PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 25 de fevereiro de 2012
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
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ENTREVISTADA: BARBARA BRIEGER
O espírito de cidadania, desprendimento, uma escala de valores humanos elevada, são fatores que fizeram com que no passado um grupo de cidadãos de Piracicaba tornasse esta uma cidade muito especial, com alto nível educacional e cultural entre eles Dr. Nelson Meirelles, Dr. Friedrich Gustav Brieger, Fortunato Losso Neto, Da. Vivica, Hélio Manfrinato, e muitos outros. A semente em solo fértil, decorrido o tempo necessário, deu seus frutos. Hoje espalhados pelo planeta, estrelando nos melhores e mais afamados conservatórios musicais, centenas de piracicabanos provam que um trabalho quando feito com seriedade e profissionalismo dá excelentes resultados. O Brasil sempre alegou não ter verba para a cultura musical clássica. Com sua ascensão a um patamar de pais com recursos financeiros, a mentalidade de gastar muito dinheiro e de forma indiscriminada permanece. Investimentos maciços são feitos em prédios, equipamentos de última geração, que geralmente permanecem encaixotados por falta de pessoa especializada em seu uso, isso sem falar no batalhão de pessoal administrativo, que com raras exceções são escolhidos pelo grau de afinidade familiar ou ideológica, desprezando completamente a competência profissional, enquanto isso verdadeiro valores artísticos sobrevivem com pouco mais do que um óbolo. Elefantes e mastodontes arquitetônicos construídos em caráter emergencial, dispensando os trâmites legais, depois serão demolidos como castelos de areia. Muito dinheiro vai para o ralo sem a menor cerimônia. A burocracia para incentivo à cultura é extremamente rigorosa com alguns, enquanto contempla milhões à medalhões, alguns com obras culturais questionáveis, enquanto trabalhos de excelente qualidade sobrevivem a custa única e exclusiva do autor. È uma realidade nacional. Com isso forçosamente exportamos talentos, cérebros, valores, pois se aqui permanecessem estariam em sérias dificuldades para sobreviverem. Muitos afirmam que o que falta ao nosso país é vontade política para que se torne uma grande nação de fato. Barbara Brieger é piracicabana, nascida em 10 de maio, filha de Anneliese Brieger e Friedrich Gustav Brieger. Brieger aceitou um convite para vir ao Brasil e iniciar uma cátedra de Citologia e Genética na “Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz” em Piracicaba. Friedrich Gustav Brieger pode ser considerado o pai da genética no Brasil, que de uma matéria totamente desconhecida iniciou seus experimentos em vegetais Atualmente procedimentos na área médica que tem salvado milhares de vidas são decorrentes desses primeiros passos. Tudo começou na Esalq Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Friedrich Gustav Brieger merece um estudo aprofundado sobre o seu trabalho. O que foi escrito é diminuto face a grandeza da sua obra.
Onde seus pais se conheceram ?
Foi na Alemanha, meu pai é de Breslau e minha mãe de Berlim. Meu pai já era cientista, minha mãe era secretária chefe do instituto hoje denominado Max Planck, ela era secretária de um departamento de cientístas. Ele foi visitar o chefe desse departamento e conheceu a minha mãe, ele deveria ter uns 25 anos e ela 24.
Foi amor a primeira vista?
Eles contanvam uma história que parece ter sido, após uns dois anos se casaram e passaram a morar em Berlim, isso foi em 1929. Meu pai nasceu em 11 de outubro de 1900 e minha mãe nasceu em 13 de agosto de 1901.
Como foi a convivência deles com a Primeira Guerra Mundial?
Foi dificil, meu pai não combateu na guerra.
Nessa época a Europa vivia um clima de incertezas?
Sim, havia esse clima, e isso contribuiu para que ele tomase a decisão de vir para o Brasil. Nessa época meus pais tinham um filho. Vieram de navio, aportaram em Santos. Em agosto de 1936 eles chegaram em Piracicaba, um domingo, de muito calor, as ruas totalmente desertas. Hospedaram-se no Hotel Central, mais tarde demolido dando lugar para uma garagem vertical automática.
Em Berlim eles permaneceram até que ano?
