PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS JOÃO UMBERTO NASSIF Jornalista e Radialista joaonassif@gmail.com
Sábado, 16 de maio de 2009
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://www.teleresponde.com.br/ http://blognassif.blogspot.com/
Jairinho Mattos, qual é a sua idade?
No dia 11 junho de 2009 eu estarei completando 42 anos de idade. Sou casado com Paula Rafaela, tenho uma filha, a Manuela. Sou filho do Dr. Jairo Ribeiro de Mattos e da Professora Anna Maria Meirelles de Mattos, ambos piracicabanos. Sou neto do Dr. Nelson Meirelles, um médico muito bem conceituado em Piracicaba, e que foi muito ligado á cultura da cidade, tendo sido um dos grandes apoiadores da Escola de Música de Piracicaba, a minha avó Maria Olívia Moratto Ferraz Meirelles (Levica), gostava de piano, uma admiração que se estendeu á minhas tias, que também executavam obras ao piano. Eles tiveram sete filhos, entre eles a minha mãe.
Quem foi á pessoa que o incentivou no estudo de inglês?
Foi a minha avó Levica! Ela morou por muito tempo na Rua XV de Novembro, ao lado da Rádio Educadora. Era lá que ela sempre me ensinava inglês, eu era ainda criança e comecei a gostar de estudar inglês por causa dela. Ela percebeu que eu tinha facilidade em aprender línguas, eu tinha uma habilidade natural em fazer redação. A vida é um contínuo aprendizado, hoje o pouco que sei da língua inglesa, devo á minha avó Levica que foi a minha grande incentivadora. Sou formado pela Pontifícia Universidade Católica-PUC de São Paulo, tenho a Pós-Graduação em Marketing pela Faculdade Getulio Vargas. Sou apaixonado pelo rádio, por comunicação.
Qual é a relação entre a Rádio Educadora e a Jovem Pan FM?
Na verdade a empresa Rádio Educadora tem a Rádio Jovem Pan FM, que era a Rádio Educadora FM. Afiliamos-nos a Jovem Pan no ano de 1994, foi o grande insigth (N.J.: compreensão súbita, capacidade de sentir o âmago das coisas ou situações, uma iluminação, um estalo), a grande idéia que nós tivemos, ficamos muito felizes em sermos a primeira emissora afiliada da Rede Jovem Pan. Hoje nós temos 48 emissoras em FM retransmitindo o sinal da Jovem Pan, esse sinal começou aqui em Piracicaba, na nossa emissora, na Jovem Pan 103,1 MHz em 4 de junho de 1994. No próximo dia 4 de junho estaremos completando 15 anos de Rádio Jovem Pan em Piracicaba, a Rádio Educadora fará 42 anos no mês de agosto próximo. A rádio em FM é um filhote da Rádio Educadora AM, que foi fundada pelo meu avô Nelson Meirelles e outras pessoas importantes da nossa sociedade como o Dr. Losso Netto, Dr. Ernesto Pereira Lopes, juntamente com o meu pai, meu tio Coriolano Moratto Ferraz Meirelles. Hoje temos na internet o site da Rádio Educadora (http://www.educadora1060.com.br/), que é muito visitado, e acredito que havendo espaço estaremos agregando outros órgãos de comunicação.
Você pode citar alguns índices do site da Rádio Educadora?
Temos alguns índices que são interessantes. Percebemos que o ouvinte da AM é mais retraído para acessar o site, para ouvir a emissora on-line, no momento da transmissão de um programa. Percebemos que em alguns horários há um pico de audiência. Por exemplo, em uma transmissão do jogo do XV de Novembro tivemos um índice de ouvintes interessante. Isso nos deixa muito felizes, porque se a pessoa ouviu uma transmissão pela internet e deixou de ouvir a tradicional que é pelo aparelho de rádio, algum motivo ela teve para assim proceder. A transmissão pela internet tem uma qualidade de áudio muito boa, não sofre interferências, é transmitida diretamente no computador da pessoa. Há a possibilidade de o ouvinte sintonizar a rádio de qualquer lugar do planeta. Isso nos leva a creditar que a internet é uma mídia que vem somar ao rádio. Há um aumento de e-mails enviados pelos ouvintes para a rádio. Até hoje o contato principal entre o ouvinte e a rádio tem sido o telefone. Há uma limitação natural para o número de ligações telefônicas simultâneas. A vantagem do e-mail é que ele nunca estará ocupado! Podemos receber centenas de e-mails em uma pequena fração de tempo. Acreditamos que o e-mail irá ser a linha de comunicação entre o ouvinte e a rádio, e muito efetiva, e para nós, muito importante, porque teremos documentadas todas as mensagens que os ouvintes nos enviarem.
