PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 08 de agosto de 2012
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
ENTREVISTADO: ORIVALDO CASINI
Suceder alguém e dar continuidade ao trabalho desenvolvido com excelência por essa pessoa é um enorme desafio. Isso ocorre em todas as áreas profissionais. Empresas são suscetíveis a esse momento de transição e continuidade. Há uma diretriz na Igreja Católica que procura amenizar a carga de trabalho administrativo de um pároco após o mesmo atingir certa idade. Geralmente é convidado outro religioso, mais novo, para assumir oficialmente os atos paroquiais. Isso não diminui a importância do pároco anterior, ele continua exercendo suas atividades religiosas, celebrando missas, casamentos, batizados. Seu carisma é cada dia mais rico. Ao padre que assume a igreja legalmente perante as autoridades religiosas o seu esforço tem que ser muito grande. A comunidade nesse momento é muito observadora, analisa com lente de aumento quem é o sucessor. Faz isso de forma natural, até mesmo de forma inconsciente. Pesa muito a sabedoria do responsável por essa substituição. A Paróquia da Imaculada Conceição, na Vila Rezende, é um ponto de referência para os católicos piracicabanos, e até mesmo da região. Inúmeros casamentos foram celebrados na majestosa igreja, projetada pelo Arquiteto João Chaddad e construída as expensas do Grande Oficial Mário Dedini. Monsenhor Jorge Simão Miguel deu alma àquela paróquia. Carismático, ainda hoje é muito procurado em todas as ocasiões, seja celebrar um casamento, uma missa, um batizado. Muitos são os cristãos que o procuram para serem por ele aconselhados. Monsenhor Orivaldo Casini, que foi batizado pelo Monsenhor Jorge na Capela de Artemis, foi designado para assumir a Paróquia Imaculada Conceição. Conviver com um dos ícones de Piracicaba, Cônego Jorge Simão Miguel (Que muitos até hoje chamam de Padre Jorge, por força do habito) é motivo de muita alegria, mas implica em ter muita humildade diante de um símbolo vivo da Igreja em Piracicaba. Monsenhor Orivaldo Casini assumiu a paróquia com sabedoria, fraternidade e muita determinação. Nascido a 11 de julho de 1958, em Piracicaba no Distrito de Artemis, filho de Guerino Casini e Cecília Scarpelin Casini.
Isso em uma época em que Artemis era um local provido de mais recursos?
Minha mãe morava em São Pedro e segundo ela conta, meu bisavô tinha uma fazenda com plantação de café, em São Pedro. Naquele período da quebra do café eles fizeram empréstimos, a hipoteca foi executada e eles perderam tudo. Vieram para o Bairro Água Branca para cortar cana, não deu certo, mudaram-se para Artemis. Minha mãe conta que em Artemis tinha de tudo: estação de trem, cinema, cartório. Meus pais trabalhavam no corte de cana-de-açúcar. Quando eu tinha dois anos de idade meus pais mudaram-se para a cidade de Piracicaba, sou o mais velho de quatro filhos: eu, Sueli, Roseli e Claudinei. Aqui sempre moramos na Vila Rezende, o primeiro local onde moramos foi no Nhô- Quim, no Paiero. Meu pai passou a trabalhar em indústria, chegou a trabalhar no Dedini. Trabalhou no frigorífico próximo ao bairro Santa Terezinha. Meu pai faleceu com 28 anos de idade. Ele era um exímio pescador. Quando menino, com us cinco anos de idade, ele me levava junto, deixava-me sentado na barranca do rio, mergulhava e só voltava do rio com dois peixes cascudos na mão. Ia buscá-los na toca, no fundo do rio. Um domingo, após o almoço ele foi pescar com o meu tio. Aonde tem a Ponte do Caixão ele atravessou o rio com a tarrafa amarrada no peito, chegou até a outra margem e depois quis voltar, na volta, sentiu-se mal e faleceu no local. Minha mãe tinha 24 anos de idade, analfabeta, com três filhos e grávida de três meses do quarto filho. Morávamos em uma casa em frente onde hoje é o Quartel da Polícia Militar. Eu tinha sete anos de idade. A princípio fomos morar na casa dos meus avôs, Ela foi trabalhar, teve que aprender pelo menos a assinar o seu nome, para poder tirar sua documentação. Ela lançou-se a luta, trabalhando. Com 10 anos de idade eu estava na rua vendendo pipoca, vendendo doces. Dona Gertrudes, mais conhecida como Dona Tudinha, era vendedora de doces, tinha um carrinho de pipoca, eu fui ajudá-la. Ganhava alguma moedinha por dia. Os outros três filhos minha mãe levava para a creche. Onde foi construída a Biblioteca Municipal havia uma creche. Minha mãe saía a pé do bairro Paiero atravessava a ponte sobre o rio Piracicaba, caminhava até o centro onde trabalhava na casa de uma família. Ela fez isso por muitos anos.
