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    Entrevistas

    DIRCE DE MATTOS ROSSI E JOÃO CARLOS ROSSI (PADARIA SÃO JOÃO)

    Por João Nassif20 de julho de 2013Nenhum comentário16 Min de Leitura
    Radio studio recording composition with characters of guest and talk show host talking in one microphone vector illustration
    PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
    JOÃO UMBERTO NASSIF
    Jornalista e Radialista
    joaonassif@gmail.com
    Sábado 20 de julho de 2013.
    Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
    As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
    http://blognassif.blogspot.com/
    http://www.tribunatp.com.br/
    http://www.teleresponde.com.br/

    ENTREVISTADOS: DIRCE DE MATTOS ROSSI E JOÃO CARLOS ROSSI (PADARIA SÃO JOÃO)

                           DIRCE MATTOS ROSSI E SEU FILHO JOÃO CARLOS ROSSI

    O tempo parece ter congelado a imagem dos prédios onde funcionou a Padaria São João e ao lado a residência do seu proprietário. O toldo que protegia do sol e da chuva, sanfonado, em metal, tão comum na época ainda permanece no mesmo lugar, como testemunha de milhares de pessoas que entraram e saíram daquele estabelecimento. Situado a Rua Alferes José Caetano, 2.167, a 50 metros da Avenida Dr. Paulo de Moraes, do lado direito de quem vai seguindo o sentido bairro-centro. Vizinha a duas quadras e meia , na Rua da Boa Morte existia a Padaria Jacareí, que permanece em atividade até hoje. Ambas atendiam públicos distintos. Acima da linha do trem da Companhia Paulista não havia nenhuma padaria, os moradores dessa área serviam-se da Padaria São João. O pão pré-fabricado, que é levado ao forno apenas para assar, é um produto relativamente recente. Os armazéns e alguns bares vendiam pães já prontos fornecidos pelas padarias da cidade. Com a instalação da padaria Suiça, na Praça Takaki, boa parte da clientela passou a se servir da mesma. Mais tarde a denominação dessa padaria passou a ser Padaria Takaki. Sendo que a então Padaria Suissa, já com nome modificado passou a funcionar em outro local, na Avenida Nove de Julho, 1068, no Bairro Jaraguá. Para contar um pouco da história da famosa Padaria São João, Dirce de Mattos Rossi e seu filho João Carlos Rossi,nascido em Piracicaba a 24 de janeiro de 1948, que por anos a fio trabalhou na fabricação e entrega de pães contam um pouco da história vivida por eles.

                                                              DIRCE MATTOS ROSSI
     

    Dona Dirce a senhora nasceu quando?

    Nasci a 24 de outubro de 1920, na Rua do Vergueiro em Piracicaba, meus pais são Manoel Cesar de Mattos e Amália Paschoalotto, tiveram dois filhos eu e meu irmão Orlando, já falecido. Quando eu tinha dois anos e sete meses de idade minha mãe faleceu. Meu pai casou em segundas núpcias com Norma Nardi, sendo que dessa união nasceram mais quatro filhos: Leni, Édni, Durval e Airton.

    Qual era a atividade do pai da senhora?

    Ele era padeiro, trabalhava na Padaria Aliança, situada na Rua Regente Feijó esquina com a Rua do Rosário. Um dos proprietários dessa padaria era Cássio Paschoal Padovani que mais tarde veio a ser prefeito de Piracicaba.

    Com que idade a senhora começou a trabalhar?