Há um perfil bem distinto dos ouvintes de rádio AM e FM?
O Rádio AM é uma mídia mais prestadora de serviço. O rádio FM, quando surgiu pela sua qualidade de som, atingiu mais o campo musical, de se tocar mais músicas, mais musical do que ocupado pela voz do locutor. O famoso som de elevador, o travesseiro noturno. O próprio locutor é mais tranqüilo. O rádio AM é mais voltado para a informação, para a utilidade pública, mensagens, jornalismo, transmissões esportivas. Como toda regra tem exceção, venho percebendo que o rádio FM tem invadido o campo do rádio AM Hoje a FM tem feito rádio-jornalismo, transmissões de futebol, transmissões de eventos, aproveitando a qualidade técnica do som. O rádio é um dos veículos mais acessíveis. O jornal tem que ser comprado para poder ser lido. A internet exige o uso de computador, isso quando não há a necessidade de assinar alguns sites para receber as informações. O público da Rádio Jovem Pan FM é segmentado. Ela é uma emissora voltada para um público qualificado e jovem, na faixa etária de 14 a 30 anos de idade. A Jovem Pan têm um diferencial, apesar de não ser uma rádio com música popular, o sertanejo e pagode, por exemplo, ela toca uma música mais jovem, mais balançada, hit-parade, ela consegue trazer um público mais adulto em função de dois programas: o Pânico, que é um programa muito engraçado, com muitas entrevistas, por incrível que pareça o Pânico é um programa informativo! E de manhã das seis horas até as sete e meia, nós temos a retransmissão do Jornal da Manhã, da Rádio Jovem Pan, que eu considero estar entre os dois melhores informativos do rádio brasileiro. É muito bem formatado, tem grandes locutores, uma rede de jornalistas cobrindo todo território nacional. Como afiliados temos essa linha direta, mandando informações de Piracicaba, somos verdadeiros correspondentes da Rede Jovem Pan. Com isso conseguimos ter uma audiência mais adulta. Costumo dizer que a idade da pessoa não é sua idade cronológica, é a idade da cabeça da pessoa. Há pessoas nascidas na década de 30 que com seus setenta e poucos anos de idade estão ouvindo a Jovem Pan, por terem uma alma jovem. Ela quer ouvir uma música moderna, ouvir uma informação, procura ouvir o programa Pânico em busca de humor. Digo sempre que a Rádio Jovem Pan é para quem está de bem com a vida, para quem gosta de uma programação bastante inovadora e moderna.
Você esteve recentemente nos Estados Unidos?
Foi uma viagem de cunho muito técnico. Fomos visitar a feira NAB, National Association of Broadcasting, ou seja, Associação Nacional dos Radiodifusores. Trata-se uma associação muito forte, que nessa feira em Las Vegas mostra os últimos lançamentos de equipamentos, softwares, novidades, invenções do setor de raiodifusão. Não é uma feira voltada só para o rádio. Essa feira é muito exigida por essas novas mídias digitais, que são a internet, o iphone, iphod. Existem muitas novidades para a televisão, para o rádio. Percebemos que o rádio está ficando cada vez mais automatizado. As televisões e a internet estão recebendo uma atenção muito grande, a internet tem apenas quinze anos de existência, é um meio ainda inexplorado, há um campo muito grande, para crescer muito. Fui acompanhado do meu pai, em 2007 estive acompanhado da minha mãe. Dessa vez convidei o Titio Luiz e o seu filho Flavinho, Titio Luiz é um locutor de grande expressão aqui em Piracicaba, foi uma viagem muito interessante, eles queriam muito conhecer os Estados Unidos. Foi uma oportunidade impar, entrar pela primeira vez no país, e já conhecer Las Vegas, no retorno permanecemos por três dias em Nova Iorque, que é considerada a capital do mundo, eles voltaram maravilhados. Meu pai me confessou que foi uma das melhores viagens que ele fez em toda a vida dele. Graças a Deus eu consegui com que eles me acompanhassem na feira, e eles foram muito companheiros após o final da feira. Foi uma viagem que aliou a parte profissional e cultural também.