Monumento á Mário Dedini, no centro o indústrial, a seu lado direito o metalúrgico e ao lado esquerdo o agricultor. Esse monumento a princípio foi instalado na Praça José Bonifácio, no centro de Piracicaba. Por questões políticas, foi transferido para a praça em frente a Igreja Imaculada Conceiçãom construída as expensas de Mário Dedini
O senhor estudou aonde?
Na Avenida Conceição, tinha uma escola que funcionava em uma casa, ensinava do primeiro ao terceiro ano primário. Minha primeira professora foi Dona Juracy Neves de Mello Ferracciú. A do segundo ano se chamava Maura. Do terceiro ano era Dona Elza. O quarto ano primário eu estudei no Grupo Escolar José Romão. Surgiu a oportunidade de fazer o curso preparatório no Instituto Baronesa de Rezende. para ingressar no ginásio. Fui fazer o ginásio ao lado da minha casa, nessa época morava na Rua João Teodoro, onde hoje funciona a Escola Abigail Grillo, durante o dia era Escola Abigail Grillo e á noite era Escola Dr. João Sampaio. Estudei a noite. E durante o dia vendia as pipocas, os doces. Concluindo o ginásio fui fazer o curso de Técnico em Mecânica na Rua do Rosário, no antigo Colégio Técnico, que hoje é a Escola Técnica Coronel Fernando Febeliano da Costa, tinha os cursos de mecânica e eletrotécnica. Conheci os professores Danilo Sancinetti, Professor Zocante. Meu primeiro emprego foi em uma granja, hoje seria talvez chamada de agropecuária, o proprietário era Dr. Isidoro, oficial de justiça. Tinhamos todos os tipos de rações para pássaros, galinhas, cachorros. Ele fechou a granja. Fui trabalhar como balconistaa em um supermercardo no Jardim Baronesa.Dali fui trabalhar na fábrica de vasssouras do Virgílio Naléssio, na Vila Boyes, fui vassoureiro, fabricava vassouras. Eu tinha de 18 para 19 anos. Fazia o percurso do Nhô Quim até lá de bicicleta, eu a tinha adquirido usada, de um parente próximo. Por um período recebia um valor fixo por mês, depois que aprendi a fabricar vassouras, que eram de boa qualidade, pintadas em várias cores, feitas com palha de vassoura, passei a ganhar pela produção realizada. Chamava-se Vassoura Pluma. Tinhamos um campinho de futebol, onde a bola estava eu ia junto. Tinhamos os cines Polyteama, Broadway e Colonial Eram os cinremas que eu frequentava por sinal os mais baratos. Nessa fábrica de vassouras trabalhei mais de quatro anos. Nessse período eu estava concluindo o curso de técnico em mecânica, veja como as coisas são por Deus. O nosso vizinho era do departamento de relações humanas da Dedini, disse que ia trazer uma ficha para preencher, ele iria levar ao seu departamento. Preenchi a ficha, ele me levou junto com a ficha. Lá fui encaminhado ao controle de qualidade da fundição, cujo diretor era Ari Regitano. Fui bem acolhido, sentei-me em sua sala, deu-me um modelo de madeira, um retângulo com um cubo em cima, e disse-me: “-Você faça planta, elevação e perfil desse modelo”. Eu não era bom desenhista, nunca gotei. Passei a tarde toda para fazer aquele desenho e saiu péssimo. Os desenhistas perguntavam : – Quer ajuda aí?” Ëu respondia:”- Estou terminando!”Chegou a hora de fechar o esritório e eu lá, tentando desenhar. Fui embora, voltei no outro dia, Regitano disse-me “- Você desenha mal. Só que é perseverante. Seu salário onde trabalha é muito baixo. Vou dar o serviço para você¨. A minha experiência na Dedini foi muito rica, um pessoal fantástico. Iniciei trabalhando como inspetor de qualidade, verificando as peças fundidas.