Em 1933 meu pai recebeu um convite para ir para a Inglaterra, aceitou o convite para trabalhar no “Instituto John Innes de Horticultura de Londres Ela já era genetecista, permaneceram em Londres até 1936. Nessa época ele recebeu um convite para vir trabalhar em Piracicaba, o Dr. Mello Moraes o convidou, ele queria fundar na agronomia o departamento de genética. Ele percorreu o mundo todo a busca de pessoas capazes, jovens e com vontade de vir para o Brasil. iniciar uma cátedra de Citologia e Genética na “Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz” em Piracicaba.Meu pai aceitou um convite para ir ao Brasil e iniciar uma cátedra de Citologia e Genética na “Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz” em Piracicaba. Ele não só foi precursor do estudo de Genética em Piracicaba, criando o Instituto em 1958, mas também consolidou e aperfeiçou a “crítica” sobre agricultura tropical. Sua obra nos campos da Genética vegetal, Citologia e Ecologia, permitiu que as pesquisas mudassem radicalmente a qualidade, quantidade e hábitos de consumo dos brasileiros. Quando o Brasil sofreu dificuldades, devido à 2ª guerra mundial, em importar sementes, ele desenvolveu excelentes cultivos de couve-flor, alface, tomate e espinafre as sementes européias não suportavam bem o verão tropical do Brasil, mas variedades desenvolvidas por ele sim. Assim como o desenvolvimento de variedades de milho de maior qualidade nutritiva. transformou muitas áreas, antes improdutivas, em locais apropriados para produção de grãos. Foi especialista na classificação e melhoramento de orquídeas, criando e exportando numerosos híbridos. Autor de inumeráveis publições. Desde 1971 consolidou a Faculdade de Genética da Universidade de Campinas.
Em 1933 meu pai recebeu um convite para ir para a Inglaterra, aceitou o convite para trabalhar no “Instituto John Innes de Horticultura de Londres Ela já era genetecista, permaneceram em Londres até 1936. Nessa época ele recebeu um convite para vir trabalhar em Piracicaba, o Dr. Mello Moraes o convidou, ele queria fundar na agronomia o departamento de genética. Ele percorreu o mundo todo a busca de pessoas capazes, jovens e com vontade de vir para o Brasil. iniciar uma cátedra de Citologia e Genética na “Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz” em Piracicaba.Meu pai aceitou um convite para ir ao Brasil e iniciar uma cátedra de Citologia e Genética na “Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz” em Piracicaba. Ele não só foi precursor do estudo de Genética em Piracicaba, criando o Instituto em 1958, mas também consolidou e aperfeiçou a “crítica” sobre agricultura tropical. Sua obra nos campos da Genética vegetal, Citologia e Ecologia, permitiu que as pesquisas mudassem radicalmente a qualidade, quantidade e hábitos de consumo dos brasileiros. Quando o Brasil sofreu dificuldades, devido à 2ª guerra mundial, em importar sementes, ele desenvolveu excelentes cultivos de couve-flor, alface, tomate e espinafre as sementes européias não suportavam bem o verão tropical do Brasil, mas variedades desenvolvidas por ele sim. Assim como o desenvolvimento de variedades de milho de maior qualidade nutritiva. transformou muitas áreas, antes improdutivas, em locais apropriados para produção de grãos. Foi especialista na classificação e melhoramento de orquídeas, criando e exportando numerosos híbridos. Autor de inumeráveis publições. Desde 1971 consolidou a Faculdade de Genética da Universidade de Campinas.
Como se deu a comunicação com os piracicabanos?
Antes de virem eles fizram um curso de português. Sabiam falar o básico. Logo em seguida mudaram-se para a Rua Governador Pedro de Toledo, em uma casa existente até hoje, funciona como clínica médica. Poucos anos depois eu nasci, meus pais já estavam aclimatados em Piracicaba. Meu pai fazia experências com milho e um aspecto técnico muito importante é que no Brasil pode-se plantar mais vezes durante o anos. Na Alemanha dava para se plantar uma vez, colhia-se e depois vinha neve. Em casa participávamos do seu trabalho, sem contudo entrar em detalhes científicos.
A senhora nasceu em Piracicaba?
Poucos anos depois eu nasci em Piracicaba, passei a estudar no Colégio Piracicabano, desde o jardim de infância até o colegial. Aos oito anos comecei a ter aulas de piano com Dona Maria Dirce de Almeida Camargo. Gostei muito do piano, aos onze anos passei a ter aulas com o professor e pianista Fritz Jank em São Paulo, ele morava no Bairro Pacaembu. Ia acompanhada de um adulto, geralmente minha mãe, pelo trem da Companhia Paulista. Eram quatro horas de ida e mais quatro horas de volta, isso a cada duas semanas. O professor me ajudou muito, lecionava geralmente no sábado, com isso eu não faltava na escola e tinha mais tempo disponível. Em Piracicaba todos os meses tinhamos concertos com artistas internacionais, era muito bom, esses concerto eram realizados no Clube Coronel Barbosa. Piracicaba tinha uma cultura musical classica muito expressiva.
Esses concertos eram elitistas?