Em Las Vegas vocês chegaram a jogar em algum cassino?
Jogamos um pouco. Tem que saber qual é o momento de parar. Poucas pessoas sabem, existe uma associação americana, que inclusive tem um site, essa associação atende por “Saber a Hora de Parar”. A pessoa torna-se compulsiva quando ao começar a jogar e ganhar imagina que a sorte está do seu lado. Ela esquece que as chances de ganhar gira em torno de 80 a 85 por cento a favor da banca! O jogador terá entre 15 a 20 por cento de chances para ganhar. Em Las Vegas enquanto você estiver em uma mesa jogando, poderá servir-se de qualquer drink gratuitamente. Há uma atendente para servi-lo. O cassino quer que você permaneça sentado na mesa de jogo. Dentro dos cassinos você não consegue descobrir que horas são. Não existe a oscilação de temperatura que ocorre nos períodos diurnos e noturnos. Não há janelas. Isso cria uma atmosfera positiva para você continuar jogando. O mais interessante é perceber que os vinte e poucos cassinos existentes em Las Vegas pertencem a quatro ou cinco companhias, são mega companhias que gerenciam quatro ou cinco cassinos. Os hotéis são temáticos, nessa viagem ficamos no Hotel Paris, ele tem dentro dele uma réplica da Torre Eiffel, do Arco do Triunfo, do Museu do Louvre, isso tudo em escalas norte americanas, enormes, muito luxo. Las Vegas é uma Meca do show business, eles conseguiram agregar a maior feira de rádio do mundo, os maiores shows de teatro, que se rivaliza com a Broadway, em Las Vegas. Na semana que estivemos lá tivemos shows com Britney Spears, Cirque du Soleil, Elton John. O entretenimento que você tem lá é muito grande. Trabalha-se durante o dia, fazem-se bons negócios nas feiras, e vai gastar um pouco do seu dinheiro á noite com cultura, restaurante, ou tudo que sua criatividade mandar.
A feira foi realizada onde?
No Las Vegas Convention Center, é humanamente impossível ver tudo o que existe nessa feira, procurarmos direcionar para o setor de rádio.
Qual é o idioma utilizado na feira?
Isso é um caso a parte! Se você tiver o domínio da língua inglesa, é melhor, isso porque há alguns termos em inglês, que muitas vezes a tradução para o português não é uma tradução literal. No setor do rádio existem muitos termos que só são aplicados no rádio. Como um jargão local. Se você não é americano e não entende inglês, nesse caso fica mais difícil de entender. A NAB não é apenas uma feira de americanos para o resto do mundo, nas últimas duas edições o Brasil tem um pavilhão, isso porque os americanos perceberam que os brasileiros são a segunda ou terceira maior delegação que visita a feira, são mais de 500 a 600 brasileiros. Eles perceberam que o Brasil ainda é um mercado muito pouco explorado, novos equipamentos, nova tecnologia, equipamentos digitais, com isso muitos brasileiros de São Paulo e Rio de Janeiro que representam empresas americanas estão lá na exposição, atendendo você. Procurei ir preparado, com visitas pré-agendadas. O crachá do visitante é um cartão magnético, ao passar o crachá em uma máquina de cada stand visitado eles de forma automática registram os seus dados pessoais. Algumas empresas gostam de também ter o seu cartão de visitas, para isso eles têm um pequeno aquário onde é colocado o seu cartão.
Quantos dias vocês freqüentaram a feira?
A feira começou efetivamente para nós no dia 19. Embarcamos em São Paulo no dia 18, em Cumbica, fizemos a entrada por Huston, onde passamos pela alfândega e quatro horas após fizemos um vôo para Las Vegas. O engraçado para mim é que fui com três pessoas muito agradáveis, mas que não tinham o domínio total da língua inglesa. O Flavinho já ia com a frase pronta: “No speak english!”. Ele me chamava, eu ia lá, traduzia. Fiquei muito feliz em saber que foi inesquecível a nossa presença nos Estados Unidos.