A vida do senhor melhorou bastante.
Melhorou, passei a ganhar razoavelmente bem. Minha mãe que desde a morte do meu pai teve que trabalhar para sustentar a família parou de trabalhar. A filha mais nova tinha se casado, a mais velha trabalhava, o menino estava na escola. Tudo foi-se encaminhando. Aquele desejo que estava em meu coração, de ser padre, voltou mais forte.
Como surgiu esse desejo em ser padre?
Eu o tinha desde criança. Admirava a figura do sacerdote, e essa figura era o Monsenhor Jorge, que está aqui na paróquia até hoje. No período em que trabalhei no supermercado, trabalhava inclusive aos domingos. Mas antes de entrar no trabalho, entre sete e sete e meia, vinha a missa das seis horas da manhã aqui, na Igreja Imaculada Conceição. Sozinho.
O senhor chegou a ser coroinha?
Na minha adolescência ajudava um grande sacerdote: Monsenhor Cecílio Coury. Participava do grupo de jovens, nossa paróquia era muito grande, a Paróquia São Pedro era capela pertencente a nossa paróquia, eu participava de um grupo de jovens denominado DDV, Frei Afonso era o nosso diretor espiritual.
A mãe do senhor teve influência na sua devoção?
Educação nesse sentido acredito que sim, ela sempre foi devota de Nossa Senhora Aparecida. A família não tinha o costume de participação na igreja. Naquela época o sonho de grande parte dos trabalhadores era ser funcionário da Dedini. Eu estava estabilizado, ganhando um bom salário. Isso foi em 1989, chegou um novo pároco á Paróquia São Pedro. Vieram dois padres da Itália: Padre Salvador Paruzzo da Província de Caltanissetta e Padre Giovanni Giglio veio de Ragusa, vieram a pedido do Bispo Dom Aniger. Giovanni foi ser pároco no Jardim Primavera e Salvador na Paróquia de São Pedro, sabendo do meu desejo ele me incentivou a ir pra o seminário.
Foi uma decisão muito difícil?
Muito difícil. Eu tinha o desejo de experimentar o seminário. Ao mesmo tempo tinha o meu emprego, o meu salário que ajudava a manter a minha família. Eu ficava em um dilema. Fui falar com o bispo da época. Disse-lhe que desejava ir para o seminário, tinha irmãos menores, minha mãe, se acontecesse alguma coisa com eles, uma necessidade, a diocese socorre? Ele disse-me que isso não era possível. Tomei a decisão de não ir para o seminário naquele ano. No ano seguinte mudou o bispo, chegou Dom Eduardo Koiak, sabendo da minha história mandou-me chamar. Conversamos, fiz a mesma pergunta a ele. Sua resposta foi: “- Você vá tranqüilo para o seminário, qualquer problema com a sua família nós estaremos aqui para resolver”. No ano seguinte, 1982, fui para o seminário em Aparecida do Norte, da ordem diocesana, conhecidos como padres seculares. Meu primeiro ano de filosofia foi no Seminário Bom Jesus, mais conhecido como “colegião”.Éramos em 97 seminaristas oriundos de todas as partes do Brasil. Esse seminário foi construído pelo Cardeal Arcoverde, o projeto inicial era em forma de “U”, não conseguiram construir, ficou em forma de “L”. São três andares. O grupo de Piracicaba era composto por uns 8 a 10 seminaristas. Permanecemos lá por um ano. O bispo nos transferiu para a PUC de Campinas, onde fizemos Filosofia, o único de Piracicaba que permaneceu lá foi o Monsenhor Rubens, atualmente capelão no Lar dos Velhinhos.