    Aos 14 anos de idade comecei a trabalhar na Fábrica Boyes, trabalhava na espuladeira, onde fazia a espula uma espécie de carretel comprido. Que em seguida era mandado para a tecelagem. Nessa época nossa família morava na Rua São José. Não fiquei por muito tempo na Boyes. De lá fui trabalhar em um barracão de laranjas onde hoje é a Mausa. O proprietário tinha o sobrenome Pires, nós encaixotávamos as laranjas para exportar. As laranjas eram escolhidas, uma a uma, embrulhava-as individualmente em um papel próprio, colocava na caixa e despachava. Éramos umas 15 moças fazendo essa atividade. Saí de lá para me casar com João Rossi em 23 de junho de 1938, o casamento foi na Igreja Bom Jesus. Após nos casarmos, fomos morar com a minha sogra, Rosa Cavallini. Ela morava em uma chácara que havia na Rua São João esquina com a Rua Dom Pedro. Passei a trabalhar só em casa. Fazia de tudo, até “roupa de ganho” (roupa de terceiros) eu lavei. Não tinha outra opção, nem uma máquina de costura eu tinha. Comecei a fazer flor para vender. Com o tempo adquiri uma máquina Singer, que está comigo há 71 anos, e passei a costurar vestidos.

    Como vocês se conheceram?


    Foi em um circo, na Rua São José, perto da linha do trem da Sorocabana, hoje extinta, que deu lugar para a Avenida Armando Salles de Oliveira. Lembro-me que havia um palhaço chamado Pastachutta. O João vinha em casa, o namoro naquela época era muito diferente do namoro atual. Ele pediu permissão ao meu pai, recebeu autorização e passamos a namorar.

    Qual era a profissão do seu namorado, João Rossi?

    Era padeiro, quando casamos, ele trabalhava na Padaria Santa Cruz, situada na Rua José Pinto de Almeida esquina com a Rua Moraes Barros. Na esquina oposta funcionava a Santa Casa de Misericórdia de Piracicaba, que depois de um bom tempo mudou-se para onde se encontra atualmente, na Avenida Independência.

    O Seu João fazia que tipo de pão?


    Fazia de tudo, filão, panhoca, As entregas eram feitas com carrinho de tração animal, o carrinho era composto por uma caixa de madeira, sendo internamente revestida com folha de zinco.

    Quantos filhos a senhora teve?


    Tivemos oito filhos: Maria Ivani, Marli Ivete, as gêmeas Neusa Maria e Rosa Maria, João, Túlio Manoel, Sueli e Lilian.

    Depois de sair da casa da sogra da senhora em que bairro a senhora morou?

    Moramos na Rua Floriano Peixoto, nas proximidades da Mausa, lá para cima, no sentido do colégio Dom Bosco era tudo mato.

    A família da senhora usava muito o bonde para locomoverem-se?

    Usava o pé! Ia andando mesmo! Depois mudamos para uma chácara na hoje Rua Santa Catarina, no bairro Piracicamirim. Era uma chácara grande, tinha vaca leiteira, eu tirava leite, tinha uma cabra, porcos, fazia manteiga, lingüiça, para consumo da família. Daquele lugar eu tenho saudades. Ali consegui juntar um dinheirinho e comprar um terreno na Travessa da Saudade, atrás do SEMAE. Fiz uma casa. Depois comprei mais dois terrenos. O dinheiro vinha principalmente da costura, eu ia de ônibus á Americana buscar pano, fazia camisa social para vender. Produzia as camisas em diversos tamanhos e saia vendendo. Vendia tudo. Tudo feito nessa maquininha de costura que mantenho até hoje.

    A senhora costura bem?


    Costurava, agora não costuro mais, só faço crochê.

    Após morar na chácara no Piracicamirim qual foi a próxima atividade que a família exerceu?

    Veio a Padaria São João, situada na Rua Alferes José Caetano, 2167. O prédio existe até hoje, ao lado há uma casa que era onde morávamos. Ali era alugado. Foi do Coelho, que tinha um bar na Rua Benjamin Constant e depois passou para o Pardi. Nós assumimos a padaria em 1958, nós a adquirimos dos irmãos José Silveira Campos e Benedito Silveira Campos, além de um terceiro sócio cujo nome não me recordo no momento.

                      FACHADA ATUAL (JULHO 2013) DO PRÉDIO ONDE FUNCIONOU A PADARIA SÃO JOÃO 

    CASA ONDE RESIDIU A FAMÍLIA ROSSI QUANDO ERAM PROPRIETÁRIOS DA PADARIA SÃO JOÃO (FACHADA EM JULHO DE 2013). ESTA CASA FICA AO LADO DO PRÉDIO ONDE FOI A PADARIA
     

    Seu João, quais eram os tipos de pães feitos pela padaria São João?

