo e não estava morto.
PRIMEIRA CASA DO MÉDICO DE PIRACICABA – inaugurada no dia 11 de agosto de 1962, no 12º andar do Edifício Lúcia Cristina, Rua XV de Novembro, 802. A Regional de Piracicaba comprou um apartamento e o Departamento de Previdência da APM o outro, assim a Casa do Médico ficou com a cobertura do prédio. Esse mérito é do Dr. Alcides Aldrovandi, sua Diretoria e aos Diretores da APM nas pessoas do Dr. Edson de Oliveira, Dr. Henrique Melega e Dr. Nicolau Oppido Sobrinho.
SEGUNDA CASA DO MÉDICO DE PIRACICABA – a cidade foi crescendo e aumentando o número de médicos. A sede ficou pequena e já não comportava para as atividades científicas, culturais e sociais, pois quando se construiu a primeira sede éramos 50 médicos, 12 anos após passou a ser cerca de 200. Desta vez, coube ao Dr. Legardeth Consolmagno, iniciar os trabalhos para a construção da nova Casa do Médico. Sob a presidência do Dr. Legardeth foi nomeada uma comissão pró construção da “Nova Casa do Médico”, que ficou assim constituída: Dr. João José Corrêa, Dr. Arthur Campanhã Affonso, Dr. João Carlos Sajovic Forastieri, Dr. Benito Filippini e Dr. Geraldo Ferreira Borges. Adquirido o terreno de 1.000 metros quadrados e doado ao Departamento de Previdência por escritura lavrada no dia 25 de julho de 1975, sendo presidente da APM o Dr. Henrique Arouche de Toledo. Contratou-se a firma L M P K – Engenharia Projetos e Obras Ltda., para elaborar os projetos e orçamentos. No dia 15 de agosto de 1976, foi lançada solenemente a Pedra Fundamental e em 27 de agosto de 1977, foi inaugurada a Nova Casa do Médico de Piracicaba na Avenida Centenário, 546, com seus 640 metros quadrados de construção, tudo muito simples, o máximo que foi possivel com as dificuldades da época e sem nenhuma ostentação, empregando sempre o material mais econômico.
UTILIDADE PÚBLICA – A Associação Paulista de Medicina – Seção Regional de Piracicaba é reconhecida de UTILIDADE PÚBLICA pela Lei Municipal nº 361, de 6 de junho de 1953, quando era prefeito o Dr. Samuel de Castro Neves.
Dr. Legardeth Consolmagno Piracicaba, 10 de julho de 2003
ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS apresenta MÚSICA DE CÂMARA Luiz Carlos de Moura Castro, piano Sexta-feira, 29 de agosto de 2008, às 17h30min. Direção Artística André Oliveira e Guilherme Bernstein Produção Artística Nikolai Brucher Realização Patrocínio Petrobrás Sobre o Artista Luiz Carlos de Moura Castro Natural do Rio de Janeiro, Luiz Carlos de Moura Castro graduou-se em piano pela Escola de Música da UFRJ e pela Academia Lorenzo Fernandez. Posteriormente, realizou ainda estudos de aprofundamento na Academia Franz Liszt, em Budapest. Em 1968, a convite de Lili Kraus, tornou-se professor da Texas Christian University e atualmente integra o corpo docente da Hartt School of Music em West Hartford, Connecticut. Além disso, Moura Castro leciona na Catholic University, em Washington D.C., na Escola de Música Juan Pedro Carero, em Barcelona e retorna anualmente ao Brasil para lecionar Master Classes nos Seminários de Música Pro-Arte, no Rio de Janeiro. Nos anos recentes, Moura Castro atuou em diversos festivais internacionais no Brasil, na Argentina, na Bélgica, na Itália, em Portugal, na Espanha, no Japão, no Canadá, na Venezuela e nos Estados Unidos. Além disso, realizou palestras e concertos em Ekaterinenburg, na Rússia; em Rovello, na Itália e em Praga, na República Tcheca. Como membro da American Liszt Society ele organiza anualmente o Festival Liszt do Rio de Janeiro. Como concertista, o pianista já se apresentou com diversas orquestras, incluindo a Orquestra de Câmara de Lausanne; a Orquestra da Rádio de Lisboa; a Filarmônica de Turim; a Sinfônica de Yaroslav, na Rússia; e as orquestras de Dallas, Fort Worth, Hartford e Syracuse, nos EUA, além de todas as grandes orquestras brasileiras. Sua carreira solo inclui recitais no Piccolo Scala, em Milão; no Teatro Ghione, em Roma; na Sale Gaveau, em Paris; no Palau de la Musica, em Barcelona; no Rubinstein Hall, em S.Petersburgo e no Merkin Hall do Metropolitan Museum de Nova York. Sua discografia inclui mais de 30 CDs para os selos Ensayo (Espanha), Euterpe (Suiça), L’Art (Brasil) e Musical Heritage (EUA). Entre suas gravações mais recentes estão o 2º e 3º concertos e as Variações Paganini de Rachmaninov, a Rhapsody in Blue de Gershwin, o Momoprecoce de Villa-Lobos, os dois concertos de Liszt, canções brasileiras com Maria José Montiel, o quinteto com piano de Henrique Oswald, obras de Schubert, a 2ª Suite para piano a 4 mãos de Rachmaninov com Bridget de Moura Castro, obras brasileiras para violoncelo com Guerra-Vicente, Noturnos de Chopin e os cinco concertos para piano de Beethoven com a Orquestra Sinfônica da Venezuela. ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS Avenida Presidente Wilson 203, Castelo Rio de Janeiro – RJ, CEP: 20030-021 Tel.: (21) 3974-2500 www.academia.org.br academia@academia.org.br A Música que Machado ouvia (Clube Beethoven) Joaquim Antônio Callado Flor Amorosa (1848-1880) Alexandre Levy Tango Brasileiro (1864-1892) Ernesto Nazareth Odeon (1863-1934) Batuque Francisco Mignone Valsa de Esquina No3 (1897-1986) Frederic Chopin Noturno op.15, No2, em Fá# menor (1810-1849) 4 Mazurcas 3 Valsas Heitor Villa-Lobos 3 Peças do Carnaval das Crianças (1887-1959) Manhã da Pierrete A gaita de um precoce fantasiado O ginete do Pierrozinho Robert Schumann Carnaval, op.9 (1810-1856) Ao longo do séc.XIX, a ascensão da classe burguesa no Rio de Janeiro levou a um crescente interesse pelo piano, que representava valor agregado e ostentação nas casas das famílias de classe média e fazia parte da educação das meninas. Surgiu assim uma demanda que estimulou o desenvolvimento de um comércio musical de pianos,edições, composições, arranjos e sobretudo do ensino de música. Joaquim Antonio Callado foi um dos primeiros chorões cariocas e seu trabalho contribuiu significativamente para o desenvolvimento e estabelecimento do gênero. O chôro “Flor Amorosa” de 1880, com letra de Catulo da Paixão Cearense, éconsiderado a sua derradeira composição. Alexandre Levy foi um dos primeiros compositores eruditos brasileiros a tentar estabelecer uma identidade nacionalista em sua música. O Tango Brasileiro de1890, apesar da evidente influência da habanera espanhola, apresenta ao mesmo tempo uma sonoridade com características bem brasileiras. Ernesto Nazareth iniciou seus estudos ao piano com sua mãe, passando em seguida por outros mestres. Na composição foi um autodidata, aprendendo com as obras de outros compositores, sobretudo Chopin, cuja escrita pianística tanto influênciou seu estilo. Atuou como pianista em casas de música e no cinema mudo e compôs mais de uma centena de polcas, maxixes, tangos e valsas. Nelas, revelam-se aspectos marcantes da musica brasileira, em especial do cenário musical carioca do final do séc.XIX.
Francisco Mignone entrou para a história da música brasileira como autor de grandes obras sinfônicas como “Festa nas Igrejas”. Porém, com o pseudônimo de Chico Bororó, produziu também um grande número de obras em linguagem popular, e estas
duas vertentes viriam a se fundir nas valsas de esquina, onde a linguagem popular aparece com uma roupagem formal erudita. A música para piano representa quase a totalidade da produção musical do compositor polonês Frédéric Chopin e sua importância para o desenvolvimento da escrita pianística no séc.XIX é única. Afastando-se gradualmente das grandes formas, como a sonata, Chopin optou por também dedicar-se à elaboração das pequenas formas, contribuindo para o estabelecimento de sua importância dentro do repertório romântico. Como resultado, deixou-nos uma grande quantidade de valsas, mazurcas, noturnos, scherzos, prelúdios e outras pequenas peças que ajudaram a moldar a música para piano do romantismo brasileiro. O pianismo brasileiro indubitavelmente atingiu um ápice na obra de Heitor Villa-Lobos, que, mesmo não sendo um grande pianista, desenvolveu uma escrita extremamente individual. O Carnaval das Crianças é um ciclo de 8 peças com temática carnavalesca composto em 1920. Posteriormente, em 1929, o compositor transformou esta suite em uma fantasia para piano e orquestra intitulada “Momoprecoce”. Ao lado dos mais de 250 lieds, as obras para piano representam a maior parte da produção de Robert Schumann, um dos mais emblemáticos compositores do Romantismo alemão. O Carnaval op.9, uma de suas obras mais conhecidas, foi composto em 1835. Trata-se de um ciclo de 22 pequenas peças para piano que são unificadas através do emprego de um motivo recorrente representado pelas notas Lá – Mib – Dó – Si, na nomenclatura musical alemã A – S (soa como Es) – C – H, que seriam as letras musicais no nome do compositor (SCHumAnn