Em que local esse grupo de seminaristas se hospedava?
O bispo já tinha construído o seminário de Santa Bárbara D`Oeste. Fomos morar em nove, todos os dias íamos para Campinas, em uma Kombi. Fiz filosofia e depois teologia, completando nesses dois cursos oito anos de estudos. Enquanto se estuda teologia, aos finais de semana o estudante vai para as paróquias, aprender com os padres. Ele faz o chamado “estagio pastoral”. Ele é apresentado como seminarista. De segunda a sexta nossa vida era ir até a PUC, voltar para o almoço, e a cada dia tinha uma atividade: limpeza da casa, compras para a nossa manutenção. José Maria de Almeida foi nosso reitor, era fantástico. Ele foi pároco na catedral de Santo Antonio em Piracicaba. Quando o aluno conclui o curso de teologia é feita uma consulta para os leigos, padres, daquela paróquia. Se nada vai contra a ordenação desse menino, se ele pode se ordenar padre, ou não.
O senhor foi ordenado em que dia?
Fui ordenado diácono a 11 de maio de 1988 em Santa Bárbara D`Oeste e sacerdote no dia 6 de janeiro de 1989 na Paróquia São Pedro, aqui no Paiero. No meu tempo de estágio pastoral trabalhei no bairro Jardim Europa, uma comunidade muito pobre. Não havia padre, apenas a freira Irmã Celeste, que admiro muito. Ela perguntou-me se não queria ajudá-la naquela paróquia, o padre vinha de Americana, que pertencia a outra diocese.
O senhor como padre passou a trabalhar em que local?
Entusiasmado pelo padroeiro da comunidade, São Sebastião, quando aceitei trabalhar lá, o padre que vinha de outra diocese deixou de vir e a irmã precisou ir embora. Acabei ficando com a paróquia. Isso no inicio do ano, no final desse mesmo ano Dom Eduardo disse-me: “Você será ordenado padre, irá para Piracicaba, para a paróquia Santa Catarina”. Expus ao bispo a necessidade de um padre na comunidade Jardim Europa, em Santa Bárbara. Acabei permanecendo lá como o seu primeiro pároco. Era tudo muito pobre, não tinha igreja, não tinha casa paroquial, tinham feito um porão onde sábado a noite era feito um baile para arrecadar fundos e domingo a noite era a missa. O bispo disse que estava com problema do outro lado da pista, no bairro Jardim Molon. ¨-¨-Estou sem padre lá, você irá assumir também aquela comunidade¨. Ele me deu uma Kombi velha, não havia igreja, fiquei com essas duas paróquias. A igreja do Molon ficava em uma comunidade com pessoas com maiores recursos, o Padre João Rodrigues, claretiano, que tinha saído, era um padre fantástico. Tinha deixado tudo encaminhado, as colunas da igreja levantadas, a estrutura metálica já estava paga, telhado pago, fechei a igreja, e já pudemos entrar na Igreja São João Batista. No Jardim Europa levantamos a igreja, lá foi a minha ordenação diaconal. Fazíamos mutirão aos sábados, os homens faziam e colocavam o concreto, tinha um pedreiro contratado que durante a semana fazia as caixas para concretagem, ia deixando tudo pronto para o mutirão ser realizado. As mulheres faziam lanches, café, sucos. Era fantástico, tínhamos 50,60, 100 pessoas fazendo o mutirão. O bispo determinou que eu fosse para o centro de Santa Bárbara, na Paróquia São José e ser o reitor do seminário. Continuei também como pároco no Jardim Europa. Em um ano conseguimos fazer a casa paroquial nessa comunidade, a igreja católica alemã mandou recursos, isso foi no final de 1990. Ao terminar a casa paroquial o bispo mandou um padre para lá, eu nem cheguei a usá-la. No meu tempo eu era reitor da filosofia e da teologia. Após três anos e meio no seminário e quatro anos e meio em Santa Bárbara o bispo disse: “Você vai para São Pedro!”. Aos 74 anos tinha falecido o padre Floriano Colombi, após 37 anos de trabalho naquela paróquia, a única para a cidade inteira. Muitos fiéis nunca tinham visto outro padre a não ser o padre Floriano. Quando cheguei foi uma novidade, eu andava de bicicleta, foi notícia até no jornal da cidade. Após um período de observação passei a propor mudanças. Adquirimos terrenos na periferia para construir as capelas. Após dois a três anos tínhamos na cidade sete comunidades, e na zona rural 14 comunidades, a zona rural é muito grande, São Pedro tem 600 quilômetros de município. Tive a graça de logo que cheguei lá, um padre já com certa idade, se apresentou: “Sou o Padre Orlando, tenho setenta e poucos anos, estou hospedado em Águas de São Pedro no Hotel do Dr. Villa que é muito meu amigo, faço tratamento nas águas. O Dr. Villa está arrendando o hotel, tenho que sair de lá”. Disse-lhe: “-O senhor vem morar comigo, ficamos 12 anos juntos”. Hoje ele deve estar com 87 a 90 anos, mora em Rio Claro. Todo padre recém ordenado Dom Eduardo mandava passar um ano comigo. Conseguimos fazer muita coisa em São Pedro. Permaneci em São Pedro por 12 anos. Teve ano em que a paróquia tocou cinco obras ao mesmo tempo.