    Eram muitos tipos de pães: a famosa bengala, filão grande, pão d água, sovado, aviãozinho, pão de ovos, o tradicional pão doce, que era feito com uma massa doce e depois punha uma espécie de melado de açúcar, passava com um pincel, polvilhava com açúcar cristal e voltava um pouquinho no forno, só para secar. Isso tudo no forno a lenha. Naquela época fazia-se bastante pão de torresmo. A massa ficava macia em função da banha pura que era colocada. A banha vinha de um fornecedor, um açougue situado no bairro Santa Terezinha, do Dirceu. Pão francês era muito raro ser feito.

    Era a senhora que fazia os doces da padaria?


    Fazia todo tipo de doces: cocada, pudim, bomba, tortinha, bolos.

    Fazia bolo de noiva?

    Dona Dirce diz: “- Quantos bolos de noiva eu fiz! O maior deles foi um com dezesseis formas, para o casamento da minha filha Lilian”. Nós fornecíamos pães para a Igreja dos Frades.

    João, vocês vendiam para os fiéis que saiam da Igreja dos Frades?

    Começávamos a trabalhar às sete horas da noite, o pessoal saia às oito horas da igreja, fazíamos o filãozinho, eles entravam na padaria e levavam o pão quente para casa. A produção começava umas seis e meia da noite e trabalhava até as seis horas da manhã. Trabalhávamos em quatro padeiros: eu, Rosalvo, Chiquito e outro que não me lembro o nome agora. O Suspiro também trabalhou lá. Nós “desmanchávamos” (usavam para fazer pão) uns des a onze sacos de farinha de trigo por dia.

    Quantos carrinhos de tração animal eram utilizados para fazer a entrega de pães diariamente?


    O Tito tinha uns quatro carrinhos, depois eu, meu pai e meu irmão também entregavamos pães. Trabalhei bastante tempo até a uma hora da manhã dentro da padaria, na produção, depois ia até o pasto buscar o cavalo, engatava no carrinho e ia entregar pães. Entregava na Vila Rezende, Bairro Alto, ia pela cidade toda.

    Onde ficava o pasto dos cavalos?

    Aqui no Morlet (Antiga metalúrgica entre a Avenida Dr. João Conceição, Rua da Glória e Avenida Dr. Paulo de Moraes), no meio do caminho tinha o bebedouro onde dava água para o cavalo, eles vinham sozinhos, a gente apenas os acompanhava, vinham sem mandar até a padaria, estavam acostumados. Engatava o carrinho e ia embora. Até a freguesia os cavalos já sabiam onde era, onde deveriam parar.

    O senhor lembra-se do nome desses cavalos?


    Lembro-me: Chaito, Rozil, Gaucho e Branco. Eram cavalos bonitos. Tinha quatro cavalos e três carrinhos. Meu pai fornecia para o bairro Paulicéia, a distância era menor, ele usava o cavalo todos os dias. Nós que fazíamos um percurso maior trocávamos, deixavamos sempre um descansando.

    Os pães eram entregues nas casas dos consumidores?


    Nas casas, nos bares, armazéns.

    Nas casas os pães eram deixados aonde?


    Dentro do relógio de força, na janela, alguns deixavam uns picuás (sacos de pano), nós deixávamos dentro. Outros deixavam uma cesta.

    Esses pães não sumiam?

    Naquele tempo não tinha ladrão, era muito difícil. Só estudantes é que às vezes tiravam. (há casos célebres). Você não via ninguém na rua, era um deserto só.

    E no dia em que chovia?

    Era difícil! Eu colocava um chapéu na cabeça e ia. Até hoje não me acostumei com guarda-chuva. Quando chovia tinha o lugar certo para deixar o pão, muitas vezes eu pulava o portão e levava a um lugar mais abrigado da chuva, geralmente uma janela, se fosse chuva de vento batia na janela para que o freguês pegasse o pão senão molhava tudo.