No ínicio eram realizados no Teatro Santo Estevão, depois foi para o Clube Coronel Barbosa, eram frequentados por sócios da Cultura Artística, o auditório ficava repleto, pessoas das mais diversas classes sociais.
A senhora tinha a perspectiva de fazer um curso superior?
Nunca pensei no que queria fazer. Fui tocando, estudando e tendo aula. Enquanto estava fazendo o científico comecei o conservatório em São Paulo, no Conservatorio Musical Carlos Gomes, cujo diretor era Armando Bellardi. Meu pai sempre dizia às visitas que iam em casa: “- A Barbara vai estudar agronomia”. Fazendo lobby. Eu dizia, “-Não, não.” Fiquei sempre na música, sem pensar se ia fazer carreira, se iria viver de música. Sempre continuei. Depois que acabei o conservatório, após 11 anos de estudo sendo que dois anos foram de virtuosidade, onde temos que tocar peças mais difíceis.
Com a conclusão no curso colegial qual foi o próximo passo que a senhora realizou?
Essa época ja existia a Escola do Maestro Ernst Mahle, eu passei a dar aulas no conservatório, quando fundou a Escola de Musica fui aluna, na época chamava-se Seminário Livre de Música. Eu tinha quinze anos quando abriu a escola, comecei a lecionar piano aos 17 ou 18 anos. Era também aluna. Permaneci por um ano, quando terminei o conservatório. Em seguida fui para Munique na Alemanha com bolsa de estudo. Lá fiquei um ano hospedada em uma casa de estudante, sentindo muito o frio do lugar. Estudava das 8 da manhã até as 10 horas da noite, assistia todas as óperas que podia, eu sabia que era um ano em que tinha que assimilar tudo que me ofereciam. Eu sou interprete, pego a partitura e procuro interpretar. Após um ano em Munique voltei para Piracicaba, onde passei mais um ano dando aulas voltei para o Rio de Janeiro. Fui aluna de Hans-Joachim Koellreutter, compositor, professor e musicólogo alemão. Mudou-se para o Brasil em 1937 e tornou-se um dos nomes mais influentes na vida musical no País, fundou escolas em São Paulo, em Piracicaba, no Rio de Janeiro e na Bahia, em Salvador. Fiquei na Pró Arte no Rio de Janeiro, como aluna e como professora, acompanhava as classes de campo, de violino. Permaneci no Rio de Janeiro por quatro anos, morando no Bairro Copacabana.
Qual era a opinião dos seus pais a respeito da carreira que a senhora escolheu?
Meus pais sempre me incentivaram. Estudando e levando as coisas de uma forma muito séria sempre tivemos o apoio deles.
Após quatro anos em Copacabana, qual foi o passo seguinte?
Sempre temos cursos de férias em Teresópolis, organizado pela escola Pró Arte, eles convidavam professores internacionais da Alemanha, Estados Unidos, e veio um professor da Alemanha para fazer um curso de Orrff, é um curso que aumenta e desafia a musicalidade pessoal, bem como as questões pedagógicas. Após quatro anos no Rio ganhei outra bolsa de estudo no Intercâmbio Acadêmico (DAAD), uma organização financiada com dinheiro público independentes das instituições de ensino superior na Alemanha. Esse professor só falava alemão, eu com descendência alemã tive facilidade em me comunicar com ele.
A senhora fala quantos idiomas?
Falo vários: português, alemão, italiano, espanhol, francês. Fiz as traduções dos cursos para ele, assim fiquei conhecendo-o melhor, ele me disse que eu sendo pianista deveria ir para a escola onde ele era professor. Pedi bolsa e fui para a Alemanha, em uma cidade denominada Trossingen, é uma cidade bem pequena, mas tem uma universidade de música aonde hoje vai gente de todo mundo para estudar. O bom é que é uma cidade pequena e não tem muito para se distrair, estuda e não tem nenhuma outra distração. Estudei lá dois anos, pretendia voltar para o Rio de Janeiro. Na faculdade conheci meu marido, Peter Ungelenk isso foi em 1966, musico, contrabaixista, maestro de coral, maestro de orquestra. Na Alemanha existe escalas de musicas que chamam de escalas de músicas juvenis. São jovens de 3 anos que podem seguir estudando até 25 anos. È permitido tocar qualquer instrumento que o aluno queira, e é paralela a escola, não dá um diploma, o aluno vai por ter vontade de tocar um instrumento. Não é um curso profissionalizante. Depois você pode se preparar, continuar estudando. Meu marido foi diretor de uma dessas escolas. Quando conheci meu marido eu pensava em voltar para o Rio. Ele não conhecia o Brasil, mas queria vir. Viemos, fomos á escola, eu disse aos diretores que estava voltando e que tinha mais um professor, que tocava contrabaixo, piano, maestro. Eles disseram que estava difícil, porque sempre música foi um campo difícil no Brasil. Ele já tinha uma posição definitiva nessa escola onde ele depois foi diretor. Eu não tive mais argumento, tive que voltar para a Alemanha onde permaneço lá até hoje.