O senhor é um tocador de obras?
Penso que patrimônio tem que ser cuidado. Todo dinheiro que entra deve ser imediatamente aplicado.
Após permanecer em São Pedro o senhor assumiu qual paróquia?
Houve a troca de bispo, assumiu o atual, Dom Fernando Mason. Segundo o Código de Direito Canônico, todo padre ao completar 75 anos de vida entrega a paróquia ao bispo. Dom Fernando recebeu a paróquia de São José, do Monsenhor Luiz Gonzaga Juliani e da Imaculada Conceição do Monsenhor Jorge Simão Miguel. Imagino que até mesmo consultando outros padres, o bispo decidiu pela minha vinda para assumir a paróquia Imaculada Conceição. Assumi em 26 de fevereiro de 2006.
O senhor tem tido uma postura cristã e sábia, mantendo a figura do Padre Jorge em primeiro plano carismático.
Eu o respeito muito, acho que ele tem uma história em Piracicaba, sempre atendeu ao povo com muito carinho, não negava nada.
O senhor deve ter tido muita satisfação ao assumir a Paróquia Imaculada Conceição, particularmente pelo seu histórico de vida.
Eu vivi aqui, participei do grupo de jovens, nossas reuniões eram na sexta feira às 23 horas, não tínhamos outro horário, eram feitas no prédio em que estamos neste exato momento. É uma satisfação muito grande poder estar aqui ajudando a comunidade, encontrando meus amigos do grupo de jovens, da Dedini. Sinto-me em casa. Há pouco tempo celebrei o casamento de um filho de um amigo que trabalhamos juntos na Dedini. Faço batizados dos netos dos amigos que trabalharam comigo. Temos duas comunidades apenas: a Capela São Luiz e quando cheguei depois das missões Redentoristas, nasceu outra comunidade, próxima a Praça Parafuso, que é a Santo Frei Galvão, primeiro santo brasileiro. È interessante observar que na Paróquia Imaculada Conceição temos participantes da cidade inteira. Outra observação é que maio deixou de ser o mês das noivas, embora haja celebrações. Mas de setembro até dezembro não temos mais vagas. Realizamos todos os sábados três a quatro casamentos. Há casamentos ás sestas-feira.
Como anda a religiosidade do católico?
Os que são conscientes de sua fé estão muito firmes. O católico só de nome ainda busca alguma coisa, seja para atender suas necessidades materiais, físicas. Ele exige uma resposta imediata ao seu problema. Pela minha experiência na Imaculada temos uma participação muito grande de fiéis conscientes.
Qual é a posição do Monsenhor Jorge hoje?
Ele é pároco emérito, isso significa que ele só não responde legalmente pela paróquia, mas tem todas as atividades que sempre exerceu.
Monsenhor Jorge é um corinthiano fervoroso, o senhor também o é?
Sou palmeirense! Há pouco tempo ele fez uma aposta com uns amigos, perdeu e teve que vestir a camisa do Palmeiras.