    E para receber o dinheiro do pão que foi entregue?

    Após um mês, eu pegava a bicicleta, era uma bicicleta Merk Suiça e ia receber, de casa em casa. Levava a conta certinha. Demorava de três a quatro dias para receber de todos os clientes, isso era feito durante o mês, não de uma só vez. Entregávamos pão pela cidade toda. Até dentro da ESALQ entregávamos pão. Em um dos locais em que entregávamos tinha um bezerro enorme, quando me via vinha em cima como um foguete. Era tudo escuro na madrugada.

    Cachorro também assustava quem entregava pão?

    Também. Nunca tomei mordida de cachorro grande ou bravo. A única vez que levei uma mordida foi de um cachorro pequeno que mordeu o meu pé, ele estava amarrado na casinha dele, eu fui receber pela entrega dos pães entregues no mês. Entrei sossegado, ele nunca tinha avançado em mim, naquele dia ele decidiu me morder.

    A que horas vocês paravam de fazer entregas?

    Eu vinha da Vila Rezende, parava na hora que apitava a Fábrica Boyes, ela apitava 4:50 e 5:00 horas da manhã. Essa hora eu estava em cima da ponte sobre o Rio Piracicaba, tinha feito os últimos fregueses nas casas do Engenho Central. Subia, pegava mais pão e fazia a clientela perto da Mausa. Chegava as sete horas da manhã em casa.

    Quantas viagens por dia o senhor fazia entregando pães?

    Fazia duas viagens.

    Aproximadamente quantos pães iam a cada viagem?

    Na primeira viagem levava umas 200 bengalas e filão, filãozinho como existe hoje não fazíamos. Em cima da tampa do carrinho tinha umas caixas de papelão que também iam lotadas de pães.

    A Padaria Jacareí era concorrente?

    Éramos amigos. O forno francês tem a pá comprida, às vezes a pá deles quebrava, eles emprestavam conosco. Quem fabricava essas pás era a Carpintaria Passini. Chegamos a emprestar carrinho com animal para a PANSA Padaria Nossa Senhora Aparecida. Cogitamos em comprar a Padaria Cruzeiro do Seu Berto Sachs. A Padaria Cruzeiro já existia no inicio da década de 40.

    Qual foi a padaria mais antiga de Piracicaba?

    Dizem que foi a “Padaria do Sol”, situada na Vila Rezende, em frente onde inicia a Avenida Manoel Conceição. Depois as mais antigas devem ser a “Central” e a “Jacareí”. A “Padaria Cruzeiro” deve ser dessa época. A “Padaria Bom Jesus” é muito antiga também, fica na Rua Moraes Barros. Quem montou a Padaria Jacareí era conhecido como Zequinha Bolacheiro, ele veio de Jacareí e deu o nome da cidade para a padaria, famosa por um tipo de bolacha até hoje fabricada lá. Quando ele chegou a Piracicaba começou a fazer bolacha igual a que era feita naquela cidade. A “Padaria Santa Cruz” também é bem antiga. Na Rua XV de Novembro, atrás da catedral, existia a “Padaria Di Giacomo”. Outras que marcaram época foram a “Inca” da Dona Augusta, a “Padaria Brasileira”, na Rua Alferes José Caetano, 701, que foi do Cardinalli. A “Vosso Pão” que ficava onde hoje é o Edifício Canadá.

    Quanto tempo a família Rossi foi proprietária da Padaria São João?

    Começamos em 1958 e fomos até 1975.

    Na época de festas natalinas eram assados guisados como frangos,leitoas, perus?

    Assávamos de tudo. Passava quase o natal inteiro dentro da padaria. A Igreja da Volta Grande fazia festas, lotávamos os dois fornos da padaria com frangos para serem assados. Particulares também levavam aves, leitoas para serem assados. O chão ficava todo cheio de gordura assim como as mesas. Tinha que lavar tudo. Dava um trabalhão, o salão onde ficavam os fornos era grande, tinha uns 15 metros de comprimento por uns 10 metros de largura. O terreno era grande, da Rua Alferes José Caetano quase atravessava até a Rua da Boa Morte.