Chegaram a ter filhos?
Tivemos três filhos.
A senhora deu concertos em vários países?
Dei concerto pela Europa toda. Meu marido sabia improvisar, eu só sabia tocar musica clássica
Se na Alemanha houvesse o clima que existe no Brasil a musica teria o mesmo grau de qualidade?
Uma boa pergunta! Há certa razão de ser, no Brasil há muito musico que compõem aqui, o Mahle que reside aqui é um compositor extraordinário. Há muitos bons compositores no Brasil. Villa Lobos por exemplo. Na Europa o que temos é a tradição, essa é a parte mais importante, lá já tinha música a partir de 800. No Brasil o que tínhamos em 800? Essa tradição evoluiu, veio o canto gregoriano, a parte renascentista, o barroco, o Bach.Mozart. É toda uma tradição que foi criando esse canto.
O que significa a música para o ser humano?
Música é a vida, é a alma. Mesmo pessoas analfabetas fazem música. Não tocam Mozart, mas fazem a música deles. O pessoal do choro, o pessoal da música popular. É a vida, é a inspiração, é a manifestação de Deus.
A música é elaborada de acordo com a capacidade intelectual de quem a executa?
Pode ser que sim e pode ser que não. As músicas mais elaboradas são compostas por pessoas que possuem uma capacidade intelectual maior
Trazem um grau de satisfação maior?
Eu não diria. A pessoa que faz música popular, que não é doutor em música, sente a mesma paixão, quem sabe até mais, por fazer com mais alma.
A música é a celebração da alegria de viver?
Com certeza.
Quem patrocina suas atividades artísticas?
Na faculdade onde leciono sou catedrática como professora de piano. O estado paga uma parte e a cidade paga outra parte.
A senhora é privilegiava, conhece a música do Brasil e da Alemanha, qual paralelo traçaria entre elas?
Acho que o conceito de música na Alemanha é mais profundo. Não só por parte do povo alemão, mas do povo europeu, a Alemanha tem uma tradição incrível em música.
A senhora é mães de três filhos, como se virava com marido, três filhos, e tendo que estudar e dar aulas?
Quando as crianças começaram a ir ao jardim de infância eu as levava à escola, ia correndo até a faculdade, dava aula, voltava para casa, cozinhava, fazia bife, que era mais rápido, batata, alemão gosta de batata, uma salada, e pronto. Ficava em casa, cuidava dos filhos, das roupas. Não tinha diarista. Punha as crianças na cama, lavava roupa, Nessa época contava com máquinas, até de lavar pratos. Sentia falta do cafezinho brasileiro, por isso tomo aqui bastante. Acontece que a água de lá é diferente, fazíamos o Café Morro Grande lá, não era tão bom por causa da água. Estudava das dez horas da noite até as duas da madrugada.
Como a senhora vê o carnaval no Brasil?
Sempre pulei muito carnaval aqui. Não perdia uma brincadeira dançante no clube, levava lance perfume, que na época era permitido. Usava fantasias. Vivi também a empolgação do carnaval no Rio de Janeiro. O que tenho visto é que nos últimos anos o carnaval virou um empreendimento comercial, perdeu a pureza e espontaneidade. As fantasias estão mais exóticas. Perdeu a naturalidade.
No seu tempo de jovem era comum os passeios no jardim da Praça José Bonifacio, a senhora participava?
Eu fazia footing (passeios), na famosa “Calçadinha de Ouro” situada na Praça José Bonifácio, ia com a Regis e Ednéia, ia ao cinema, passava na Bomboniere do Passarela, comprava balas.
A senhora crê em Deus?
Deus existe, está sempre nos dando uma força. A música é uma forma de nos comunicarmos com Ele. Acho que Santo Antonio é o meu padroeiro.
Seus filhos já se casaram?
Sim, inclusive tenho netos.
A senhora interpreta musicas populares?
Muito pouco, na minha época tínhamos que nos dedicarmos exclusivamente aos clássicos. Sei tocar bossa nova, sambinha.
A senhora sabe sambar?
Sei, inclusive toco pandeiro.
A senhora promove intercambio entre alunos alemães e brasileiros, têm algo em andamento?
O próximo grupo de alunos alemães já está esperando para vir ao Brasil.
Como o jovem alemão vê o Brasil?
Como um país maravilhoso, todo mundo quer vir,