    Muitos vizinhos eram clientes da padaria e grandes amigos?

    Sim, logo acima tinha o José Signoretti, sua esposa, Dona Irene Signoretti, o Pedro Cerignoni e sua esposa Dona Helena, Spironello, Fausto Motta, Silvio Motta. O Simionatto morava em frente a Estação da Paulista.O Olbrich era chefe da estação, seu neto Engenheiro Carlos Augusto Olbrich mora em frente a Estação da Paulista. Em frente a Igreja dos Frades tinha um cercadinho onde o pessoal que vinha do sítio deixava os cavalos. O Signoretti enrolava fumo, o Coelho que ficava na Rua Joaquim André tambem, asssim como o Angeli, pai do Cláudio.

    Seu João o senhor chegou a frequentar o cineminha promovido pelos frades?


    Ia sim . Pegava os “pontinhos” lá na igreja, no catecismo, e ia ao cinema. Havia quermessses, Dona Rosa Razera fazia um cuzcuz gostoso. Estudei ali no Grupo Escolar Dr. João Conceição, ao lado da Igreja dos Frades. Lembro-me do professor Pedro Negri. Lembro-me dos frades da época, Frei Liberato, Frei Benjamin, Frei Honório que era de Piraju, Frei Crispim.


    Seu João, a venda de sorvete em carrinho começou em sua família?

    Meu tio Orlando criou a “Sorveteria Douradinho”, foi a primeira sorveteria a vender sorvete em carrinhos, antes mesmo da Kibon. Ficava na Rua Prudente de Moraes entre a Avenida Armando Salles de Oliveira e a Rua José Pinto de Almeida. Ela foi vendida para o Pedro José Silveira Lara. Ele era proprietário da linha de onibus que ia para Anhumas. O Miguel Fernandes tinha a jardineira, marrom,Ford, que ia para Botucatu, era banco inteiro, cada banco tinha uma portinha. Miguel Fernandes foi dono do Bar Serenata, na Praça Takaki, esquina com a Avenida Dona Jane Conceição, onde hoje funciona uma farmácia. Antes ele teve um bar no sobrado em frente a Estação da Paulista, embaixo era o bar, em cima morava Augusto Amstaldem. O Hotel Paulista ficava na esquina da Rua Joaquim André com a Rua Boa Morte. Na esquina oposta, onde hoje há a Padaria Assagio era o Armazém do Coelho. O Del Nero tinha um depósito de bebidas em frente ao Lar Escola Maria Nossa Mãe, na Rua da Boa Morte. Um compdre nosso, Antonio Carvalho fazia os xaropes dos refrescos. O Andrade, da Bebidas Andrade, fazia uma garrafinha de refresco que vinha com uma bolinha de vidro como tampa, presa por uma presilha. Essa bolinha de vidro era descartável. O Andrade produzia o refrigerante “Abacatina” a base de abacate. Cerejinha só era feita em Santa Barbara D`Oeste.

    A Padaria São João entregava pães na área rural?

    Entregava na Àgua Branca, nas olarias existentes ali na época, no Tomazielo. O ônibus do Silveira levava nossos pães ao Monte Branco, entregava no Antonio Valério, no Ferezini que tinha venda no Pau Queimado, tempo em que a mortadela era cortada na faca, não era na máquina.

    Seu João o senhor tem recordações da Estação da Paulista?

    Quando éramos crianças brincávamos lá. Pegavamos a mala dos passageiros que chegavam e levavamos até os taxis que estavam em frente a estação, principalmente as mulheres nos davam algum trocado, saiamos contentes, íamos comprar doces.

    A senhora acordava com o apito do trem?

    Quando ia viajar, geralmente para Cillos com as crianças, eu chegava na estação o trem já estava de saída. Seu Ebanitz que era o chefe da estação, erguia a bandeira, parava e dizia: “ Dirce, mas você mora longe!”. Ele e a sua esposa Dona Dina , eram uns amores. Ele parava o trem para embarcarmos.

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